quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Já era de se esperar:

Como sempre acontece no Brasil, tudo acaba em pizza! Ainda mais em períodos festivos, em que as pessoas preocupam-se apenas em festejar e esquecem do mundo. Pouco mais de um mês depois do escandalo do mensalão de Brasilia, que abalou as estruturas politicas da região centro-oeste, o deputado Leonardo Prudente (ex-DEM/DF), que nas gravações colocava dinheiro de propina nas meias, presidente da Assembléia Legislativa do Distrito Federal, afastado do cargo por esse motivo, retorna ao poder na surdina.
Agora, Arruda se fortalecerá. Só resta comemorar.
Francamente...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009:

É meu caro leitor. O ano acabou...
Outro dia era janeiro e não demorou muito já vem outro janeiro por ai.
O que foi 2009?
Foi um ano surpreendente. Primeiro, porque a tragédia economica que aguardávamos, não aconteceu. Menos mal...
Nos esporte, o Rio virou sede das Olimpíadas de 2016. Uma vitória pra cidade e pro Brasil.
O ano teve conflitos e momentos tensos, como na favela de Paraisópolis em S. Paulo, mas também teve momentos gloriosos como na nova conquista do recorde mundial do nadador César Cielo.
Teve a loucura de uma brasileira que surtou e simulou um ataque nazista.
Aconteceu o que muitos esperavam: Michael Jackson se foi, deixou de ser ídolo e tornou-se um mito.
Conhecemos a cultura indiana: are-baba!!!
Perdemos a voz de Lombardi: valeu Silvio!
Vimos o presidente (analfabeto, como dizem) do Brasil, se destacar na maior conferencia climática da década, ocorrida em Copenhagen. Ao mesmo tempo, o grande Obama, a grande promessa de mudança americana, se mostrar conservador e muito igual aos antecessores no quesito guerra.
Curiosamente, o homem que deu continuidade às guerras do Iraque e Afeganistão, foi premiado com o Nobel da Paz...
Foram 12 meses intensos, onde tudo mudou e as pessoas começam a se preocupar com o planeta. Vimos inumero desastres naturais e agora o homem já se sente responsável por eles.
Que venha 2010!!!

Pelas estradas do Brasil:

Desde sábado passado (26), tenho percorrido as estradas do Brasil, saindo de S. Paulo, objetivando chegar na capital paraibana. Nesse periodo, cruzei as principais rodovias e pude verificar muitas coisas, que passo a dividir com o leitor.
A primeira estrada a ser percorrida, foi a BR-381, em seu primeiro trecho, ou seja, a Fernão Dias. A duplicação da pista e algumas reformas a deixaram mais segura, porém, ela está longe da perfeição. Há muito ainda a melhorar. As praças de pedágio estão a todo vapor, mas falta segurança em diversos trechos, onde a sinalização ainda deixa um pouco a desejar. Onde a pista encontra-se em boas condições, falta o bom senso dos motoristas que se perdem na alta velocidade. Vi incontáveis acidentes, que aparentemente foram fruto da imprudencia e excesso de confiança dos motoristas.
Como já escrevi anteriormente, sou contrária à cobrança de pedágio. As alegações dos favoráveis é de que as pistas pedagiadas contam com apoio. Ora, com o tanto de impostos que se paga para possuir um veiculo, não daria pra ter esse apoio?
No segundo trecho, na BR-116, há uma incrivel falta de sinaização. O mato encobre as placas e há muitos trechos com buracos, até o norte de minas, na divisa com a Bahia. A mesma rodovia, está com alguns trechos precários no trecho sul da Bahia, mas das proximidades de Vitória da Conquista à Feira de Santana, a estrada está muito boa. Ficaria melhor se houvesse mais terceiras fachas, pra possibilitar uma melhor ultrapassagem dos veiculos pesados que transitam por ali e que travam o fluxo por quilometros. Nas próximidades de Milagres, há trechos muito ruins, onde o asfalto cede, devido à má qualidade.
O terceiro trecho da viagem, ou seja, a BR-101, também está muito bom até findar o estado da Bahia. No sul de Sergipe, há alguns buracos (básicos e perigosos), mas, no entorno de Aracaju as obras de ampliação da rodovia demonstram que tudo ficará bem. Aliás, Sergipe tem muita acolhida aos passageiros que por ali passam.
Em Alagoas, chamou-me a atenção o fato de não haver sequer uma placa de boas vindas e alguns trechos de asfalto precário. É como se o estado não quisesse abraçar seus visitantes, pois nem a capital acolhe os que por ali passam ou chegam. Existem trechos onde a estrada está um verdadeiro tapete, apesar de tudo.
Em Pernambuco, o asfalto está pessimo de Xexéu à Palmares, onde os trabalhos de duplicação da via estão a todo o vapor. Onde a obra está pronta, a pista está maravilhosa. Foi muito proveitoso o desvio que fez com que a cidade de Ribeirão saisse da rota, o que certamente a deixará mais segura em seu trânsito interno.
Enfim, muita coisa melhorou pelas estradas do Brasil, mas, penso que os governos deveriam ser mais honestos com o contribuinte e não cobrar mais do que cobram. Além dos inumeros gastos com a manutenção e legalização de um veiculo, pagar para transitar com o veiculo é o fim. Há quem ache isso uma maravilha. Eu não!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jardim Romano:

Há quase um mês, temos acompanhado na mídia uma incrível tragédia que se abateu sobre centenas de famílias que residem às margens do Rio Tietê, num bairro muito populoso e até pouco tempo desconhecido: o Jardim Romano. As últimas chuvas de primavera deixaram naquele local um rastro de destruição, que culminou com um alagamento que já dura dias.
Sobre isso é preciso esclarecer ao amigo leitor. Primeiro, que essa problemática não é tão simples quanto parece. Não foi apenas a chuva que alagou o Jardim Romano.
A chuva e o consequente alagamento, são reflexo do descaso do Estado para com a região como um todo. Ele ocorre há décadas, desde o final da década de 60, quando as primeiras famílias foram residir na varzea do Tietê. Reza a lenda, que teria sido o bisavó do meu namorado um dos primeiros habitantes do local, fato que coincide com o sobrenome da familia do meu amado.
Lendas a parte, o que sei a respeito do bairro, é que desde os anos 70, ele enfrenta problemas sociais sérissimos. Quando a minha mãe lecionou na escola mais famosa do bairro, a E.E. José Bonifácio, os relatos dela são de miséria por parte da comunidade que residia no entorno da escola.
Ela não é a única a contar histórias trágicas, no exercício do magistério, deparei-me inúmeras vezes com colegas que também trabalharam na mesma escola e tem como memória casos de violência que envolveram seus alunos e a si. Há muito o que se escrever sobre isso.
O Jardim Romano é o extremo leste do descaso das autoridades. O que muito me espanta, é que só agora as autoridades resolveram verificar que há muito tempo as familias residem num local irregular.
Fico pasma com o tal defeito que ocorreu na estação de tratamento de esgoto da Penha, o qual nem se menciona providências e punições aos supostos responsáveis por essa lambança que destruiu vidas e sonhos de tanta gente. Pessoas simples, que pagam impostos altíssimos para conviver em meio a total falta de infra-estrutura.
Até quando as autoridades vão lidar com os problemas estruturais de uma cidade desestruturada, que cresce desordenadamente, como S. Paulo, usando de soluções paleativas? Será que se o alagamento fosse numa região nobre, a situação teria chegado a esse ponto?
Depois da tragédia, por se tratar de um momento pré-eleitoral, as autoridades imediatamente compareceram ao Jardim Romano à luz dos holofotes, claro! Mas, onde estavam elas antes?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Prova dos OFA's:

É de deixar qualquer um revoltado. O que acontece na Educação de S. Paulo é o cúmulo do absurdo. Onde já se viu, tratar os profissionais mais importantes da sociedade com tamanho descaso? É abuso demais. Abuso de poder. É imoral.
Ontem, realizou-se um "processo seletivo simplificado" de contratação de professores temporários para a rede estadual de ensino de S. Paulo. Seria razoavel, se não fosse ridiculo. Ridiculo, porque para participar dessa prova, foram convocados mais de 100 mil professores "temporarios", que compoem a rede há 10, 20, 30 anos.
Pessoas que formaram a sociedade paulista, pois, desses bancos escolares sairam muitos doutores, advogados, engenheiros e assim por diante. Eu mesma, estudei ao longo da minha formação com pessoas maravilhosas que estavam no contrato por causa da Lei 500/74, que desde os anos 70 do século 20 é usada para contratar esses profissionais. Dizer que uma pessoa que exerce o magistério há tanto tempo não está preparada para lecionar, é piada. Daquelas bem sem graça, completamente sem noção.
Pois, foi exatamente isso que o governo de São Paulo fez. Obrigou mais de 100 mil profissionais a passarem por uma avaliação absurda, academicista e por isso mesmo, burra. Tal avaliação, composta de 80 questões elaborada por idealistas educacionais, que desconhecem em essencia o que é uma escola pública, foi aplicada sob rigidos moldes, pela VUNESP.
É assim, que o governo retribui ao esforço incansável de profissionais que com garra, batalham por uma educação de qualidade, mesmo em meio à violência, a falta de estrutura, a superlotação das salas de aulas, e, principalmente, aos baixos salários. Basta pensar, que um professor paulista iniciante, recebe pouco mais de 2 salários minimos por mes.
O que vem acontecendo na educação de S. Paulo é gravíssimo. Ela vem sendo atacada por sucessivos governos do PSDB/DEM, que desde 1995 gerem o estado e implantam um sistema neoliberal, em que o Estado vai se abstendo desse compromisso, reduzindo a qualidade e, por isso mesmo, se eximindo de responsabilidade.
Para responder a sociedade leiga, o governo culpa os professores pelo fracasso do sistema que criou. Para ele, a categoria profissional do magistério não tem competencia para ensinar. Mascara assim, sua real intenção que a de formar com menos intensidade o aluno da escola pública, para que deste modo, ele alimente o mercado de trabalho em funções menos nobres e reflita menos a cerca da sua capacidade e importancia no mundo.
Enquanto os países desenvolvidos priorizam a educação de qualidade, valorizando sua figura principal que é o mestre, os paises em desenvolvimento fazem o contrário disso, para que continuem competitivos no mercado global justamente vencendo pela mão-de-obra barata. Infelizmente, S. Paulo é o carro-chefe desse tipo de projeto insano.
Ainda assim, há quem defenda esse governo com unhas e dentes. É isso que você quer para 2010?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Apagões, porque será?

É interessantíssimo ver como as coisas acontecem no Brasil. É tudo na base da coincidência. Sempre que se aponta um beneficio para a sociedade, vem o dano. Tudo para compensar as lesões causadas ao consumidor. É sempre assim!
Poucos dias após a propagação da noticia sobre a provavel devolução de tributos indevidos cobrados na conta de luz da população brasileira, desde 2003, valores que chegariam na casa do bilhão de reais, surge um apagão capaz de deixar às escuras grande parte do país. Curiosamente, a parte mais rica do país, economicamente falando, e, por conseguinte, aquela que se beneficiaria com uma provavel devolução dos tributos.
Não bastasse a escuridão do apagão do mês passado, o governo surge na mídia dizendo que teria de aumentar os tributos da energia para impedir que novamente esse tipo de coisa acontecesse. Em outras palavras, o consumidor será lesado duas vezes. A primeira, porque não terá devolvidas as taxas pagas. A segunda, porque ainda terá aumento nas referidas contas.
Como se não bastasse o transtorno economico, o consumidor ainda tem que conviver com pequenos blecautes. Não é apenas a Zona Sul do Rio de Janeiro que tem convivido com isso. Na periferia de S. Paulo, tá ficando comum a ocorrência de blecautes ocasionados pelas chuvas de verão.
O pior, é que ao ligar para a Eletropaulo, o descaso é total e irrestrito. Além de pagar caro pela falta de planejamento das autoridades competentes, o consumidor tem que aguentar todo o tipo de enrolação.
Ontem, por exemplo, na região em que moro, foram mais de 8 horas sem energia elétrica. Mas, também, pra quê energia elétrica num sábado a noite, chuvoso?
Seria excelente, se na próxima conta, a empresa nos ressarcisse por todas as horas que passamos sem luz nos últimos dias, pois, foi a segunda vez na mesma semana, a quinta em cerca de um mês.
Enfim, entre perdas e danos a gente segue em frente, afinal, não tem outro jeito, né?

O poder da palavra:

Não pude escrever nos últimos dias, mas, preciso registrar aqui minha tristeza com a morte da atriz Leila Lopes, que faleceu imediatamente após a maior voz do Brasil de calar: foi-se também o Lombardi, um icone da história da TV e do Rádio Brasileiros. Enfim, como é triste perder pessoas que gostamos. Mesmo que elas não estejam tão ligadas à nós.
Sobre a partida de Leila Lopez, quero dizer da tristeza que é grande, pois sua vida foi dedicada à satisfação do público e como prêmio veio a solidão e o descaso. Revendo as imagens de antigos trabalhos da atriz, dá pra ter a exata noção de que nem sempre talento é tudo. É preciso sorte pra fazer uma carreira artística decolar.
Quem diria que a professorinha Lu de Renascer, um grande sucesso global, terminaria seus dias no ostracismo, recebendo críticas duras e pesadas, na mais completa solidão?
O que leva à reflexão é o fato de ela ter buscado trabalho em vão nas emissoras, a ponto de ter que protagonizar um filme pornô para poder ganhar dinheiro. O que era pra ser um sinal de alerta, transformou-se em fonte de ironia e humilhação para a moça.
É como se as pessoas tivessem uma necessidade de chafurdar ainda mais as pessoas que estão na lama. O fato de ela ter feito pornô, não dá a ninguém o direito de julgá-la e proferir essas palavras publicamente.
Para uma atriz do porte dela, ter aceitado tal "papel", deve ter sido muito dificil, humilhante, mas, necessário. Além do mais, ela não foi a única a fazê-lo. Outras celebridades o fizeram, porém, a única a receber reprimenda pública foi Leila.
Não objetivo crucificar ninguém, porém, vejo que o que aconteceu com Leila, serve de exemplo, para que possamos nos policiar com relação às opiniões dadas sobre as pessoas. O grande novelista Walcir Carrasco que o diga. Palavras ditas de maneira errada o fizeram sentir-se culpado indiretamente pelo fim trágico da atriz.
É obvio que ele não tem culpa pelo que aconteceu. Ninguém tem. Infelizmente, o homem é um ser sensível, que se contrói e se destroi por palavras.
Portanto, caro leitor, pense antes de falar, porque as palavras tem poder.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Arruda, o mensaleiro de Brasília:

Esta semana, está bombando na imprensa a denúncia de corrupção no governo do Distrito Federal. Veio à tona uma série de vídeos em que aparecem pessoas de confiança do governador Arruda (e ele próprio) recebendo propinas de empresários que "doaram" dinheiro para as campanhas eleitorais de 2002 e 2006.
São imagens que retratam esquemas sórdidos, encabeçados por pessoas idem, cuja maneira de fazer política se reflete na exploração do outro. Num jogo de poder, cujo objetivo único e exclusivo é pura e simplesmente a vantagem. Levar vantagem, eis a tônica dessa história escabroza. Mais uma, no páis da corrupção, carnaval e futebol (tudo junto e misturado).
Arruda, é mais um entre tantos que como ele usa do cargo para se beneficiar. Não se intimidou e pessoalmente resolveu as questões sujas que envolvem o poder. Quanta ironia! Justo ele, um homem democrata! Agiu em prol de si enquanto o povo que representa foi esquecido.
Quanto cinismo em suas explicações. Meu Deus! Dizer que possíveis pancadas nos equipamentos de gravações podem ter mudado o sentido das coisas é chamar o povo que confiou nele de idiota. Ele leu fria e calculadamente as explicações. Sem vermelhidão no rosto, tremedeira, nenhum constrangimento. Nada!
Esse caso serve para refletirmos sobre as estruturas do poder em que estamos inseridos. Poder que se impoe pelo lado economico. Poder que precisa apenas do dinheiro para poder fazer sentido.
Creio que enquanto as campanhas forem feitas em torno do dinheiro e das "doações", nada mudará. Muitos outros Arrudas continuarão a explorar os empresários em troca de apoio. Muita gente esquecerá a dignidade em casa na hora de negociar. Toda a transparência será simplesmente desconsiderada.
O que mais me deixou estarrecida foi o fato de esses homens sem caráter e sem honra usarem o nome de Deus para agradecer por contribuirem com a miséria humana. Nenhum Ser Superior seria favorável a tamanha falta de princípios.
Isso é desmerecer o Criador de todas as coisas, que certamente não criou o capitalismo, muito menos a corrupção. Ele jamais poderia abençoar os homens que fazem a vida dos seus filhos infeliz, com a falta de saúde, educação, segurança, habitação e assim por diante.
Por último, devo dizer que expulsar o governador do Partido Democratas não os exime da responsabilidade que tem por seus filiados, ainda mais, quando os mesmo estão no poder. É impossível que eles não tenham conhecimento do fato.
A retirada do PDT, PSB, PPS e agora do PSDB do governo, também não os torna mais dignos nesse mar de podridão visto que todos conheciam a indole e o caráter do governo que apoiavam, pois Arruda é o mesmo apoiador de Luís Estevão em outro episódio lamentável no inicio dos anos 2000. Enfim, é tudo farinha do mesmo saco.

domingo, 22 de novembro de 2009

Considerações a respeito da IV Conferência de Educação da APEOESP:

Entre os dias 17 e 19 de novembro, realizou-se na cidade de Serra Negra, a IV Conferência de Educação da APEOESP, cujo tema foi:"Educação de qualidade garante o desenvolvimento sustentável". O evento homenageou a professora Jane Beauchamp, que foi dirigente da instituição nos anos 70 e faleceu recentemente.
O objetivo do encontro foi promover um grande debate sobre a conjuntura educacional, bem como discutir sobre questões polemicas em torno da educação. Como se sabe, o setor vive uma crise de valores e de identidade. Após a implementação do projeto neoliberal no estado de São Paulo, o magistério público vem sofrendo diversos ataques por parte das autoridades que o gerem.
A própria APEOESP tem sua parcela de culpa com relação ao que vem ocorrendo, a medida que as raizes desses problemas surgem no governo federal e não são combatidas, devido ao envolvimento da direção majoritária do sindicato com o PT e a CUT, que nos últimos anos, tem esquecido suas origens e se unido aos patrões, aliando-se aos interesses do capital, em detrimento dos trabalhadores que representa.
Sendo assim, o primeiro dia de trabalho foi aberto em torno de discussões em torno do uso de dinheiro do Pré-Sal na Educação. Curiosamente, para debater a questão, compunham a mesa os senhores Wanderley Antunes Bezerra - gerente de comunicação da área de gás e energia da Petrobrás; Ricardo Latgé M. de Azevedo - geólogo e pesquisador; Prof. João Felício - secretário de Relações Internacionais da CUT. Américo Gomes - CONLUTAS e Prof. Ildo Sauer - Inst. de Energia da USP (Intersindical).
Como se vê, a própria composição da mesa em si, já trouxe diversos elementos polêmicos e divergentes, política e ideológicamente. O desenrolar dessa atividade se deu em concordâncias obvias e surpreendentemente, na defesa do representante da Petrobrás, com relação ao não-uso total dos recursos da Pré-Sal na Educação. Em outras palavras, grande parte dos debatedores é favorável ao uso neoliberal dos recursos da riqueza nacional em detrimento de sua aplicação junto às nessecidades do povo. A própria CUT defendeu que tal idéia se mostra utópica. A realidade está em investir isso tudo na bolsa de valores (ironia minha!).
A segunda mesa também divergiu sobre a aplicação de recursos educacionais. Seu tema: "O financiamento da educação na perspectiva do custo-aluno-qualidade e as políticas de formação e valorização dos profissionais de educação", cujos debatedores foram os senhores: Profª Maria Isabel Noronha - presidenta da APEOESP e membro da CNTE; Profº João Felício - dep. estadual do PT-SP; Profº Valério Arcary - CEFET-SP e PSTU; Profª Juçara D. Vieira - Vice Presidente da IE; Profº Luis Araújo - Assessor do Senado Federal e Profº César Callegari - presidente da Câmara de Educação Básica do FUNDEB.
Novamente, uma mesa polêmica e contraditória, pois seus debatedores preocuparam-se em defender as ideias do governo federal, em detrimento dos beneficios aos profissionais da Educação. Ficou claro desde o primeiro instante que o sindicato dos professores está ao lado dos interesses próprios de sua cupula e em defesa do governo federal. Somente os Professores Valério e Juçara tiveram coragem de discordar e questionar essa realidade conflitante.
O segundo dia de trabalhos foi composto de grupos que se reuniram em torno de questões diversas para aprofundamento. Reunidos em diversos salões espalhados pelos hotéis da cidade, professores se reuniram a acadêmicos. Esse momento da conferência foi menos político e mais enriquecedor, pois aproximou os professores da rede estadual ao conhecimento produzido nas universidades por grandes especialistas.
Estive presente ao grupo 4 cujo tema foi "Formação e valorização dos profissionais da Educação". Na composição da mesa, estiveram presentes as professoras Maria Isabel de Almeida - USP; Nereide Saviane - PUC-SP; Débora Goulart - UNESP.
Cada uma, a seu modo, falou sobre a necessidade de reflexão dos profissionais da Educação a respeito das novas políticas públicas que ferem o Estatuto do Magistério, a LDB e a própria Constituição Federal que são desrespeitadas cotidianamente pelos governos de S. Paulo, que tentam massificar a categoria dos professores, dividindo-a em sub-categorias, retirando seus direitos.
Essa política de desconstrução da classe dos profissionais da educação se fundamenta na dinamica capitalista que prevê uma otimização de custos, a fim de perder menos dinheiro e consequentemente, lucrar cada vez mais. Tudo isso engloba um amplo projeto que teve inicio ainda nos anos 90, quando começou-se a propagar aos quatro ventos que a educação gera despesas ao Estado. Em outras palavras, os governos encaram a Educação como perda de dinheiro. Não investem na formação do cidadão devido a interesses múltiplos que passam pelo controle dos mesmos, evidentemente.
A implantação da Nova Proposta Curricular (São Paulo Faz Escola), trouxe a tona questões delicadas, pois, além de unificar o curriculo, generaliza o ensino do estado e retira a liberdade de cátedra dos professores paulistas. Além de um desrespeito às leis anteriormente mencionadas, precariza o ensino e deixa os alunos das escolas públicas em condições inferiores de concorrência por vagas com relação aos seus colegas saídos de escolas particulares.
O que se propos nao foi o fim do curriculo estabelecido pela Secretaria da Educação, mas, sua elaboração pelos aplicadores do mesmo, que devem anexar as próprias necessidades e essas são multiplas e variadas, dependendo da comunidade em que se localizam as Unidades Escolares. O papel do professor nesse projeto é fundamental. Excluí-lo do projeto, como fez a SEE implica em precarizá-lo. A didática e a metodologia de ensino não podem nem devem eximir o docente da sua responsabilidade de preparar a sua aula.
Outro ponto delicado da discussão foi o da carga horária de trabalho docente que faz com que o mesmo passe mais tempo com os alunos e menos tempo em contato com o próprio estudo, o que gera uma mecanização do seu trabalho, fato muito preocupante. O ideal é que se reduza o tempo de atuação dos profissionais do magistério em aula e se priorize encontros de formação pedagógica, para que o mesmo possa atualizar-se e assim enriquecer a sua performance.
O que se vê hoje são profissionais desvalorizados e que encaram duas ou mais jornadas de trabalho a fim de obter um salário digno. Consequentemente, há uma perda de qualidade do ensino, o que gera inumeros problemas de saúde desses profissionais e os tais baixos indices.
No último dia de encontro, os conferencistas debateram as propostas dos grupos e votaram favoravel ou contrariamente a essas discussões, para que o sindicato pudesse ter uma posição oficial sobre os temas. Esse foi o momento mais tenso do encontro, onde as diversas correntes que compoem a Apeoesp e seus simpatizantes divergiram quanto a aprovação ou nao das propostas.
Infelizmente, muitos professores presentes ao evento, não refletiram sobre o que era defendido na plenária, levantando seus crachás mecanicamente nas votações. Os professores que defendem a direção majoritária da Apeoesp e compoem a ArtSind, por exemplo, não se deram conta que defenderam uma postura mais branda por parte da instituição no enfrentamento contra o governo. Rejeitaram, uma ação de luta forte e intensificada contra o Secretário Paulo Renato (lamentável e vergonhoso).
Não bastasse o acima exposto, foram favoráveis a implementação do Ensino Médio Inovador, projeto do governo federal a ser implementado pelo Governo Serra, que prevê a extinção da EJA, que será substituida por avaliações, retirando do aluno o direito de aprender em sala de aula e desempregando milhares de profissionais.
Enfim, foram dias de aprendizado e muita frustração com colegas que não viram que seu emprego está ameaçado já a partir do final de 2009, quando a Lei 500/74 for extinta e as portarias de admissão de temporários for extinta, dando inicio a um novo processo de contrato que deixará 2010 em uma situação de calamidade educacional. É isso.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Consciência Negra? Como assim?

Há cinco dias atrás, em um outro artigo, eu escrevia sobre o fato de aquele ser o dia da Proclamação da República e a maioria das pessoas não perceber aquele fato. Hoje, ao contrário, milhares de pessoas sabem da data e da importância dela para o nosso país.
É dia de conscientizar-se a respeito do papel valoroso que os negros e negras tiveram na construção do nosso país ou da nossa nação. Foi por eles que um ambicioso projeto de colonização deu certo. É óbvio que os meios e caminhos para implementá-lo foram dificeis e tortuosos. Seus objetivos foram alcançados graças a dor, sofrimento e muito sangue. Isso é inegável, mas é fato.
O que não se pode é esconder e deixar de refletir sobre essa nossa origem negra. Origem presente na nossa cultura, cotidiano e na vida em geral. Ser negro e ser brasileiro fazem parte de uma mesma raiz. A nossa raiz. Todos nós temos a negritude na àrvore genealógica, na cultura, nas palavras, na música, na culinária, nas vestimentas e assim por diante.
O dia de hoje reflete sobre um acontecimento triste e doloroso que aconteceu no nordeste do país, em 1695, quando um homem resistiu ao sistema politico e economico vigentes. A morte de Zumbi, fundador do Quilombo dos Palmares, não encerrou uma vida, mas abriu seu sonho de liberdade a milhares de pessoas ao longo dos séculos.
Felizmente, nos últimos anos a realidade do negro tem sido posta na sociedade em pé de igualdade nas discussões. É evidente que o preconceito ainda existe, mas, em menor escala e hoje já é possivel falar até em negros burgueses!
Muitas conquistas são evidentes, pois os negros estão em todas as partes da sociedade, da base ao topo. Seja na política, nas universidades, nas empresas, cada vez mais personalidades afro-descendentes se destacam. No esporte e na arte esse destaque está cada vez mais consolidado. É possível ver a atuação de uma mulher negra protagonizando brilhantemente uma novela das oito na Globo.
Mas, é preciso mais. Muito mais. Cada vez mais. Atualmente a academia se esforça para incluir a África na historiografia e no ensino básico. Muitos trabalhos estão sendo produzidos, de artigos a teses. Há também a obrigatoriedade do ensino de História da Africa nas escolas, embora não haja ainda cursos de capacitação para os profissionais de educação. Por isso, é preciso que se cobre tais ações e que os próprios professores se conscientizem que a História do Brasil tem muito mais haver com a História da África que com a Antiguidade Clássica.
Que o dia de hoje sirva de reflexão para todas essas questões. Viva Zumbi!!!

domingo, 15 de novembro de 2009

120 anos depois - a Proclamação da República:

Hoje é uma data comemorativa, embora milhares de brasileiros nem tenham percebido isso, porque o feriado ocorreu num domingo de sol, felizmente. Há cento e vinte anos, num dia como esse, muitos intelectuais, artistas e políticos da elite paulista e carioca, imbuídos de interesses variados, descontentes com a política de Dom Pedro II e querendo "modernizar" o país, aliados a militares que compartilhavam dessa mesma ideologia, deram um golpe, conhecido como Proclamação da República.
Na verdade, esse processo republicano não era nenhuma novidade na política internacional e vinha sendo implantado em diversas partes do mundo, pois cabia bem aos projetos capitalistas de industrialização e modernização do mundo que chegava ao fim do século XIX com avanços tecnológicos incriveis. No caso do Brasil, essas idéias chegaram às discussões das elites, há tempos, por causa do contato com a Europa que se dava pelos portos e pelos trilhos dos trens.
A República mostrava-se uma alternativa interessante, ao passo que a monarquia passava a representar o atraso pelo fato de centralizar o poder e concentrá-lo nas mãos de poucos, não abrindo espaço aos burgueses, por exemplo. Essa idéia, foi retirada da Roma Antiga, quando os romanos decidiram que a melhor forma de administrar a coisa pública era descentralizando o poder através da divisão de cargos eletivos.
Além desse exemplo histórico, viria a experiência dos Estados Unidos, que desde a sua independencia, haviam constituído uma Federação, o que lhe permitira (em tese) um desenvolvimento rápido e eficaz em todos os sentidos, de modo que em fins do século XIX aquele país já dava pistas que viria a ser a nova potencia mundial. As teses republicanas realmente tiveram um embasamento e tanto!
Porém, a República na prática, não foi esse mar de rosas. Inicialmente, a miséria e a pobreza continuaram da mesma maneira que antes da troca do sistema de governo. Depois, o poder se concentrou nas mãos das oligarquias paulista e mineira e vieram o voto de cabresto e outras irregularidades.
Nesses 120 anos, a República brasileira viu alguns golpes militares, o estabelecimento de uma ditadura, o impeachment de um presidente, algumas reeleições, e, mais recentemente, o crescimento do neoliberalismo. Na atual conjuntura, nem mesmo é possível diferenciar os partidos políticos, pois na maioria dos casos, compartilham de posturas semelhantes, embora as bandeiras que defendam sejam aparentemente distintas.
Não apenas o conceito de república foi buscado na antiguidade clássica. Outro conceito que a envolve também tem origem nela. Nesse caso, na Grécia, nesse caso, a democracia. Seu sentido aqui, refere-se a liberdade de escolha e de ação do individuo na sociedade.
Nos dois casos, esses conceitos são amplamente discutíveis, pois tem uma distorção de significado, a medida que não respeitam ou gerenciam a vontade popular. Houve a mudança de sistema de governo, mas o poder continua concentrado na mão de uma elite, que hoje é burguesa e está a serviço do capital.
Vivemos dias em que o trabalhador, que é grande parte da população desse país, é explorado cotidianamente por toda uma cadeia de relações que passa pelas chefias e principalmente pelo governo, que cobra impostos caríssimos, retira seus direitos e usa recursos do povo para bancar o prejuízo das grandes indústrias. Uma república que deixa seus cidadãos no escuro da falta de compromisso e responsabilidade.
Enfim, é um dia pra pensarmos no muito pouco que temos pra comemorar, não é mesmo?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mara Manzan - saudades!


Hoje pela manhã, faleceu a atriz Mara Manzan, que trabalhou em diversas novelas da Globo, sendo sempre sinônimo de alegria, por dar vida a personagens cômicos e marcantes. Sua estréia na TV deu-se ao lado da saudosa Nair Belo, num núcleo especialíssimo que fazia parte da inesquecível novela A Viagem, de 1994.
Sua partida breve deveu-se a complicações cancerígenas e teve como ponto de partida o grande vilão da história da humanidade: o cigarro. Que a vida da atriz seja lembrada pelas grandes alegrias proporcionadas por papéis marcantes na dramaturgia.
Que a morte sirva para comprovarmos mais uma vez o quão prejudicial é o vicio do fumo para as pessoas que não se tratam desse mal.
Enfim, que para sempre possamos lembrar desse exemplo de vida, raça e superação, pois desde o início do tratamento há dez anos, Mara Manzan nunca desistiu de lutar pela vida e de acreditar em um milagre. Foi esse o segredo de uma sobrevida tão longa e sempre sorridente.
Descanse em paz, querida!

Madona, mia!

Madona está no Brasil, e dai? Ela é uma pessoa como outra qualquer, com as mesmas fraquezas e as mesmas necessidades.
Brasileiro tem mania de paparicar e encher a bola de quem não merece. É lamentável.
Fico envergonhada ao ver imagens que retratam pessoas histéricas que só fazem aumentar o ego de alguém que sequer conhecem.
Deixem-na em paz e poupem as nossas notícias dessa falta de conteúdo!!!
Como diz o Willian Boner no twitter: quem concorda comigo diga EU!

Apagão burguês:

Antes que o leitor pense que eu defendi o governo com relação ao apagão, é preciso deixar claro que eu penso que esse problema que ocorreu deve-se a ingerência dos nossos governos, sim. Porém, é patético ver a oposição querendo cobrar explicações sobre o ocorrido, quando eles próprios deram inicio a essa situação no início dos anos 2000, quando FHC estava em pleno segundo mandato.
Em outras palavras, pra mim são todos iguais. A incompetência dos partidos que estão no poder é a mesma. PT e PSDB tem as mesmas deficiências sobre vários aspectos, embora tenham origens históricas e ideológicas distintas. É lamentável, mas a esquerda desse país se endireitou. A exceção que há nesse meio é o PSTU, que continua com a mesma bandeira desde a sua fundação.
Voltando ao assunto, o que lamento profundamente com relação à isso tudo, é o fato de os poderosos se prevalecerem do blecaute para faturar às nossas custas. Digo e repito. Penso que o blecaute pode ter sido causado por falhas das máquinas, porque toda máquina é falível.
Se isso poderia ter sido evitado, é outra história, que compete aos especialistas no assunto. Eu, como leiga que sou nessa área, não discuto nem opino. Aceito o que houve e ponto.Até os estado-unindenses sofreram com um apagão recentemente e não será a última vez que as luzes se apagarão.
Agora, o que é irritante é ver todo o alarde em cima do blecaute, como se esse fosse o único problema do país. Como se tudo se resolvesse ao xingar essa situação. Ninguém fala no adiamento do ENEM e do SARESP, que na semana passada, por incompetência da empresa responsável, não ficou pronto a tempo, deixando milhares de alunos paulistas a ver navios na hora das provas.
Além disso, a indústria reclama porque deixou de lucrar milhões. Ontem vi uma reportagem em que se dizia que a Volkswagen deixou de fabricar não sei quantos carros. Sem citar as comidas de restaurantes caros que estragaram e assim por diante.
Ninguém fala dos trabalhadores cansados, que ao voltar do trabalho, tiveram suas vidas expostas a todo tipo de perigo. Enquanto se estragavam frutos do mar caríssimos, milhares de brasileiros não tem sequer um ovo para alimentar-se. É essa face burguesa do apagão que eu gostaria de refletir.
É bem verdade que não é salutar ficar sem energia elétrica, mas, quantos séculos o homem viveu sem ela? Pelo menos 19 nessa nova era (a era cristã). Mesmo assim, foram feitas as sete maravilhas do mundo. Não faz muito tempo, o interior do Brasil não tinha energia elétrica e todos viviam, casavam, tinham filhos, trabalhavam e eram felizes.
É bom ter acesso a todos os meios técnológicos da era pós-moderna, mas, é preciso repensar essa dependência, não é mesmo?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão, mais uma vez:

Quando faltava um dia pra eu completar 15 anos, a luz se apagou em boa parte do Brasil. Foi uma noite de sono gostoso, afinal o dia seguinte me reservava a data que toda a menina sonha. Era 11 de março de 1999 e o prenúncio de tempos dificeis, energéticamente falando. Depois desse primeiro blecaute, o Brasil tomou conhecimento das precárias condições em que se encontrava todo o sistema energético do país, que pra variar, enquanto crescia o consumo de bens ligados na energia, não se pensava em como ampliar essa estrutura e o colapso foi inevitável.
Os anos seguintes foram muito dificeis, porque tivemos de conviver com um racionamento de energia que acabou enfraquecendo politicamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sacrificando a todos. A seguir, vieram taxas caríssimas na conta de luz, que tornam o serviço caro e deficiente em diversas partes do país.
Ontem, novamente, a luz se foi e ainda não há explicação, pois há dez anos, era possível usar a falta de chuvas, a ditadura militar e coisas do tipo. Mas, e hoje?
Já escutei todo o tipo de explicação e nenhuma delas me convence. Os homens mais religiosos do governo (faz-me rir) disseram que foi a vontade de Deus. Como se Ele fosse responsável pelo mau gerenciamento que os homens fazem dos recursos naturais da terra.
Depois, veio como justificativa uma invasão de racker's e até mesmo outras coisas bizarras como uma retaliação de Fernandinho Beiramar e uma revolta do MST. Creio que em pouco tempo, acusarão qualquer cidadão comum pelo ocorrido, inclusive eu.
É impressionante que em tempos onde lemos nas bancas de revista que os carros movidos a energia se tornarão uma realidade, tenhamos que conviver com essa escuridão. Mas, essa escuridão é bem apropriada pra falar de Brasil.
Essa falta de luz até que ilumina, pois devido à ela, a imprensa teve conteúdo transbordante. Não se falou em outra coisa nos telejornais...
Além disso, os políticos aproveitaram pra aparecer e dar opiniões, como se fosse culpa exclusivamente de quem tem um mandato na mão e como se o passado nem existisse. PSDB cobrar explicação sobre apagão é piada... Mas, o povo não tem memória...
O fato é que isso serve pra refletirmos sobre os bilhões de dólares que são injetados no setor anualmente e que pode ter sido um defeito normal, que não deveria ter acontecido, mas aconteceu e milhares de pessoas foram afetadas e poderiam ter morrido por causa dessa falha. Que o episódio de ontem sirva para trazer soluções e não para esconder erros maiores e problemas profundos de uma sociedade que paga tantos tributos e mesmo assim não consegue ter segurança, saúde e educação dignas.

domingo, 8 de novembro de 2009

Intolerância na UNIBAN:

O que dizer da patética cena protagonizada pela aluna da UNIBAN (Universidade Bandeirante de São Paulo), no Campus São Bernardo do Campo, no último dia 22? Na ocasião, Geysi Vila Nova Arruda estava assistindo aula com seu minivestido, quando foi fotografada por colegas nesses trajes e a seguir sofreu uma humilhação pública, sendo xingada por milhares de colegas da faculdade.
Barbaridade. Esse é o primeiro termo apropriado. Ele se refere às grosserias cometidas por estudantes preconceituosos que em pleno século XXI, se preocupam com as vestimentas alheias.
São hipócritas que criticam o vestido da moça, dizendo que ele fere a moral e os bons costumes, mas, essas mesmas pessoas, muitas vezes, saem com prostitutas e travestis às escondidas. São pessoas que apontam o que consideram ser um erro da outra pessoa, para desta maneira esconder seus próprios erros.
Essa agressividade toda não combina com uma juventude que não quer ter compromissos quando o assunto é sexo. Não combina com uma sociedade individualista como essa em que a gente vive, onde mal se conhece os vizinhos de casa.
A atitude também reflete o preconceito contra a mulher. Ninguém achincalha gratuitamente um cara que exiba as partes do seu corpo em camisas abertas, por exemplo. Essas pessoas, devem provavelmente acreditar que quando um estupro acontece isso se deve ao fato de a mulher ter "provocado" o abuso. Como se ela fosse culpada pelo crime. Como se o homem fosse um animal que despertada a sua fome, tivesse esse direito.
Ontem, a UNIBAN expulsou a aluna, divulgando uma nota publicada em todos os principais jornais, para mais uma vez humilhar a aluna, colocando a opinião pública a par de um assunto que deveria ser resolvida na própria instituição. Os argumentos, obviamente são machistas e refletem o preconceito e a hipocrisia que estiveram presentes ao caso desde o início.
Fala-se que a Geysi teria um comportamento imoral há tempos. O que é moral, numa sociedade como a nossa? É vestir-se bem e roubar as pessoas, como fazem nossos representantes?
Muitos a acusaram de ser prostituta. Qual o problema? O fato de uma mulher vender seu corpo, não pode excluí-la do acesso à Educação. Na universidade em que estudei, por exemplo, havia muitas garotas de programa, porém, nunca tivemos esse tipo de problema, pois para a maioria dos estudantes, isso era problema delas e não nosso. Lembro-me que até mesmo travestis usavam o banheiro feminino e eram respeitados por nós, pois a nosso ver, quem estava conosco eram pessoas humanas, independentemente do gênero.
Que esse lamentável episódio possa nos fazer refletir a respeito de intolerâncias, preconceitos e conceitos como moral e ética. A essa altura da História da Humanidade não é mais possível conviver com os velhos paradigmas e hipocrisias do passado.
Se as pessoas querem viver a própria vida sem depender de ninguém, tem que encarar a vida das outras como algo que também não lhes diz respeito. Deixem a roupa dos outros, seus comportamentos e atitudes em paz!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O castigo de Requião:

É impressionante como a vida prega peças nas pessoas. Independentemente de condição social, credo religioso ou visão política. Basta uma fala ou escrita irrefletida e pronto!
Uma semana após a ridicula fala do governador do Paraná, Roberto Requião, em que este disse que tem homem tendo cancer de mama por causa da Parada Gay, ele sofre um acidente caindo de um palanque. O incidente demonstra, que ninguém é dono da verdade e que todo ser humano é frágil.
Que na recuperação Requião reflita sobre as besteiras que disse, pois além de demonstrar desconhecimento e preconceito, mostraram o lado arrogante de sua personalidade. É muito feio para um governador expressar todas essas características.
Melhoras, Requião!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Notícia comentada, do G1:

Hoje, tomo a iniciativa de comentar uma noticia publicada no site G1, que trata do falso aumento anunciado pelo governador José Serra. Para que o leitor entenda, a noticia publicada estará em itálico e o comentario em escrita comum.
O governador de São Paulo, José Serra, sancionou nesta terça-feira (27) o projeto de lei que prevê aumento de 25% para professores aprovados em exame. As primeiras provas de promoção serão realizadas no início de 2010. No dia 31 de janeiro, acontecerá a prova para diretores e supervisores. Nos dias 3 e 4 de fevereiro, serão avaliados os professores de 1ª a 5ª série do ensino fundamental e de 6ª a 9ª, respectivamente.
O projeto em questão, trata de uma nova lei, que institui aumento aos professores estaduais, prevendo para tanto uma avaliação de conhecimentos, ocorre que na lei também condiciona como critério uma permanência mínima na mesma unidade escolar de no mínimo 3 anos e 2 meses. Em primeiro lugar, essa prova é discriminatória, pois o governo sabe que seus profissionais não tem condições de estudar e "evoluir" na carreira devido aos baixíssimos salários. Em segundo, a permanência na mesma unidade escolar também é algo que poucos profissionais conseguem, principalmente os temporários, pois disso depende n fatores que independem da vontade do docente.
Além da falta de estimulo financeiro para que o docente possa estudar, é preciso que se registre que não há clareza quanto a tal avaliação, tanto no tocante de seus elaboradores, quanto na sua aplicação. Atualmente, a evolução se dá apresentando-se a documentação pertinente, tal como os diplomas, históricos, certificados, publicações, etc, que demonstram o nível de aprendizado do profissional.
Ora, o mesmo governo que implantou um sistema de avaliação progressiva (ou promoção automática) dos alunos, por pregar que uma prova não é suficiente para medir e avaliar a capacidade intelectual do aluno, quer avaliar de maneira quantitativa seus profissionais, o que é no mínimo incoerente, não acham?
Segundo a notícia, ficam de fora, por exemplo, professores do Ensino Médio.
Serão cinco faixas salariais. Os professores iniciantes, que recebem R$ 1.834, deverão esperar quatro anos para fazer a primeira prova. Depois da primeira prova, os professores com as melhores notas terão 25% de aumento e passarão para a segunda faixa.
Essa notícia vem com um dado errado: o salário-base de um professor iniciante, com 25 horas semanais, é de R$909,00 com as gratificações (que não foram incorporadas ao salário), tendo-se o ALE, chega-se no máximo a R$1.200,00 mensais. Eu gostaria que me fosse paga essa diferença impressa nessa notícia.
Após outros três anos, eles farão uma segunda prova e, se aprovados, terão mais 25%, e assim, sucessivamente, até a quinta faixa. Ao final de 12 anos, o valor dos salários poderá ser dobrado e alcançar R$ 7.000 no fim da carreira. Aquele que tiver baixo desempenho receberá apenas o reajuste tradicional.
Aqui, outra inverdade, pois a própria constituição federal prevê demissão de funcionários públicos que não tenham um bom desempenho nesse tipo de avaliação e a lei em nenhum momento cita qualquer outro tipo de reajuste convencional. O que está na lei é que o 20% mais bem classificados terão um aumento, desde que haja interesse pelo mesmo no orçamento anual do Estado.
A promoção para a faixa salarial seguinte será determinada por dois fatores: a prova e a análise dos anos anteriores.
Como foi escrito anteriormente: não se sabe que ou quais parametros serão adotados na tal avaliação.
A promoção poderá ser obtida pelos 130 mil integrantes efetivos do magistério. Os cerca de 80 mil temporários que se tornaram estáveis pela Lei 1.010 (SPPrev) poderão participar do programa quando cumprirem quatro anos de trabalho na rede.
Vale lembrar que estão na SPPrev os profissionais que ingressaram na rede, até julho de 2007 e os titulares de cargo. Os demais, estão excluídos.
Leitores, é assim que Serra governa por uma educação de qualidade.
Comentem. Abaixo, o link com a notícia na ìntegra:

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dia do Funcionalismo Público, importante:

Na próxima quara-feira, será o dia do funcionário público, data dedicada a milhares de pessoas que trabalham em repartições públicas, exercendo as mais diversas funções e cargos, que gerenciam e fazem grande parte da sociedade funcionar. No senso comum, o conceito de funcionalismo público, passa por pessoas que não se esmeram muito em cumprir com as suas obrigações, ficando horas a fio em bate-papos inúteis.
É bem verdade que esse perfil bizarro existe, mas, ele não é preponderante, ele dá conta de uma minoria de maus funcionários, que existem em todas as profissões e em empresas privadas, inclusive. A grande massa dos funcionários públicos desse país, é na verdade, composta por gente que se esmera em trabalhar mesmo sem condições dignas e com poucos recursos.
Não é incomum encontrar nas repartições públicas, falta de materiais básicos. Há muita gente que tira do próprio bolso o material que usa em seu trabalho.
A cada ano, esses profissionais são mais desvalorizados e sofrem ataques por parte dos governos neoliberais, que tentam extinguir suas carreiras, objetivando usar esse dinheiro em seus projetos, dando a desculpa de otimizar e reduzir custos (para sobrar mais capital, evidentemente).
Cada vez mais, os governos usam o nome gestor, para designar o papel do funcionalismo, dando a idéia de que esse corpo seja fundamentalmente de cumpridores de tarefas, usando como parametro as empresas privadas, estipulando metas a cumprir. Querem implantar uma produção psicológica de valores, a fim de transformar um enorme contigente de trabalhadores em máquinas, a fim de evitar seu pensamento reflexivo capaz de gerar cobranças e reagir ao sistema,
Últimamente, inventaram gestor em todos os locais. Hospitais e escolas são exemplos absurdos dessa nova ideologia de controle. Como exigir metas de um médico ou professor. Além de insano, absurdo, isso é imoral, pois tais profissionais não parafusam matérias primas. Trabalham com vidas, que são imprevisiveis e dinâmicas em essencia e atuação como um todo.
Por fim, quero registrar um fato curioso que demonstra tudo o que fora exposto até aqui. Kassab marcou a comemoração dessa data para a próxima sexta-feira, a fim de juntar a data ao feriado prolongado destinado aos Finados. Em contrapartida, Serra, deu o dia de hoje, para que seu funcionalismo descansase.
Aparentemente, são duas ótimas iniciativas, no entanto, elas prejudicam os funcionários que acumulam cargos nas duas redes. Isso demonstra a perversidade dos governantes, que de caso pensado, retiraram o sagrado descanso de seus colaboradores. As datas trocadas punem as pessoas que em busca de dignidade, se vem obrigados a trabalhar dobrado em busca de um salário decente.
Ninguém gosta de trabalhar 10, 12 horas diárias, a essa situação se expoem professores e médicos mal remunerados, mal assistidos, mal amparados, tendo como recompensa um trabalho de fome. Basta ver que os trabalhadores de limpeza pública (exceto os garis, que estão quase lá), ganham mais que os professores do Estado de São Paulo.
Que nessa data, se reflita sobre todas essas questões.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Kassab, um perfil bizarro:

Há poucos anos, ninguém sabia quem era Gilberto Kassab, um paulistano como tantos outros. No final da década de 90 do século XX, no entanto, esse nome surge em meio ao fiasco que foi a administração do ex-prefeito Celso Pitta para a cidade de São Paulo. Nesse momento, Kassab é o então secretário de finanças, num momento em que a cidade ve-se repleta de irregularidades nesse campo.
Tempos depois, essa figura reaparece como vice de José Serra que venceu a eleição e tornou-se prefeito da capital paulista. Nos primeiros meses e ano de mandato, pouco ouviu-se falar e muito pouco se leu a seu respeito na mídia, como um todo.
Finalmente, em 2006, Gilberto Kassab torna-se prefeito da cidade de São Paulo, indiretamente, quando José Serra se afasta do cargo para concorrer ao governo de São Paulo. Sendo assim, a cidade fica sob o comando de um desconhecido, cuja única referência era a ligação com o criminoso prefeito Pitta.
Entre suas ações marcantes, estiveram certas cenas deprimentes e patéticas, como o conflito com a Guarda Civil Metropolitana, uma quase surra num munícipe, que cobrava uma saúde digna na cidade. Após essas atitudes, pensando em reeleger-se, o prefeito muda completamente a personalidade e torna-se um homem doce, amável, amigo de todos (pobres e ricos).
Com um bonequinho simpático e milhões de reais numa das campanhas publicitárias mais caras da história, o prefeito vence a disputa e volta à ativa de antes. A cidade vê a primeira greve de GCM de todos os tempos, tem seus municipes desrespeitados com transportes deficientes e caros, cobranças de taxas e o anúncio de um IPTU até 352% mais caro para 2010.
Isso, sem falar da falta de reajuste salarial dos servidores e das precárias condições das ruas da cidade, que expoem os motoristas a um risco de morte iminente, mesmo com a cobrança do IPVA mais caro e da taxa de inspeção veicular. Pra fechar com chave de ouro, o prefeito e seu padrinho, inventaram uma obra nas marginais, que em pleno fim de ano tem transformado as avenidas da cidade em gigantes estacionamentos.
Esse é Kassab, o mais cotado para ser governador de São Paulo, tá bom pra vocês?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

15 de outubro - Dia do Professor:

Hoje é uma data especial, dedicada a homens e mulheres de valor, que querem ver a grandeza da sociedade e para isso, dedicam sua vida e saúde para isso.
Ser professor, é doar-se por inteiro, numa empreitada pelo desconhecido.
É embarcar em uma viagem rumo a inúmeros universos.
É dedicar-se, empenhar-se e muitas vezes conviver com a solidão e a ingratidão.
É não desistir jamais, mesmo quando faltam forças.
Muito mais que amor, é um ato de heroísmo e grandeza.
Porque, no dia-a-dia, convive-se com a calúnia, a inveja, o desprezo.
Ao querer o melhor de nossos alunos, somos vistos como seus inimigos.
Continua depois...

Roberto Justus, um novo olhar:

É impressionante, como a gente costuma rotular as pessoas, pelas aparências, por mais que a gente tente ver a essência delas. No caso do publicitário, apresentador e empresário Roberto Justus, aconteceu assim comigo.
Eu sempre o julguei como o tiozão que só gosta de gatinhas, porque só via a vida sentimental de um cara que namorou com a Eliana, casou com a Adriane Galisteu e depois repetiu o mesmo ato com a Ticiani Pinheiro.
Passada essa primeira impressão, veio a segunda, a do apresentador da Record, que era antipático e arrogante em seu programa O Aprendiz, em suas mais variadas versões. A meu ver, às vezes, a segunda impressão é tão importante quanto a primeira e foi esse o caso.
Porém, o Roberto Justus que tenho visto no SBT é diferente de todos os olhares anteriores. É um homem seguro no trabalho e que sabe conduzir com maestria um programa que envolve conhecimento, sem ser chato, muito menos arrogante.
Esse novo olhar, revela um cara sensível e dedicado, capaz de interagir com mais de uma sentena de pessoas, com carinho e simpatia. Sendo assim, a vida pessoal, o passado na TV são o que menos importam. O que tem importado é ver o programa e me deliciar com conteúdo e recheio.

Viver a Vida:

Há quase um mês, a Rede Globo vem apresentando uma nova novela no horário das nove. Novela essa, que escrita por Manoel Carlos, tem os mesmo ingredientes de sempre: Helena, Leblon, gente rica e o cotidiano das pessoas normais com seus incontáveis conflitos, afinal, seja rico ou seja pobre, todos sofrem por amor (ou falta dele), e tem contas a pagar.
O fato é que desta vez, o que está diferente, é a cor da pele da Helena, que é negra, da cor do pecado, mas, com uma postura fina, elegante, de uma mulher bem resolvida e que está tentando ser feliz e fazer as pessoas a sua volta conviverem em harmonia.
Tenho ouvido muito a imprensa e as pessoas detonarem essa nova trama. Sobre isso, quero dizer que isso é apenas mais uma novela do Maneco, e como tal, trata-se de uma ficção, mas que tem pontos que podem ser refletidos, como a questão da relação entre irmãos gêmeos, a anorexia alcoolica, as diversas crenças, mães que educam seus filhos com valores trocados, e assim por diante.
Thaís Araújo está bem sim, no papel de Helena. Agora, querem que o autor a mate. Matar, por quê? Por ser ela negra? Se fosse a Cristine Fernandes, a Helena, estaria melhor? Eu acho que não. Porque será que as pessoas só gostam de ver os negros nas novelas como prostituta ou faxineira?
Tá na hora de rever esses conceitos. A sociedade é composta de gente diferente, mas não é só no tom da pele. Cabe a nós, valorizar cada um pelo que é e não por questões irrelevantes.

MST - sinônimo de vergonha nacional:

Semana passada, foi mostrada na mídia uma imagem que diz mais que mil palavras: membros do MST detonando (literalmente), cerca de 5 mil àrvores. Sobre isso, quero expressar aqui a minha opinião.
Primeiro, é lamentável que um movimento social de tanta expressão histórica, que nas últimas décadas tenha sido tão importante, tenha se reduzido à disputa do poder e se banalizado tanto. Essa sigla, representava até bem pouco tempo atrás, pessoas ligadas à terra, que lutavam pelo direito de viver e existir através dela. Representava a batalha de gente honesta, que buscava simplesmente dignidade.
Representava, mas, há muito não representa mais. Assim como aconteceu com grande parte dos sindicatos brasileiros, o MST se rendeu à politica e a politicagem de gente que quer o poder e nada mais. A essência do movimento social, a luta e todos os lindos ideais que uniam as pessoas em comunhão pela terra, foram esquecidos no passado.
O que vê-se hoje, são pessoas rancorosas e negativas, que para conseguir seu objetivo passam por cima de qualquer um com um trator. Isso não é digno. Isso não é justificável. Isso é baixo, de mal gosto. Entristece as pessoas de bem.
A que ponto chegamos? Temos de concordar com a direita retrógrada desse país, que sempre rotulou os membros desse tipo de movimento como agitadores e vândalos.
Indignou-me, primeiro porque a terra em questão já tinha dono e uso. Que as empresas capitalistas sejam egoístas e só almejem os lucros, isso é fato, mas, independente disso, as àrvores que foram destruídas, eram vidas muito úteis. Ver milhares de àrvores derrubadas em tempo de aquecimento global, por pessoas que se dizem protetoras da terra, é o fim.
O mais grave, foi o saque e a destruição do bem alheio. Pessoas que querem o minimo para viver de cabeça erguida, não podem de maneira alguma protagonizarem um evento tão triste como esse. Além disso, está na mão desses homens e mulheres insanos, uma quantidade perigosa de venenos, que mal manipulados podem ser nocivos a muita gente inocente.
Enfim, quem diria? Eu que sempre os admirei, hoje os vejo com vergonha, uma vergonha nacional nesse país, como tantas outras.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio: Cidade sede Maravilhosa!!!


Num dos momentos de maior emoção que já presenciei, foi anunciado o Rio como cidade sede das Olimpiadas de 2016. Na capital dinamarqueza, em um clima muio caloroso, a cidade sagrou-se vencedora frente à concorrentes de peso como Tóquio, Chicago e Madri.
Para a disputa, foi feito um vídeo belíssimo que mostrou as belezas da cidade e a alma do povo brasileiro. Em discurso após a vitória, o presidente enalteceu as qualidades do país e disse estar emocionado, por saber se tratar de um momento histórico e por ser esta a resposta mais adequada aos que tratam o país como sendo de segunda classe. Por fim, Lula disse que hoje o Brasil adquiriu sua cidadania global.
Claro que o nosso país enfrenta inúmeros problemas provenientes da miséria, e isso é sério e deve ser combatido pela sociedade, mas, nem por isso, devemos ser contrários à eventos como esse que dignificam e elevam o nome do país. É contra esse tipo de campanha que Lula discursou.
Favelas, fome, criminalidade, não são exclusividade do Brasil, muito menos do Rio de Janeiro. Esses elementos são comuns à paisagem urbana de qualquer cidade grande do mundo. Claro que há lugares em que se lida melhor com a situação adversa. Porém, não podemos depreciar a nossa própria imagem.
Fiquei encantada com a campanha feita por artistas, atletas, anônimos, etc. Agora, temos que continuar na torcida pra que tudo dê certo e para que os investimentos favoreçam e muito quem reside nessa cidade maravilhosa e encantadora que é o Rio de Janeiro.
Cidade essa que teve seus momentos de glória, no passado, quando abrigou a corte joanina. Que viveu uma monarquia de altos e baixos. Que viu o golpe da república e uma série de crises sociais e políticas, até que destituída do título de Capital Federal, viu-se perdida em meio à violência e ao descaso das autoridades.
Que esse novo momento, traga um novo fôlego e com ele um novo ânimo, para que o Rio volte a ter o glamour e a dignidade como objetos principais de matérias jornalisticas e não as tragédias promovidas pelo tráfico de drogas.
Viva o Rio!!!

Sidarta, o neurocientista!

Semana passada, estive num evento interessantíssimo, que ocorreu no MASP, em comemoração aos 5 anos da revista Mente e Cérebro. Na ocasião, estiveram presentes a uma mesa de debates, um educador, um neuro-cirurgião, uma psicanalista e um neurocientista.
Em suas exposições, cada debatedor falou sobre o melhor método que usa para produzir conhecimento e como esse método pode facilitar a aprendizagem, usando todos os recursos do cérebro para tanto.
Todas as falas foram interessantíssimas, mas, uma chamou especial atenção de todos. O jovem neurocientista Sidarta, que conseguiu se fazer entender mesmo pelos leigos em medicina, como eu, para explicar seu trabalho que aproxima a neurociencia de Freud, que foi ao longo do século XX esquecido e desconsiderado pela comunidade científica.
Mesmo com a pouca idade, o pesquisador mostrou segurança e propriedade e deu uma aula valiosa a todos os presentes, encantando também por sua simplicidade e humildade. Mostrou suas pesquisas em laboratório e suas descobertas, realizadas em trabalhos feitos dentro e fora do país.
O que mais tocou no entanto, foi o fato de esse profissional valoroso ter se desenvolvido fora do eixo Rio-São Paulo, provando que a ciência tem alcançado espaço em vários estados brasileiros. Nesse caso, sua origem é o estado nordestino do Rio Grande do Norte. Que esse exemplo possa servir para demais cientistas das outras partes do país.

Rio 2016!




Será anunciado hoje, a nova sede das Olimpíadas de 2016, em Kopenhagen, na Dinamarca. Participam da disputa, cidades como Tóquio, Madri, Chicago e claro, a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro.

Desde a manhã dessa sexta-feira, as emissoras de tv transmitem a decisão do COI, mostrando os principais momentos da reunião que decide o destino de um povo e a tristeza dos demais. É emocionante seguir cada passo dessa escolha.

Confesso, ter ido às lágrimas, com a apresetação do Rio. Primeiro, porque o que vimos foi união e sincronia entre os nossos representantes, tanto os esportistas, quantos os políticos. Os discursos foram tocantes e refletem uma dignidade e uma auto-estima nunca antes vista por aqui.

Mesmo com todas as críticas que tecemos contra o Lula, não podemos deixar de elogiar a firmeza de seu discurso sobre o povo brasileiro, enaltecendo as nossas qualidades de um povo que sabe acolher a todos de braços abertos e ao mesmo tempo, superar as dificuldades com alegria. Dando uma aula ao mundo de como tratar bem as pessoas.

Essa convicção do nosso representante maior, nos encoraja, nos anima e nos dá esperança, pois, agora podemos de cabeça erguida ir para uma disputa como essa. Temos a firmeza de quem tem uma grande economia e sabe da sua capacidade. Confesso me sentir orgulhosa ao ouví-lo falar em português e ser respeitado e ouvido por todos, coisa antes que nem imaginávamos posível.

Mas, o que mais chamou a atenção, foram as imagens belíssimas de uma cidade encantadora, capaz de unir todos os povos em si em torno da maior celebração do esporte. Atletas de todas as nacionalidades de mãos dadas, foi a maior demonstração de que é possível o mundo residir no Rio em harmonia.

Em 2007, eu estive no Rio durante a realização dos Jogos Panamericanos e vi na cidade um clima de generosidade e esperança que eu nunca havia experimentado ali. Tudo funcionou em sincronia. Houve uma certa deficiencia nos transportes, mas nada que agravasse ou comprometesse as competições. O Rio se preparou e não deveu em nada a outras grandes cidades que sediaram o evento.

Acredito que daqui a sete anos, estarão fortalecidos pela experiência do Pan e pela Copa do Mundo de Futebol, de maneira, que tudo funcionará como tem que ser. Essa oportunidade, dá dignidade há milhares de trabalhadores informais e atrai investimentos muito bem-vindos à capital fluminense. Principalmente na área de infra-estrutura e segurança pública.

O Rio de Janeiro hoje é o Brasil. Eu amo o Brasil. Viva o Rio!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sobre o cancelamento do ENEM:

Hoje, assim como a maioria dos brasileiros, fui surpreendida com a notícia do cancelamento do ENEM. O motivo, óbvio: o vazamento do conteúdo da avaliação.
Sobre isso, tem vários pontos de vista que devem ser vistos. O primeiro, o prejuízo causado à alunos, professores e familiares de ambos, que vem se desgastando emocionalmente, por conta da avaliação que esse ano ganhou status de vestibular, e que seria realizada em dois dias, tendo cerca de 180 questões, que consistem em mais que o dobro que nas avaliações anteriores, que ocorrem desde 1998.
Naturalmente, esse desgaste não será ressarcido, porém, a atitude do MEC foi digna e louvável, pois não se pode permitir que uma prova de tamanha magnitude, se realize em meio a confirmação de que seu conteúdo foi negociado. Espera-se que sejam tomadas as providências cabíveis e que elas sirvam de exemplo, para que um vexame desses não mais se repita.
Não se pode esquecer também, que pode haver por trás de tudo isso, a questão politica, visto que haverá eleição presidencial em 2010 e um fato como esse interessa e muito à oposição. Por outro lado, isso afetou um universo de mais de 4 milhões de pessoas, de modo que seja qual for o motivo, é preciso que essas pessoas mantenham a calma e aproveitem a nova data, para estudar um pouco mais.
Por fim, deve-se repensar o atual método de avaliação e entrada na universidade. Depositar toda a confiança em uma prova simplesmente, tem demonstrado sua fragilidade, ainda mais, num país em que impera a cultura da corrupção e da falta de caráter, em que funcionários públicos, pessimamente remunerados (de todos os setores e esferas), vendem a sua dignidade e não admitem a culpa, justificando seu erro com o descaso das autoridades que os comandam.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Professor: adoecer é proibido!

Há meses atrás, eu escrevi sobre a lei de faltas do governo de S. Paulo, que limita as faltas médicas dos servidores. Ela preve 6 faltas anuais por ano, para que os servidores possam ir ao médico. Além disso, só os servidores que possuem carga completa no magistério, é que podem dar atestados de horas.
O problema está que com doença não se brinca e não dá pra prever quando se adoecerá e nem como será a evolução desse quadro e assim por diante. Em poucas linhas, vou relatar o que se passou comigo, semana passada.
Desde o domingo (13), eu sentia a garganta arranhar. Na segunda-feira, com falta de ar e me sentindo muito mal, com o corpo mole, me dirigi ao médico. Lá chegando e relatando esses sintomas, o médico, disse que eu estava ótima para trabalhar e que se falta de ar fosse motivo para afastar um servidor, toda a categoria estaria afastada.
Sendo assim, no dia seguinte, fui trabalhar, em meio ao pó de giz e a toda a poeira que é característica das escolas em geral. Ao ter aspirado o pó de giz, fui piorando mais e mais. Na quarta, meu dia de folga, mesmo em meio ao sol de rachar, eu sentia muito frio.
Na quinta, fui a uma reunião do sindicato, que abonou minha ida à escola, mas, a falta de ar só aumentava. Na sexta, já sufocando, voltei ao mesmo médico, que me deu dois dias de atestado e pediu que eu fosse de S. Miguel (com falta de ar) ao Ibirapuera passar por um pneumologista. Prefiri voltar pra casa e descansar.
Sábado, descansei o dia inteiro e melhorei um pouco. No domingo, ainda com alguns sintomas de gripe, continuei com repouso. Já recuperada, voltei a trabalhar normalmente na segunda-feira.
Porém, ao ir apresentar meus atestados, fui informada de que um deles seria invalidado e eu deveria tomar falta, pois o decreto do governador, estabelesse a proibição de faltar mais de uma vez no mês. Em outras palavras, é proibido adoecer.
Mas, o que não é proibido, é lançar faltas irregulares, pois a reposição das aulas, refere-se ao periodo de recesso, onde, não se foi trabalhar por determinação da Secretaria da Saúde. Além disso, os médicos não cumprem com as orientações dadas às escolas, na volta às aulas em meio à pandemia, em que se dizia que o professor com qualquer sintoma de gripe, deveria ser afastado.
Pra encerrar, devo dizer que falta de ar, não é algo grave, pelo menos não em S. Paulo, por determinação do governador. Fala sério!

Punição docente em Porto Alegre:

Desde ontem, a televisão noticia um caso curioso ocorrido em Porto Alegre: a punição de uma professora dada a um aluno delinquente, que pichou a parede da escola, logo após a mesma ter sido pintada à custa de muito sacrifício da comunidade. Ao ver o ato de vandalismo do aluno, a professora, exigiu que o mesmo reparasse o dano causado, pintando a parede.
Tal ação, foi registrada por alunos e divulgada na internet, o objetivo, era transformar a profissional numa espécie de monstro perante a sociedade. A mãe do aluno, foi a TV, dar entrevista, dizendo que o fato constrangeu o seu filho: uma criança de 14 anos.
Primeiro, quero registrar o meu apoio a essa professora, por seu ato de coragem. Algo cada vez mais raro no magistério nos dias atuais, devido ao medo e ao constante assédio moral que sofremos por parte de nossos superiores. Ela agiu com a firmeza necessária para educar, coisa que sua mãe não teve até os dias atuais, pois o ato do filho reflete a inconsequência própria de quem não tem limites.
Criança é todo ser indefeso, inocente, que age por impulso diante das situações da vida, pois não tem experiência suficiente para tomar as atitudes corretas ou coerentes, frente aos desafios cotidianos. Aos 14 anos, todas essas características já não descrevem um jovem, pois este sabe muito bem o que faz, como faz. Vive uma fase da vida chamada de adolescencia.
É bem verdade que a adolescência é uma fase de conflitos, dúvidas e incertezas, mas, isso não os exime das resposabilidades e cobranças, como com relação aos estudos e ao próprio trabalho, pois, nessa idade, muitos são aprendizes.
Essa mãe, está colhendo o que plantou. A vergonha nacional, por não ter imposto limites ao seu filho. A opinião pública, está de parabéns por ter entendido o que se passou. A psicopedagoga que opinou a respeito do assunto, hoje de manhã, errou pois ela sabe que punir também faz parte de uma construção pedagógica que vai além da escola e serve para a vida inteira.
É bem verdade que a família é responsável pela educação moral e ética das crianças e jovens, e que a escola tem que formá-los, mas, quando a família não faz a sua parte e a escola não coloca freios nesses jovens sem limites, é a polícia quem o faz. Chega de escolas omissas!!!

Buracos da vergonha:

Há muito tempo, a cidade de S. Paulo convive com um problema sério, de dificil solução: os buracos. Espalhados por todos os cantos da cidade, são bem democráticos. Não escolhem bairro, rua, etc. Estão por toda a parte. De norte a sul da cidade. Destroem rodas, causam acidentes, mas estão sempre presentes.
Na minha doce ilusão, eu pensava serem os buracos um privilégio da rua estreita e movimentada, em que trabalho. Rua que além dos inúmeros buracos que aparecem cotidianamente, é repleta de remendos. Sobre os remendos também, há muito o que falar. É impressionante, mas a SABESP sempre esburaca as ruas quando o seu asfalto está perfeito. Basta arrumarem o asfalto de uma rua, para os homens dessa empresa virem com suas picaretas, quebrarem tudo e fazer novos e perigosos buracos.
Digo isso, porque nascida e criada em São Paulo, só é o que tenho visto, desde sempre são asfaltos mal feitos, que quando não rompem por causa do excesso de peso, são causados pela SABESP e às vezes pela própria prefeitura.
No domingo a noite, ao fazer um passeio familiar, me impressionei, ao constatar que as principais ruas e as principais avenidas da cidade, estão em situação caótica, cheias de buracos, que além de colaborarem com o desgaste mais rápido das peças dos carros, também expoem ao perigo a vida de milhares de pessoas, que num momento infeliz, podem perder o controle e ter sua vida interrompida.
A avenida 23 de maio, por exemplo, está péssima, em vários trechos, depois de acessada a partir do túnel do Anhangabaú, no sentido bairro. No sentido centro, a mesma coisa. Além disso, ao tentar acessar a rua Vergueiro, há um desnível escandaloso, que faz o carro balançar perigosamente, podendo causar um capotamento.
Agora, o que eu me pergunto e o leitor há de concordar: pra onde vai o dinheiro do IPVA? E as outras taxas e impostos pagas pelo contribuinte paulistano. Só a conta de luz, pe um roubo, pois nela a gente paga ICMS, Cosip e uma taxa pra iluminar as ruas. Algo que acrescenta uns R$ 13 reais por mês em cada conta de cada municipe dessa megalópole.
É uma vergonha, a maior cidade do país, receber com tantos buracos seus visitantes. Eu que apresentava a cidade a uma parente, no domingo a noite, fiquei com vergonha! É isso!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Educação em panorama pessimista:

Ontem estive numa reunião da APEOESP, em que se escolhiam delegados para a próxima Conferencia de Educação da entidade, a ser realizada em novembro. Na ocasião, dois debatedores refletiram a cerca das politicas empreendidas pelos governos com relação à formação da sociedade.
As colocações, embora muito pessimistas, fizeram bastante sentido diante da atual conjuntura. Nas reflexões a cerca da administração neoliberal e a educação, foi dito que a inclusão propagada nos anos 90, objetiva mesmo é excluir os novos alunos, dando à educação um caráter instrumental.
Com relação à perda gradual de autonomia dos mestres, que vem ocorrendo ano a ano, através dos novos projetos governamentais, ela tem haver com uma ideologia que pressupoe criar cidadãos que não reflitam e nem tenham criticidade, dessa maneira, eles não serão empecilho para empresas e governos, responderão positivamente ao que deles se espera, não se revoltando contra patrões.
A educação do futuro, será menos criativa. Formar jovens em esquema empresarial, é uma realidade cada vez mais próxima. Cada vez mais os governos falam em educação usando o termo gestão, como sinônimo de administração escolar. O objetivo oficialmente é otimizar o processo e reduzir custos. Porém, o que se espera mesmo, é um maior controle do sistema educacional, para que as salas de aula, não representem um perigo aos projetos neoliberais, que não é composto apenas do governo, mas, também, de empresas e outros setores.
O que é triste, é perceber que muitos profissionais colaboram com esse processo, não questionando as novas políticas educacionais e sendo agentes dessa nova ideologia. Fazem parte do jogo, sem nem ao menos resistir a esse processo. Aqui, não se trata de uma resistência irrefletida, mas, de um grito de alerta para que a sociedade saiba que está sendo vitima de um controle que tende a crescer cada vez mais.
Se nos tempos de ditadura, as pessoas se alienavam com relação ao governo por medo de sofrer retaliações, no futuro, nem esse medo persistirá, porque suas vidas se resumirão a cumprir ordens e sobreviver, apenas isso.
Na educação pública, já existe uma corrente que pensa em tornar os professores das escolas públicas polivalentes, excluíndo-se as disciplinas e impondo um ensino por áreas do conhecimento, para que no fim das contas, muito desse conhecimento seja disperso. Isso é colocado, com a falsa justificativa de interdisciplinaridade.
Por outro lado, os alunos das melhores escolas do país, continuarão a receber a educação com suas particularidades e generalidades. Na prática, só muda para as camadas mais pobres, para que essas obedeçam. Os que mandam, continuarão a receber incentivo para tal.
Essa é um baita reflexão, não acham?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Violência em Araçariguama:

Desde ontem, os telejornais e a internet repercutem uma notícia que se aplicaria à qualquer estudo de caso da Idade Média. Uma briga entre duas adolescentes de 15 anos, em que uma delas é incentivada pela própria mãe a agredir sua rival.
O fato, que é bárbaro, poderia ter sido protagonizado por qualquer godo, visigodo ou ostrogodo, do passado. Mas, o que chama a atenção é a educação dada pela progenitora dessa garota, que com palavras de ordem, clamava por mais violência, orientando a agressividade de sua filha.
Isso é mais que absurdo. É imoral, é ilegal, é nojento. Como pode, uma pessoa adulta agir de maneira inconsequente, como essa senhora?
Ela reflete essa sociedade doente em que a gente vive, onde não há mais valores, ética, respeito, etc. Onde o que vigora é a lei da vantagem. Onde as pessoas querem se sobressair das situações, com uma sensação de vitória montada sob a falta de caráter, a perversidade, a maldade mesmo.
Essa cena lamentável, infelizmente, não foi a última. Ela certamente se repetirá em breve, porque as famílias não cumprem mais o papel de formar individuos valorosos. Quando há famílias, elas se preocupam muito mais com a individualidade de cada um, que com a formação do todo para melhorar o mundo.
Como educadora, tenho visto, em alguns anos de magistério, pessoas geradas de qualquer maneira, sem carinho, sem orientação. Recebo todos os anos, em minhas salas de aula, milhares de jovens perdidos, carentes, confusos, tristes, sem destino. Eles nos agridem com palavras e gestos insanos que são reflexo do descaso com que são tratados.
Assim, vemos muitos talentos se perderem e muitas rotas de vidas que tinham tudo para ser brilhantes, interrompidas pelo final da vida ou por caminhos que calam e sufocam essas grandezas. São filhos desse tipo de mãe, que não tem algo melhor para oferecer.
As cenas que vi, muito me entristeceram, pois há anos atrás, estive em Araçariguama, uma bela cidade do interior de S. Paulo, localizada às margens da Rodovia Castelo Branco e ao lado de Pirapora do Bom Jesus, para fazer um trabalho de campo à respeito da cultura rústica, quando eu ainda estava na graduação. Lá, tive contato com pessoas maravilhosas que deram contribuição importante para um aprendizado acadêmico e de vida.
Que esse fato lamentável possa ao menos servir para propor à sociedade uma reflexão a cerca de todos os pontos que expus anteriormente e que as pessoas possam ver o que enfrentamos cotidianamente nas salas de aula do país.

domingo, 13 de setembro de 2009

Barrichelo: emoção nas manhãs de domingo.



Depois de anos, o piloto de Fórmula 1, Rubens Barrichelo, volta às manchetes esportivas como protagonista de vitórias e momentos de muita emoção. No campeonato 2009, que tem se mostrado diferente e emocionante, o brasileiro vem roubando a cena nas últimas corridas, dando um show nas pistas.

Esse momento de graça, é merecido, pois Rubinho há muito luta por um lugar ao sol na Fórmula 1. Quando Airton Senna faleceu, as esperanças de ver o esporte crescer ficaram com o jovem piloto. No entanto, seus primeiros anos de carreira foram difíceis, em equipes de pouca expressão, como a Jordan e a Stwart.

Somente no ano 2000, quando Rubens Barrichello foi contratado pela Ferrari, as coisas começaram a mudar. O talento e o brilhantismo do atleta passaram a ser reconhecidos. Porém, seu companheiro de equipe era uma lenda viva do esporte: Michael Shumaccher, que atraía para si vitórias, títulos e todos os holofotes.

Sua saída da Ferrari, em meados dessa década, fizeram com que muitos dessem por encerrada sua carreira. Esse sentimento ganhou força ano passado, quando Rubinho saiu da BAR e não teve contrato com nenhuma equipe. Nesse momento, surge uma nova equipe: a Brawn GP, que mudou a história da Fórmula 1 ao ganhar as primeiras equipes da temporada, com o companheiro de Rubinho, Jason Button, que até certa altura do campeonato, mostrava-se imbatível.

Mas, como tudo pode mudar e o esporte em si é uma caixinha de surpresas, Rubinho embalou no campeonato e depois de duas grandes vitórias no campeonato, está chegando próximo ao líder Button, tendo a chance real de vir a se tornar campeão pela primeira vez em sua carreira. A vitória do Brasileiro em Monza, pela terceira vez, na carreira, demonstra seu merecimento e contraria os invejosos que teciam críticas destrutivas ao seu trabalho.

Parabéns Rubens, só você é capaz de mudar a sua História.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ela está de volta!

Depois de meses, sentindo sua ausência, Olga Bongiovanni volta à cena, na TV brasileira, numa nova empreitada. A frente de um novo programa, na TV Aparecida, a apresentadora ressurge sob uma nova proposta, que consiste numa alternativa no horário nobre.
O programa que recebe o mesmo nome da apresentadora, tem paltas interessantíssimas sobre diversos assuntos de interesse público. É uma proposta leve em meio a tantos programas sensacionalistas ou novelas, ou seja, uma alternativa em meio à mesmisse de sempre.
Na estréia, imagens belíssimas e um texto brilhante, com a marca da apresentadora, sempre muito talentosa. Em tempos de discussão à respeito da necessidade ou não da graduação em jornalismo, para atuar nos meios de comunicação, Olga Bongiovanni esbanja talento e mostra que conhecimento atrelado ao talento é fundamental.
Nos primeiros programas, além de entrevistar padres inteligentes, que são a marca da emissora, o telespectador pode conferir entrevistas de extrema relevância, como a que tratou sobre a nova gripe, a participação de Netinho de Paula e Pe. Fábio na cozinha.
Enfim, de agora em diante, a Tv brasileira fica mais rica, com essa mulher batalhadora, símbolo da inteligência do nosso povo. Parabéns a TV Aparecida por essa aposta brilhante.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tony Ramos - o melhor ator:




Certas coisas são verdades absolutas. Impossíveis de se contestar. O fato de Tony Ramos ser o melhor ator, é uma delas.

Que talento, que emoção contagiante. Quanto mais o tempo passa, melhor ele fica, tal qual o melhor dos vinhos. Ver o seu trabalho é saborear a arte da interpretação em todas as suas nuanças. Ele nos dá de presente sua própria alma.

Ver suas cenas em Caminho das Índias, são um presente. Assisti-lo no teatro, um privilégio. No cinema, é uma dádiva.

Que felicidade ter como compatriota um homem tão especial. Tony Ramos é um verdadeiro patrimônio nacional, através de seu belo trabalho, ele nos dá orgulho e satisfação por sermos brasileiros como ele.

Sua doçura e delicadeza, são bons exemplos, numa terra que tem tantos motivos para se entristecer, como políticos ridículos, falta de saúde, educação e segurança, etc.

Por isso, viva Tony Ramos!

Enchente em S. Paulo:

Ontem, choveu muito na capital paulista. Segundo os metereologistas, o indíce pluviométrico de um dia foi o mesmo que o esperado para todo o mês de setembro. Um fênomeno natural, capaz de impressionar cientistas, grandemente.
Esse assunto, pode ser amplamente discutido, pelo viés da metereologia, da geologia, e assim por diante. É obvio que esse fato é reflexo do descuido das pessoas com o meio ambiente e das autoridades, com o uso do espaço público, mas, é preciso refletirmos sobre todo o contexto e repensarmos nosssas atitudes com relação a essa problemática.
Hoje, muito se discutiu a respeito e muito se falou. Das autoridades, vieram certas pérolas, como a declaração de Serra, que devemos rezar para não chover. Rezar, é um hábito saudável, mas, também tem seus limites.
Deus não é o culpado pela irresponsabilidade com que é gerida essa cidade há séculos. É muito fácil responsabilizar o Criador, pela enchente. Difícil é combater essa tragédia no cotidiano. Difícil é investir em obras inteligentes, educar a população e mudar essa cultura de descarte irresponsavel, que é uma das grandes culpadas por essas tragédias que vemos na TV.
O poder público, fecha os olhos à população das periferias, deixando-as isoladas em áreas de riscos, e não impedindo sua instalação nesses locais de risco. Aparecem apenas com medidas paleativas, que amenizam, porém, não solucionam o problema.
Por outro lado, a população também colabora com essa situação calamitosa, porque não cuida do meio ambiente, polui as águas, joga objetos não utilizados de qualquer maneira. Age como se os recursos naturais fossem inesgotáveis, não são.
Enfim, o que vimos ontem, foi produto de todas as nossas irresponsabilidades, de agressores ambientais e de eleitores inconscientes. O planeta está vivendo uma metamorfose climática, é preciso que voltemos nossa atenção para esse fato, tanto nas ações e na cidadania.
Ser cidadão não é apenas inserir um voto na urna, mas, zelar pelo bem de toda a sociedade, seja nas simples ações, ou nas grandes atitudes. Pensem nisso.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Aniversário de Itaquaquecetuba:

Que Deus é brasileiro, todo mundo sabe. Mas, tive essa confirmação hoje. Ontem, foi o Dia da Pátria, em que as pessoas lembram da Independência, uma data emblemática e altamente discutível, mas, deixemos as polêmicas pra lá.
Nessa data triunfal, se comemora o aniversário de Itaquaquecetuba, um municipio grandioso na Grande S. Paulo, que compoe a região do Alto Tietê. Pra quem não sabe, essa região é importante, porque por ela passaram bandeirantes e o próprio imperador do Brasil, D. Pedro I, nas suas inúmeras viagens de S. Paulo para o Rio e vice-versa.
Itaquá, como é conhecida, é uma cidade populosa, que tem dificuldades comuns a todas as cidades grandes do país, mas, que tenta manter tradições típicas do interior do Brasil. Foi lá o cenário de um belíssimo espetáculo, visto por muitos privilegiados, entre eles: eu.
Na manhã ensolarada, dada por Deus (basta lembrar que tivemos um final de semana chuvoso e que hoje, chove até o ponto de termos tragédias, infelizmente), entre desfiles de escolas, creches, grupos de teatro, dança, etc. eis que se apresentou uma Banda Marcial, regida por um maestro que entregava-se de corpo e alma à música que regia.
Mágica, fantástica, sencional, emocionante, magnífica, esplêndida... são essas, palavras que se esforçam em definir o indefinível. A beleza de uma música belíssima, feita a partir de instrumentos grandes (aparentemente rudes), mas que soou sublime, suave, gostosa de ouvir.
Os protagonistas desse momento único, são pessoas simples, um povo sofrido, que por tempos viveu isolado, longe da grande metrópole, mas, que tem agora, uma equipe apaixonada pelo que faz e composta de homens e mulheres guerreiros, que fazem a diferença através da arte e cultura.
Quero expressar aqui todo o meu encanto ao maestro Daniel Rodrigues, ao secretário de Cultura de Itaquaquecetuba, Jandir Jorge de Souto, um homem de caráter, obstinado, perseverante, que reergueu a Banda Marcial da cidade, fornecendo-lhe estrutura suficiente, para que ela seja hexacampeã nacional, consistindo num orgulho para todos que acompanham esse trabalho.
Pra finalizar, devo dizer que esse dia maravilhoso, foi coroado com um evento muito bem organizado, por uma equipe competente, que são os componentes da prefeitura daquela cidade, que tem feito sua XI Festa do Peão Boiadeiro, com uma super estrutura e organização, tudo para garantir conforto e segurança para as cerca de cem mil pessoas que visitam a festa, a cada noite.
O rodeio, foi emocionante, com a disputa dos cowboys, que se esforçaram no lombo de animais valentes. A veterinária do evento garantiu o tempo todo o bem estar dos animais envolvidos. Os peões deram um show, demonstrando coragem e deixando o público aflito em certos momentos. Realmente é um esporte intenso e cheio de adrenalina.
Por fim, houve um show lindo, de um cantor que sabe como encantar seu público, através da simpatia, do carisma, da presença no palco, da simplicidade e, principalmente, do talento. Escrevo sobre Daniel, que a cada ano se renova como artista e brilha cada vez mais merecidamente.
Creio ter escrito o suficiente.