sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Consciência Negra? Como assim?

Há cinco dias atrás, em um outro artigo, eu escrevia sobre o fato de aquele ser o dia da Proclamação da República e a maioria das pessoas não perceber aquele fato. Hoje, ao contrário, milhares de pessoas sabem da data e da importância dela para o nosso país.
É dia de conscientizar-se a respeito do papel valoroso que os negros e negras tiveram na construção do nosso país ou da nossa nação. Foi por eles que um ambicioso projeto de colonização deu certo. É óbvio que os meios e caminhos para implementá-lo foram dificeis e tortuosos. Seus objetivos foram alcançados graças a dor, sofrimento e muito sangue. Isso é inegável, mas é fato.
O que não se pode é esconder e deixar de refletir sobre essa nossa origem negra. Origem presente na nossa cultura, cotidiano e na vida em geral. Ser negro e ser brasileiro fazem parte de uma mesma raiz. A nossa raiz. Todos nós temos a negritude na àrvore genealógica, na cultura, nas palavras, na música, na culinária, nas vestimentas e assim por diante.
O dia de hoje reflete sobre um acontecimento triste e doloroso que aconteceu no nordeste do país, em 1695, quando um homem resistiu ao sistema politico e economico vigentes. A morte de Zumbi, fundador do Quilombo dos Palmares, não encerrou uma vida, mas abriu seu sonho de liberdade a milhares de pessoas ao longo dos séculos.
Felizmente, nos últimos anos a realidade do negro tem sido posta na sociedade em pé de igualdade nas discussões. É evidente que o preconceito ainda existe, mas, em menor escala e hoje já é possivel falar até em negros burgueses!
Muitas conquistas são evidentes, pois os negros estão em todas as partes da sociedade, da base ao topo. Seja na política, nas universidades, nas empresas, cada vez mais personalidades afro-descendentes se destacam. No esporte e na arte esse destaque está cada vez mais consolidado. É possível ver a atuação de uma mulher negra protagonizando brilhantemente uma novela das oito na Globo.
Mas, é preciso mais. Muito mais. Cada vez mais. Atualmente a academia se esforça para incluir a África na historiografia e no ensino básico. Muitos trabalhos estão sendo produzidos, de artigos a teses. Há também a obrigatoriedade do ensino de História da Africa nas escolas, embora não haja ainda cursos de capacitação para os profissionais de educação. Por isso, é preciso que se cobre tais ações e que os próprios professores se conscientizem que a História do Brasil tem muito mais haver com a História da África que com a Antiguidade Clássica.
Que o dia de hoje sirva de reflexão para todas essas questões. Viva Zumbi!!!

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