sexta-feira, 27 de março de 2009

Maria Louca pediu pra sair.

Finalmente uma atitude sensata da secretária de Educação do Estado de S. Paulo - o pedido de demissão - a era Maria Helena Guimarães de Castro a frente dessa pasta chega ao fim. Notícia confirmada e comemorada hoje durante a Assembléia Estadual de Professores da APEOESP, promovida pelo sindicato nessa tarde do dia 27 de março de 2009 na Praça da República em S. Paulo.

Depois de expor a Educação do maior estado do país ao ridiculo, com a cartilha que apontava o Paraguai com saida ao mar, a secretária não aguentou a pressão da mídia e "pediu" a demissão. Já era tempo. A mesma secretária que ganhou o apelido de Maria Louca durante a greve de professores de 2008, por sua intransigencia, autoritarismo e atitudes que geraram um profundo sentimento de descontentamento com a categoria.

Em pouco mais de um ano de gestão, Maria Helena implantou um novo curriculo escolar, imposto a categoria, sem discussões pedagógicas consistentes. Retirou os cursos de formação, alegando que o professor nao poderia se ausentar da sala de aula, para nao piorar os indices do IDESP ainda mais. Criou um bonus, para excluir o professorado, que não alcançou metas - nas excelentes escolas, onde não há superlotação, e onde se tem a melhor infra-estrutura do mundo para se trabalhar, além é claro, dos melhores salários e segurança - cujo pagamento foi adiado desde o final de dezembro de 2008.

Isso tudo, sem citar o desastre que foi a prova para contratar professores que estão temporarios na rede há vinte ou trinta anos!

Maria Helena, sociologa, provou é possível administrar a educação mesmo sem ter nunca pisado numa sala de aula, pois, sob o seu comando, nunca se viu tanta mobilização de professores. Ela criou uma ogeriza à falta de dialogo; uma serie de questionamentos que mobilizam as salas de professores pelo estado a fora. Nas salas de professores, nunca se discutiu tanto os metodos de escravidão no ensino moderno e assim por diante.

Já vai tarde àquela que um dia ousou dizer que os professores não sabem ensinar. Aquela que no auge de sua sabedoria criou uma cartilha salvadora da pátria, que resolveria todos os problemas de séculos de fala de estrutura e investimentos. Aquela que em seus pronunciamentos via teleconferencia (sim, porque ela jamais esteve com a categoria de corpo presente), disse com todas as letras que os professores nao estavam a altura de qualificar os jovens paulistas.

Hoje, um pouco da justiça fez-se a esses profissionais heróis, que enfrentam as maiores adversidades, que vão desde a superlotação de salas de aulas, passando pela vaquinha para comprar agua e cafezinho, chegando ao assédio moral de superiores, insegurança e agressões dos próprios alunos, entre outras coisas.

Já vai tarde, Maria Helena. Não sentiremos saudade, pois há muito já cantávamos:

"Fora Maria Helena!
Maria Helena, fora!
Fora, Maria Helena
Que chegou a sua hora!"

Que desse tempo, aprendamos a nos mobilizar, a não baixar a cabeça. Unidos, somo mais.
Maria Helena, pediu pra sair e já foi tarde. Agora é hora de comemoração e preparação para a próxima luta.

Paulo Renato, vem aí...

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