quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010 - balanço final:

Estamos no momento final de ano que teve todos os ingredientes para ser inesquecível nas nossas vidas pessoais e na nossa sociedade. Refiro-me ao Brasil e ao mundo.
Iniciamos nossa jornada com algumas tragédias, como os desabamentos em Angra, na Ilha Grande e o destruição de grande parte de S. Luis do Paraitinga. Depois, veio o terremoto que devastou o Haiti. Muita dor e sofrimento num janeiro só.
Depois, veio o carnaval e o país voltou a funcionar pra valer. Depois da quarta-feira de cinzas, muitos impostos (como sempre) e uma correria danada na vida de todos. Na política externa, muitos acordos e reuniões internacionais. O ano prometia fortes emoções.
A seguir, veio o mês de março e com ele, uma onda de greves de professores. As mais fortes foram em Minas e São Paulo, que teve suas vias interditadas várias vezes, e um covarde governador - José Serra - que não negociou com a categoria e deixou o cargo assim mesmo.
A paralisação deveu-se a falta de condições de trabalho desses profissionais, os baixíssimos salários, a demissão de muitos professores na atribuição de 2010, além de inúmeras mentiras propagadas na TV. Infelizmente, tudo anda igual como no ano passado. O governo não concedeu nenhum aumento ao Magistério Público até os dias atuais.
O ano prosseguiu com uma imensa expectaviva: as eleições presidenciais que ocorreriam em outubro. Antes disso, vimos incrédulos pela TV dois casos horríveis de violência contra a mulher: o desaparecimento de Elisa Samúdio, cujo corpo não foi encontrado até esse dia. O autor de uma trama diabólica, seria o então ídolo do Flamengo, o goleiro Bruno. O outro caso refere-se a Mércia Nakashima, assassinada pelo ex-namorado, Misael Bispo dos Santos, advogado e ex-policial, que permanece impune mesmo diante de todas as provas e evidencias.
Contudo, um outro caso de violência contra a mulher, teve um final feliz. Alexandre Nardoni e Ana Jatobá, assasssinos da pequena Isabela, que morreu há 2 anos, foram julgados culpados e cumprem pena.
Em junho e julho, o país parou pra ver a seleção brasileira de futebol jogar a Copa do Mundo de Futebol, realizada na África do Sul. Enquanto os nossos representantes decepcionavam a torcida verde e amarela, nossos deputados apontavam todas na Câmara e nas Assembléias Legislativas, longe dos holofotes, claro! Quando o evento acabou, nos demos contas de quantas leis foram votadas. Nem é preciso dizer a quem favoreciam...
No início do segundo semestre, começou a maior batalha dos últimos anos: Dilma x Serra. O candidato tucano, com sua arrogância habitual já se considerava eleito. A mídia tentou o quanto pode lhe dar uma força, mas, os internautas rebateram a altura e como numa guerra, fazendo uso de palavras e de toda a ferramenta tecnológica aliada às redes sociais, o presidente Lula conseguiu eleger sua sucessora, a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Roussef, que dentro de dois dias governará um país de mais de 190 milhões de pessoas, conforme o último censo, realizado também em 2010.
Devo destacar também, que em 2007, Lula atingiu a marca de 87% de aprovação de seu governo. No entanto, seus colegas, não tiveram a mesma sorte. Barack Obama, viu sua popularidade cair tendo uma maciça derrota nas eleições parlamentares dos Estados Unidos. Nicolau Sarkozi, também enfrentou oposição popular ao implementar uma nova reforma da previdência, que não agradou nem um pouco aos franceses. Na Itália, Silvio Berlusconi, permanece no cargo por um triz, após novos escandâlos sexuais e de corrupção (alguém já viu esse filme antes?). Na Argentina, morreu Néstor Kishiner, assim, de repente, deixando viúva a presidente e uma nação orfã.
Por fim, acompanhamos nos últimos dias do ano, a luta pela sobrevivência do vice-presidente, operado mais algumas vezes (pra variar), o absurdo aumento dos salários dos deputados, senadores, ministros e da presidenta. O anúncio bombástico da passagem de ônibus em São Paulo. Consequentemente, o arrocho dos nossos salários se faz real, mais uma vez.
Já na vida pessou dessa humilde pessoa que voz escreve, foi um ano excelente, marcado principalmente pela vinda de seu primeiro herdeiro, que chegará em 2011 e de seu casamento. Fica aqui o registro de agradecimento pelas leituras de seguidores fiéis, na esperança de um ano melhor para todos. É isso. Feliz ano novo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Bicicletas, bolos e outras alegrias - Vanessa da Mata em grande estilo:

Quem diria que a maior diva da MPB contemporânea seria uma menina que veio do Mato Grosso e que ainda trás uma carga de timidez tão grande dentro de si? Uma mulher talentosa e capaz de cantar os relacionamentos como poucas cantoras, compondo como os grandes mestres da nossa música popular desde seu surgimento?
Vanessa da Mata é assim. Sensível, poética, apaixonante e tímida. Pouco sabemos a seu respeito, mas, temos a impressão de tê-la conhecida desde sempre.As coisas que ela canta tocam bem fundo e fazem com que seu ouvinte torne-se ao mesmo tempo cumplice de histórias de amor como as da vida da gente: com seus altos e baixos, muitas vezes.
Nos trabalhos anteriores, a cantora trouxe músicas sutis que aos poucos conquistaram sucesso com crítica e público. Das trilhas das novelas, surgiram clássicos como Ai, ai, ai e Amado. O DVD gravado ao vivo em Paraty também encantou milhares de pessoas que puderam se apaixonar por Vanessa e sua interpretação sempre viva pra músicas que fazem sonhar e se apaixonar.
No mais recente trabalho, a cantora trás composições alegres e canções de amor capazes de fazerem a gente se apaixonar à primeira vista. Como se todas as músicas fossem velhas conhecidas, fica até dificil de eleger uma que seja a melhor.
Prova disso é que os shows dessa nova turnê, chamada de Bicicletas, bolos e outras alegrias, estão sendo um sucesso de público por onde passa. Hoje mesmo em S. Paulo, a lotação já está esgotada, como ontem também esteve, na estréia no CityBank Hall. Tão reluzente como as luzes de natal.
Brilhe Vanessa, brilhe muito, pois você merece.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Atendimento Preferencial:

Poucas vezes paramos pra pensar nas pessoas que merecem atendimento preferencial. Na verdade, só em algumas situações das nossas vidas é que percebemos o quão importante é.
Caro leitor, só agora na minha gravidez me dou conta do quanto é dificil.
As pessoas simplesmente ignoram o fato de algumas pessoas precisarem se sentar prioritariamente ou serem atendidas com mais agilidade. Fingem dormir ou se fazem de desentendidas.
Sem contar as piadas lançadas ao vento, nas quais as pessoas acusam os preferenciais de mamarem nas tetas do governo. Como se a grávida ficasse de licença gratuitamente ou o aposentado recebesse dinheiro do governo sem nada ter contribuído.
Evidentemente, nos dois casos, ambos pagaram por anos para ter tais benefícios. As leis trabalhistas estão aí para isso.
Caras feias me fazem pensar que todos temos a mesma origem. Todos nascemos do ventre de nossas mães independentemente de o berço ter sido ou não de ouro.
O que mais choca é ver a indiferença às futuras mães. Mas não é só isso. O descaso com que tratam os idosos e os deficientes é ainda maior e esse não é temporário. Não dura apenas nove meses.
Na sociedade capitalista atual, só é levado em consideração o economicamente ativo ou o dito normal. Qualquer pesssoa que saia do padrão da idade, do peso, da beleza, etc. é desconsiderado, como se nada fosse.
A essas pessoas, sinceramente, dedico o meu desprezo, pois o que faz o valor de alguém não é a forma e sim o conteúdo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rio de Janeiro: cidade do medo

Essa semana, estamos acompanhando uma guerra. Mais sangrenta e potente que as guerras que estão em curso. Uma guerra urbana, liderada pelo crime, que de tão eficiente, é chamado de organizado.
Desde o último domingo, na cidade que já recebeu o título de maravilhosa, de tão linda que é, carros e ônibus ardem em chamas. Há tiros por todos os lados, nos morros e no asfalto.
Parece filme de ação. Vemos bombas e explosivos encontrados em diversas partes da cidade. Além disso, são confirmados planos diabólicos de destruição em massa. As pessoas permanecem em suas casas. Reféns do crime.
A polícia é reforçada a cada hora. Pela primeira vez, vimos carros da Marinha e do Exército Brasileiro e não era desfile de 7 de setembro.
Mas, o que está havendo?
Estamos vendo o reflexo do caos causado por décadas de abandono. É a consumação da violência que teve início ainda na Bella Époque, quando junto com o processo de modernização da cidade do Rio de Janeiro, os pobres foram expulsos do centro e jogados no morro. Com isso, veio a favelização.
Houve sinais, de que não estava tudo bem, desde então. Alguém já ouviu falar em Revolta da Vacina?
Mas, como sempre acontece. Foi dado um jeitinho brasileiro. A falta de planejamento, de infra-estrutura, de educação, etc. continuou a se instalar nesses locais. Aí veio a ditadura, houve uma aparente tranquilidade. Depois, a redemocratização e com ela o surgimento de facções criminosas.
O resto da história, todos sabemos: descaso, violência, crime, drogas, tráfico e poder. As autoridades, sempre com medidas paliativas, que não contemplavam mais as reais necessidades das pessoas e muito menos combatiam as raízes do problema.
"Há um culpado?" Deve se perguntar o leitor. Todos somos. Somos culpados por nos omitir e por fingir por anos que o problema não era conosco. Somos co-participes dessa enorme tragédia que a cada dia tem desdobramentos terríveis.
O Rio de Janeiro, ao contrário do que muitos pensam, não é reduto dos cariocas. O Rio de Janeiro é parte do Brasil. É o nosso cartão-postal. Portanto, temos muito mais haver com isso, do que supõe a nossa vã ignorância.
Devemos cobrar agora e sempre das autoridades não apenas segurança para cariocas e fluminenses, mas, saúde digna, educação de qualidade, saneamento básico, transporte público decente e assim por diante. A partir dessas medidas, o Rio voltará a ter a alegria bossa novista que encanta o mundo inteiro.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mais uma da injustiça paulista:

Escrevo para expressar a minha indignação com o modo como foi conduzido o caso de agressão de jovens da alta classe média paulista, no domingo, na avenida Paulista. Mais uma vez, vemos a mesma história se repetir. Mais uma vez, o crime dos burgueses é encarado como travessura juvenil, com consequente inconsequencia.
O caso de domingo, além de vergonhoso, retrata a nossa sociedade imoral e hipócrita, que tudo aceita e desculpa, quando quem comete os delitos tem origem social "nobre". Fosse um pobre e a coisa mudaria de figura.
Rapazes de 16 a 19 anos, de boas escolas particulares paulistanas podem sair por aí agredindo outros rapazes, no inicio da manhã da farra, com a justificativa de homofobia, que a injustiça aceita. Para as mães, é perfeitamente normal os filhos estarem a essa hora na rua, após uma noitada, que tudo bem!
Fico com pena dessa gente que cria monstros pra sociedade. São mães e pais que voltam-se contra os professores, que reclamam de seu mau comportamento nas escolas. São genitores, que apenas provém de bens as pessoas que trouxeram ao mundo.
Não se preocupam em educá-los para a vida e a ensiná-los que liberdade não é libertinagem, que respeito é a regra básica da convivência social. Ignoram o fato que ao fecharem os olhos para os erros dos filhos, são cúmplices de crimes bárbaros como esses.
Esses mesmos pais, que defendem e protegem os filhos agressores, em detrimento dos filhos (dos outros) vítimas, podem ser os mesmos, que estarão nas notícias dos jornais como assassinados por seus rebentos.
Limites são um mal necessário para se formar um homem de bem. Isso é uma grande verdade acompanhada de uma grande responsabilidade.

domingo, 31 de outubro de 2010

Brasil elege sua primeira presidenta:

Parece incrível, mas, em menos de 100 anos, a mulher brasileira consegue chegar ao cargo mais alto da República: a presidencia da república. Dilma Vana Roussef Linhares, filha de um advogado búlgaro e uma dona-de-casa mineira, oriunda de uma família de classe média. Aos 17 anos, a estudante do Colégio Estadual de Minas se envolve com política, luta em plena ditadura, é presa e torturada, a seguir, reconstrói sua vida, ocupa cargos executivos, sendo secretária de estado na prefeitura de Porto Alegre, no governo do Rio Grande do Sul e finalmente, ministra-chefe da Casa Civil.
De desconhecida a presidente, foram cinco anos ao lado de Lula, o presidente mais pop dos últimos tempos. No ano passado, Dilma teve um cancer e venceu.
Em 2010, numa campanha que começou interessante, num primeiro turno com candidatos como Plínio de Arruda Sampaio e Marina Silva, protagonizou debates interessantíssimos nas emissoras de televisão.
No segundo turno, após a onde verde que impulsionou Serra à disputa graças ao desempenho surpreendente de Marina Silva do PV, que conseguiu cerca de 20% dos votos, a candidata teve que conviver com baixarias e escandalos. Acusações sem provas, que depois mostraram-se caluniosas ou que persistem como inquéritos, onde nada está provado.
Dilma venceu a religiosidade interesseira de padres e pastores mal intencionados. Venceu o abortismo e a deslealdade da imprensa brasileira, que nesse país é um partido político a parte. O novo governo, não representa contudo, a aprovação absoluta da população. Não se trata de um sentimento coletivo de aprovação ao governo federal. Mas, da constatação da satisfação da maioria em relação aos projetos do governo atual, que em geral, melhoraram a vida de muitos, ao contrário de seu antecessor FHC, que privatizou empresas importantes e não devolveu isso em forma de saúde, educação e moradia aos brasileiros.
Dilma presidenta, é preciso pensar nas inúmeras tarefas que deverão ser feitas. O páis sediará eventos importantes e tem ainda muito a avançar em saúde, educação, segurança e etc. Parabéns Dilma. Vamos ver que História o seu governo escreverá.

E agora, José?

E agora, José? O que você vai fazer para nos humilhar?
E agora, José? Como você destruirá nossos futuros?
Você que sempre usou de inverdades, que usou de artimanhas e golpes baixos para tentar nos destruir?
Você que calou a nossa voz, destruiu nossas carreiras e nos deprimiu?
Você que mandou nos agredir, nos ignorou e nos machucou no corpo e na alma?
Como será a partir de agora?
O povo não te deu poder. Você não poderá mais mandar e ostentar a sua ridícula prepotência.
Sua arrogância não mais nos alcançará.
Quanta ironia pra você, que usou o seu machismo para destruir uma mulher brasileira e trabalhadora, em uma campanha sórdida, ser derrotado justamente por ela.
Ela, que não tem uma biografia como a sua... Como pode?
Chora, lava a tua alma e a nossa também, que não terá de conviver com um pacote de maldades de agora em diante.
E agora, infelizmente pra você. Mas, felizmente para milhões de brasileiros.
E agora, José SERRA?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Baixaria eleitoral brasileira:

O segundo turno das eleições no Brasil, refletem o desprepado do eleitorado brasileiro em escolher seus representantes. De um lado, temos a continuidade de um governo que tem lá seus defeitos, mas, que também possui qualidades inegáveis, que tirou o país da situação caótica em que se encontrava nos 8 anos de governo FHC.
Esse candidato, tem um passado obscuro, de políticas contra o povo trabalhador. Um passado, onde não melhorou a vida dos mais pobres, nas oportunidades que teve como líder político.
Sem contar, com suas mentiras eleitorais, de promessas não cumpridas, de compromisso firmado em cartório e não obedecido. Passando claro, por um governo que precarizou a vida dos funcionários públicos, aumentou impostos e onerou a população com a implantação de pedágios.
A outra candidata, esteve ao lado do presente governo, fazendo parte de projetos que melhoraram significativamente a vida de grande parte da população, sobretudo, a mais pobre, a classe média e até mesmo a rica.
Quando os pobres tem acesso ao consumo, a vida de todos começa a melhorar, porque a economia fortalecida, proporciona melhoria a todos em todos os sentidos. É uma reação em cadeia.
O que é mais desprezível nesse contexto, é o fato de o primeiro candidato precisar apelar para baixarias e mentiras, a fim de obter a simpatia de eleitores que já o rejeitaram no 1º turno.
Falar em melhorar saúde, educação e segurança, quando o mesmo já promoveu o sucateamento de tais areas quando era governador, é absurdo! E mais: usar de simulação e falsidade, como no caso da bolinha de papel é algo que só uma pessoa desprovida de caráter é capaz.
Enfim, quanto mais o PSDB planta baixarias para conquistar o meu voto, mais me dá certeza que estou indo pelo caminho certo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Atenção brasileiros e brasileiras:

O texto abaixo não é de minha autoria, estou apenas repassando a fim de retransmitir essa informação que é de interesse de todos os brasileiros. Não acreditem. Procurem pesquisar as informações contidas e tirem suas próprias conclusões. Não esqueçam de estudar a história do governo FHC (1995 - 2002) e a privatização da Vale do Rio Doce, da Telebrás e assim por diante.
FHC ESTÁ ACERTANDO A VENDA DO BRASIL EM FOZ DO IGUAÇU

Laerte Braga - jornalista

(DESAFIO QUALQUER TUCANO OU ALIADO A DESMENTIR OS FATOS ABAIXO. A VENDA DO BRASIL PELAS COSTAS DO POVO BRASILEIRO – SÃO CORRUPTOS E TRAIDORES)


Neste momento que escrevo, domingo, 21h31m, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está falando, em inglês, para 150 investidores estrangeiros no Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu.

O evento é fechado, a fala de FHC está se dando em um jantar e o assunto é a privatização da PETROBRAS, de ITAIPU e do BANCO DO BRASIL, além de outras “oportunidades” de negócios no Brasil.

FHC está assumindo com os empresários o compromisso de venda dessas empresas em nome de José FHC Serra.

A idéia inicial dos organizadores de realizar o evento no Hotel Internacional foi afastada para evitar presença de jornalistas.

Cada um dos investidores recebeu uma pasta com dados sobre o Brasil, artigos de jornais nacionais e internacionais e descrição detalhada do que José FHC Serra vai vender se for eleito.

E além disso os investidores estão sendo concitados a contribuir para a campanha de José FHC Serra, além de instados a pressionar seus parceiros brasileiros e a mídia privada a aumentar o tom da campanha contra Dilma Roussef.

Segundo FHC disse a esses empresários logo após ser apresentado pelo organizador do evento, “se deixarmos passar a oportunidade agora jamais conseguiremos vender essas empresas”.

Para o ex-presidente é fundamental a participação desses grupos na reta final de campanha. A avaliação de FHC é que a campanha de Dilma sofreu um golpe com a introdução do tema religioso (o que foi deliberado pelos tucanos para desviar a atenção das pessoas dos reais objetivos do candidato José FHC Serra). É preciso, na concepção do ex-presidente arrematar o processo derrotando a candidata e impedindo-a de respirar nessa reta final.

O acordo com empresários internacionais em Foz do Iguaçu envolve a instalação de uma base militar norte-americana na região, desejo antigo dos governos dos Estados Unidos.

O corretor da venda do Brasil, FHC, com toda certeza, está acertando também a comissão (propina) a ser paga caso o negócio venha a se concretizar, ou seja, a eleição de José FHC Serra.

Para o ex-presidente também não há grandes problemas com a mídia privada “sob nosso controle”, mas é preciso evitar a divulgação de notícias mesmo que sejam pequenas ou de pequenos fatos e que possam prejudicar o projeto de venda do Brasil.

Esse tipo de evento, essa fala de FHC é característica da fala de agente estrangeiro e mostra a desfaçatez tucana em relação ao Brasil e aos brasileiros.

No mesmo momento em que o corrupto e venal José FHC Serra debate com Dilma Roussef na REDE TEVÊ e fala sobre trololós petistas, FHC, seu mentor e principal corretor de vendas de empresas públicas brasileiras, negocia traiçoeiramente a entrega de patrimônio público a esses investidores.

É a opção que os brasileiros temos diante de nós.

Ou caímos de quatro e abrimos mão de nossa soberania ou resistimos e rejeitamos a quadrilha tucana.

Desafio qualquer tucano, qualquer DEM, qualquer pilantra tipo Roberto Freire, quem quer que seja, a desmentir esse fato. O evento em FOZ DO IGUAÇU e sua natureza, a venda do BRASIL!
Poderá também gostar de:
Depois de fazer a pergunta “errada” a Serra, Heródoto ... Pré- Sal, prevê volumes de 4,5 bilhões de barris Direitização: Serra adota padrão Maluf na segurança paulista.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alckimin de volta:

Essa semana, ao me deparar com o resultado da eleição para o governo do Estado de São Paulo, pela primeira vez na vida, tive vergonha de ter nascido nesse estado. Um estado onde as pessoas não tem memória e não se compadecem da dor do outro.
O pior da eleição de Geraldo Alckimin, encontra-se no fato de ele pertencer a um grupo, ou melhor, a um partido político que desrespeita as pessoas. Um partido que implanta uma política de precarização dos bens públicos e do entreguismo ao setor privado.
Escutei de alguns, que o político é menos ruim que seu sucesso José Serra. Pessoalmente, até pode ser. Mas, não se pode desconsiderar que o mesmo foi seu secretário de governo e que portanto, o ajudou a implementar uma política de maldades.
As críticas que faço ao tucanato, não são vazias, elas se sustentam, na realidade, em fatos como as greves do funcionalismo que foram sufocadas pela violência, pelo autoritarismo, pela falta de diálogo, enfim, pela humilhação à aqueles que dedicam suas vidas a trabalhar em prol da sociedade, que no fim das contas, lhes dá as costas. Refiro-me a guerra entre as polícias, onde civis e militares se enfrentaram a mando do então governador José Serra e a greve de professores.
O tucanato paulista, incutiu na cabeça dos paulistas, que aqui não há pobreza, que não se necessita de programas sociais, que São Paulo está num outro patamar em relação ao resto do país. A isso, chamo de pseudo-burguesia. Eles camuflam a realidade e fazem as pessoas acreditarem que votar no 45 é sinônimo de status, de poder.
Aí, as pessoas se esquecem do aperto que enfrentam no ônibus, metrô ou trem lotados, em idas e voltas cada vez mais demoradas no percurso de casa ao trabalho. Esquecem dos inúmeros impostos que pagam de janeiro a abril. Não se dão conta de que a cada dia que passa, o salário está ficando menor e que não se tem mais qualidade de vida.
Como a maioria não é de funcionários públicos, pouco se importam com a diminuição dos salários dessas pessoas, que a cada ano fica menor em relação ao salário mínimo. O individualismo, impera cada vez mais.
No fim das contas, é isso mesmo. Pensar só em si. Esse é o jeito paulista de ser e de governar. As pessoas tem a falsa sensação de que não precisam mesmo de mais ninguém. O governo de São Paulo até nem vai buscar todas as verbas a que tem direito para a Educação.
Alckimin de volta, representa a continuidade de uma política que ignora os mais pobres em detrimento de uma burguesia que se omite, que olha o próprio umbigo o tempo todo. Fica um gosto amargo na boca, um gosto de fel. As lembranças de um cotidiano de greves, paralisações, arrocho salarial e desempregos no serviço público.
Como sempre, veremos a máquina pública ser enxugada no que se refere a professores, médicos, policiais, enquanto os burocratas continuarão em seus gabinetes, metendo o nariz em setores que não conhecem (será por isso que são chamados tucanos?), proliferando as mesmas mazelas que estamos acostumados a ver nas últimas décadas.
Fazer o quê se a maioria dos paulistas vê a miséria, concorda com ela e ainda a aplaude?

Eleições 2010 - aprendendo a aprender:

Se a eleição de 2010 puder se resumir a uma palavra, essa palavra será APRENDIZADO. Aprendizado, porque aprendemos que temos muito a aprender. Aprender a ter memória. O eleitor esqueceu-se, por exemplo, de experiências políticas mal sucedidas do passado. Elegeu antigos governantes que pouco contribuiram para a elevação de seu povo.
Aprender a não brincar com o poder do marketing. Nessa eleição teve senador que ganhou por música chiclete.
Aprender a fazer parte da palhaçada. Se Brasília é um circo, eu não sei, mas que terá palhaço, terá!
Aprender a não subestimar o poder da PiG. Com tantas manipulações de notícias e escandalos criados, a imprensa consegiu o tão almejado segundo turno nas eleições presidenciais.
Aprender a não confiar nas pesquisas de intenção de votos. Com algumas exceções, os institutos de pesquisa erraram feio nos apontamentos sobre quem saíria vencedor nas disputas.
Aprender a julgar a coerência. Nas eleições presidenciais, vimos candidatos que permaneceram fiéis a suas convicções políticas e aqueles que surgiram de oportunidades que nada tinham a ver com suas origens.
Aprender a não desanimar. Mesmo diante das dificuldades, o eleitor nao deve desanimar diante de seus princípios e convicções.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PSDB ganha último programa do PSTU:

É impressionante como o PSDB consegue ser incoerente em suas atitudes. Ao mesmo tempo em que bombardeiam que o governo censura as informações e a imprensa, entram na justiça contra os partidos de esquerda que denúnciam sua farsa de bom governo.
Sendo assim, entraram na justiça contra PCB e PSTU que mostraram a farra dos pedágios, o sucateamento das escolas públicas e assim por diante. Escondem da mesma forma que acusam o governo federal de censura. Querem dois pesos e duas medidas sempre.
Amanhã, quando irão ao ar pela última vez os programas eleitorais, nesse 1º turno, não poderemos ver pela última vez o programa do PSTU. Lamentável.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Carta à Fernando Capez:

Há cinco dias da eleição, eis que recebi em minha caixa de e-mail, um e-mail do candidato a deputado Fernando Capez, vejam o que respondi ao candidato:

Caro candidato Fernando Capez:

Recebi seu e-mail, pedindo votos há 5 dias da eleição. Onde estava o senhor, na época da greve dos professores? Onde estava o senhor, nos meses de dificuldade que passamos ao termos nossos salários covardemente descontados?

Só agora o senhor ousa me procurar? Como assim?

No e-mail, o senhor me chama de amiga. É preciso esclarecer:

Não sou amiga de quem está ao lado de quem precariza a Educação, não negocia greve e ainda manda bater em professores. Não sou amiga de gente que compartilha com governantes que fazem pedágios que cobram preços altíssimos para enriquecer os bolsos de empresários milhonários, enquanto milhares padecem nas enxentes e nos incêndios das favelas de S. Paulo.

Sou amiga de pessoas honestas, que ganham baixos salários e são humilhadas continuamente pela mídia, pela própria sociedade. Trabalham dignamente em condições subumanas e a cada dia tem o seu diploma pisoteado por gente que se quer sabe o significado da palavra Educação.

Não sou amiga de quem aprova projetos que deixa pais e mães de famílias desempregados. Muito menos, dos que inventam uma escolinha para ridicularizar uma categoria, que transmite conhecimento e constrói a sociedade, servindo de base para as demais profissões, inclusive a sua!

Não posso ser amiga de gente que mente, dizendo ter duas professoras na primeira série, quando na maioria das escolas não tem sequer uma. Muito menos de quem manda livros pornográficos sem nos consultar quanto ao nosso plano pedagógico, passando por cima da própria LDB. O senhor conhece essa lei?

Pois é deputado. O meu voto, o senhor não terá, já que como tantos outros colegas de partido desrespeita os meus alunos e a minha profissão.

Sem mais.

Última semana de eleições, um balanço:

Talvez o Brasil já tenha tido eleições mais disputadas e mais emocionantes do que essas, mas, é inegável que o processo eleitoral mais recente teve do início ao fim certas características que certamente as levarão para os anais da História do Brasil, como uma das mais emocionantes e surpreendentes. Pra começar, devo falar que ninguém esperava que a sucessão do primeiro presidente "do povo", operário e pouco escolarizado, seria tão emocionante.
Lula deixa um legado onde a economia continua estável e onde o país suportou a dura crise de 2008 sem grandes problemas. É bem verdade que para tal, foi preciso um socorro bilionário a empresários e banqueiros. Mas, diante de grandes potências que ainda não se recuperaram do baque, o Brasil saiu da última crise do capital sem grandes traumas.
Em oito anos de governo, o operário aliou-se a patrões e soube se equilibrar na corda bamba, para agradar os dois lados e tendo de dar um remédio bem amargo até mesmo para sindicalistas, que não esperavam certas medidas de um de seus líderes mais famosos dos últimos tempos.
Para quem esperava uma disputa acirrada e um embate entre situação e oposição mais acalorado, o que se viu foi o crescimento retumbante da candidata governista, o que demonstra a satisfação de grande parte da população com o trabalho do presidente. Os programas sociais e a distribuição de rendas, certamente deram uma grande contribuição para tal.
Quanto a oposição, mostrou-se fraca. Apoiou-se em escandalos, que não tem investigação concluída. Com a ajuda da imprensa, que noticiou grandemente os fatos, procurou-se reverter a decisão do eleitor nas urnas.
O principal candidato opositor, aliás, cometeu inúmeras trapalhadas, apropriando-se de projetos que não realizou e reclamando mais que propondo melhorias para o país. Também, pudera! Em seu recente cargo político, como governador de estado, deixou marcas profundas na população, demonstrando autoritarismo. Agindo como se já tivesse eleito, não teve respeito por ninguém, esquecendo-se que eleitores também ocupam o funcionalismo público...
A terceira alternativa eleitoral presidencial, não demonstrou o pulso firme que exige uma disputa intensa como essa. Tentando conquistar votos muito mais por simpatia que por propostas, dá pintas de que não convenceu a muitos, conquistando apenas os votos de quem antipatiza os dois primeiros e não as suas idéias.
A grande surpresa fica por conta do candidato ancião, que demonstra brilhantismo, inteligência, mas, muito radicalismo, o que não cabe mais a um país como Brasil, mas que protagonizou até o momento cenas incríveis, até mesmo engraçadas, em suas participações nos debates presidenciais.
Feita a primeira parte da análise, devo dizer que já era esperado o apoio da mídia a um ex-governador do maior estado do páis, que tenta novamente ocupar o posto. O mesmo ocorrendo com o candidato que prega a continuidade do governo mineiro. No entanto, a mídia nada pode fazer para impedir a mudança no Rio Grande do Sul e a permanencia dos governadores de Pernambuco e Rio de Janeiro. A se lamentar, a provavel eleição de Collor em Alagoas. O povo não tem memória, mesmo!
No senado, haverão inúmeras mudanças e velhos caciques não consiguirão permanecer em suas cadeiras. Aproxima-se uma renovação de nomes e partidos. Algo natural, depois de escandalos recentes que abalaram a crença dos cidadãos nessa instituição.
O preocupante mesmo, são as escolhas do eleitorado para a Camara Federal e as Assembléias Legislativas. Tem de tudo. De Papai Noel a palhaços. De pastor a missionário. De cantor falido a conjuges. Sem contar mulher fruta e atriz pornô. A intenção é clara. Querem inserir juntamente com o carisma dessas figuras carismáticas velhos caciques da política, que já desgastados, não teriam como voltar aos cargos. O eleitorado protestará em vão contra os seus algozes.
Enfim, é cedo para saber que lições aprenderemos após o 3 de outubro. Mas, como dizia o finado Clodovil: "Brasília nunca mais será a mesma!"

domingo, 19 de setembro de 2010

A nova família brasileira:

Vivemos a Era pós-moderna, onde os valores estão cada vez mais se diferenciando dos padrões tradicionais ou modernos. Hoje, as famílias são complexas estruturas onde além dos tradicionais pais e mães (ou um dos dois), se agregam pessoas pela afinidade e principalmente, pela necessidade.
As famílias vivem cada vez mais juntas, não porque se amem demais ou de menos, mas, porque seus membros muitas vezes não tem a possibilidade de sustentar-se sozinhos. Assim, a teoria mautusiana dos casamentos tardios, está cada vez mais se aplicando nas grandes cidades do mundo ocidental, onde geralmente, o custo de vida é altíssimo.
No Brasil, tudo isso se aplica. Vê-se facilmente as novas configurações familiares, com pais e mães que chefiam as famílias sozinhas, ou tios e avós que exercem a materno ou paternidade, e assim por diante. É comum ainda, as pessoas se unirem e se agregarem formando novos laços, desfazendo-os e fazendo-os mais uma vez.
No entanto, o que chama mesmo a atenção, na família pós-moderna, é o fato de ela dividir com o Estado a tarefa de educar os filhos e levar isso a risca. Muitos delegam aos professores uma função que é sua: a de educar para a vida.
Entendem que a palavra educador se aplica ao funcionário de Educação, mas, ignoram o fato de que educador são todos e que os primeiros são os pais. Delegam a outros seu próprio universo particular e se eximem das responsabilidades. Por outro lado, não admitem ouvir verdades a respeito dos equivocos que cometem.
São superprotetores, não no sentido positivo da palavra, e sim, ao incobrir os erros de seus filhos. Protegem-nos das verdades e das dores da vida, que aliás, são e serão muitas. Fazem-no não por amor, mas para esconder as eventuais falhas que tiveram no processo de criação.
É preciso repensar o papel da família na nossa sociedade. É inegável que ela continua sendo a instituição mais importante que temos. Contudo, essas distorções não podem persistir como se fossem atitudes corretas. É preciso que cada um entenda o seu papel no mundo e isso necessariamente, deve começar pela família.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Começa a Campanha Eleitoral:

Esperei o ínicio da Campanha Eleitoral, para pronunciar-me a respeito. Antes da propaganda eleitoral gratuita, o que se via era a PiG tentando enaltecer a figura desgastada de seus candidatos, por motivos óbvios, como sempre acontece nesse país.
A novidade da campanha é o crescimento avassalador da candidata Dilma Roussef, do PT, que prega a continuidade do governo Lula, em números impressionantes, até para os mais otimistas. Poucos imaginavam, crescimento tão extraordinário, em poucos dias de programas nas televisões e rádios brasileiras.
A tristeza da campanha, é a desigualdade de tempo, que nos impede de ouvir a voz de outras propostas, como a dos esquerdistas Rui Costa Pimenta, Anaí Caproni, Plínio de Arruda Sampaio e Zé Maria. O Brasil deveria ouvir mais a voz dos outros membros da esquerda, pois sua visão conjuntural tende a abrir os nossos olhos para uma ampla realidade.
O que é visível e notório, é que o eleitorado já se cansou da direita golpista que tenta nos amedrontar com suas manobras sórdidas. O candidato José Serra em desespero devido a possibilidade real de perda no primeiro turno, vê-se ajudado pela mídia, em acusações sobre vazamentos de dados.
Oras, porque esse mesmo PSDB que acusa o governo federal pelos tais vazamentos, não coibe o vazamento dos dados dos cidadãos comuns, que podem ser comprados no Estado de S. Paulo onde governam? Em outras palavras, a vida de pessoas comuns, pode ser devassada e exposta a qualquer estalionatário, enquanto o país não pode ter acesso aos impostos de rendas desses cidadãos honestos, que compoem sua chapa? Quem não deve, não teme, não é mesmo?
É preciso que o direito a decisão não fique restrito a uma manipulação e que se deixe a vontade popular expressar-se livremente. Essas eleições, são a resposta clara e objetiva de que o povo brasileiro já se cansou das velhas amarras políticas. Afinal, o voto do povo é soberano numa democracia.

domingo, 8 de agosto de 2010

Brasil: país do volei!

Que futebol, que nada! O esporte que mais vem dando alegrias e empolgado a torcida brasileira é o volei. Desde os anos 90, o esporte já se sagrou campeão nas olimpíadas e nos principais torneios mundiais (Grand Prix, Liga Mundial, entre outros).
Seja com as equipes masculina ou feminina, o fato é que o volei brasileiro tem sido arrasador e tem amedrontado os adversários do mundo inteiro. Seleção após seleção, temos nos acostumado a ver sempre novos talentos. Homens e mulheres vencedores, que nos fazem vibrar de emoção nas manhas de sábados e domingos.
De Bernardinho a Murilo, de Fernanda Venturini a Jaqueline, o voleibol tem nos dado exemplo de garra, disciplina e perseverança. Dá orgulho ver essa seleção que enobrece cada vez mais o nome do Brasil.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Acabar com a TV Cultura - isso é um crime:

Escrevo para registrar a minha indignação pela notícia que circula em diversos blogs e sites da internet, a respeito do provável fim da TV Cultura. Isso é um verdadeiro atentado contra o nosso estado e contra a nossa história. A TV Cultura faz parte da nossa memória afetiva desde a infância à fase adulta, afinal, quem nunca se deliciou com programas como X Tudo, Castelo Rá-tim-bum, Glub Glub, Ensaio, Viola Minha Viola, entre outros?
Isso é mais uma demonstração do autoritarismo tucano e da paralisia que ocorre na sociedade paulista que não se dá conta que por trás do discurso brando dos psdbistas, está o desmonte do nosso estado. Nesses 16 anos de governo, o que tem sido feito de bom pela cultura, educação, esporte e lazer por exemplo?
O que se vê é uma sociedade amedrontada pela violência, atormentada pelo trânsito, sufocada pelos impostos mais caros do Brasil e com seus direitos cada vez mais desrespeitados. Na Educação, temos visto educadores ridicularizados por avaliações questionaveis. Isso sem falar nos piores salários do Brasil em setores primordiais.
Pois é, não bastasse as inúmeras dificuldades enfrentadas e denunciadas constantemente, nas redes sociais, agora vem essa novidade que é uma verdadeira bomba. A redução da TV Cultura a uma co-produtora é uma afronta à sociedade. É o aviso claro do autoritarismo que cresce a cada dia, com o aval da burguesia e das pessoas mal instruídas desse estado, que não percebem a letargia em que São Paulo se encontra.
Esse momento, é propício a um basta na falta de caráter de homens como o diretor da emissora, João Sayad, que não merece o nosso respeito, tendo-se em vista que leva a fundo um projeto devastador capaz de destruir a vida e o sonho de diversos guerreiros. Os funcionários da TV Cultura são guerreiros, que com o pouco que tem fazem a melhor programação da TV aberta nesse país.
É hora também de lamentar ter um governador como o senhor Alberto Goldman, um cumpridor da sordidez serrista. Um concorde de planos que só precarizam a vida das pessoas de bem desse estado. É isso!

domingo, 18 de julho de 2010

Magistério, um sacerdócio?

Nos últimos meses, desde a greve dos professores, uma ferida vem sendo exposta. A educação está sangrando e à mostra. Mas, o que está acontecendo? O óbvio. Já não dá mais para reduzir aos muros dos colégios, as mazelas desse setor.
As escolas estão em crise. Uma crise moral, financeira, legal e assim por diante. Moral, porque não há mais respeito para com os mestres, que são facilmente intimidados por pais, alunos, direções e outros colegas. Perdeu-se a autoridade e o respeito pela profissão. Muitos professores são ridicularizados ao responderem a que grupo profissional pertencem.
Crise financeira, porque hoje, quando se fala em educação, o primeiro item que é usado para explicar o mal desempenho, é o economico. Governos alegam não ter recursos suficientes para modernizar a educação. Mesmo com tantas verbas e incentivos...
A questão legal, fica por conta de estudantes que ministram aulas como professores titulares, contrariando a LDB, que diz que só professores habilitados podem lecionar. Como sempre, as leis brasileiras ou são desrespeitadas ou tem brechas.
Por fim, o profissional professor é posto como vilão, sendo responsabilizado pelo fracasso e ineficiencia de um sistema absurdo, que o adoece cada vez mais. Se os professores faltam, não se diz das doenças adquiridas por estes no ambiente de trabalho (depressão, LER, DORT, coluna, problemas respiratórios e assim por diante). O que se divulga é que na ausência deste, o Estado perde dinheiro.
O dinheiro, sempre ele. O Brasil, é o unico país em que não se investe em Educação, mas, se gasta com ela. Por isso, as instalações não passam por manutenções adequadas, não há um programa permanente de atualização do professor. E o pior: a nova onda é transformar o professor em operário, dando-lhe bonus por resultado.
Esse bonus é injusto, pois não mede a real capacidade do profissional, já que seu critério é subjetivo e depende mais da sorte, do que de alunos e professores, efetivamente. Onde leciono, por exemplo, perdemos o prêmio, por causa do fluxo. Em outras palavras, os alunos não tiveram mal desempenho no SARESP, o que houve, foi um grande número de transferencia de alunos. Algo absolutamente normal numa periferia. As pessoas mudam de endereço e de escola, por ser mais próximo de trabalho, família, amigos, etc.
Porém, o que na verdade o bonus representa, é a reposição da inflação dos últimos 12 meses. É uma maneira de fazê-lo sem o comprometimento de onerar o Estado com um aumento real e aplicado a todos os profissionais.
Outro ponto, é que além de tudo, o professor atualmente tem tido seu salário arrochado em meio a inflação, enquanto os impostos e as despesas se multiplicam, sua renda permanece a mesma há anos. Aí, vem o tal Bonus por Mérito. A meu ver, mérito tem todo o profissional que estuda continuamente, que faz cursos e tá sempre em busca de aprofundar. Prova, não prova competência.
A metodologia que a SEE-SP prega, é uma avaliação continuada, não é mesmo? Por que os professores tem que ser avaliados por uma metodologia que não devem usar em seu cotidiano? Incoerente, não?
Por fim, devo destacar que o fato de o magistério ser considerado uma profissão feminina e ser o "bico" de muitos, vai tornando a situação cada vez mais precária. Há ainda a velha visão de que o professorado deve ser entendido como sacerdócio, para o qual, alguns escolhidos foram vocacionados. Perfeita visão medieval, quando além disso, o professor deveria ser casto.
O fato é que hoje em dia, a opção pelo magistério é profissional. As pessoas investem dinheiro para fazer a graduação. Muitas famílias dependem da renda desse ofício. Esse profissional, como sacerdote, não vive de brisa, nem tem isenções de impostos. Mesmo os sacerdotes, tem garantida a sua sobrevivência com dignidade. Alguns, tem até excesso de dinheiro. E o professor?

domingo, 11 de julho de 2010

Qual a diferença entre Música Caipira e Música Sertaneja:

Quem não gosta de ouvir uma boa música? Música eleva a alma, faz bem pra mente, coração e ouvidos. Me refiro, evidentemente, a uma boa música, aquela que nos faz lembrar das coisas boas da vida.
Pensando nisso, resolvi escrever a respeito da diferença entre a música Caipira e a Música Sertaneja, já que ambas vem sendo frequentemente citadas na mídia, de maneira equivocada, muitas vezes.
A música caipira, tem um valor sentimental e está ligada ao campo. Era produzida ao final do dia, quando peões reuniam-se em torno da fogueira para entreter-se, nas modas de viola. Ela refletia o cotidiano rural, com suas dificuldades e belezas, alegrias e tristezas. Era feita de maneira pura, para lavar a alma. Sem a idéia de venda ou reprodução. Talvez por isso, muitas modas tenham se perdido no tempo.
Já a música sertaneja, está inserida no mercado fonográfico brasileiro, desde seus tempos remotos, quando as primeiras gravações começaram a ser feitas, ainda em meados dos anos 20 do século XX. Elas surgem em meio a uma preocupação de mercado, cujo objetivo era vender um produto, no caso o disco.
Com o tempo, essa preocupação ganhou técnica e planejamento, motivos esses que a levam a um estilo inconfundível, no qual, ou se fala de uma paixão inatingível e tão grande que não cabe em si ou se canta a festa, a diversão, os romances casuais. Algumas letras, são ousadas e falam de traição e de sexo casual. Tudo isso, é meticulosamente estudado para que o público se agrade das letras e do som, até que isso se reverta na vendagem de milhares de discos.
Curiosamente, o ápice da música sertaneja se deu em meio ao desastre do governo Collor, em que o país conheceu uma de suas piores fases econômicas, com o confisco de poupanças. Como se a música amenizasse a fase cruel vivida pelos brasileiros. Nessa fase, as duplas batiam recordes de vendas e vendiam mais que outros nomes consagrados da música brasileira.
A partir de meados da década de 90, a pirataria ganha força no país e a música sertaneja cede espaço para outros ritmos como o axé, o funk e mais recentemente, o forró. A venda expressiva já não contempla mais a realidade das duplas, que no entanto, continuam seu trabalho pelo interior do país.
Nos último anos, contudo, há uma retomada da música sertaneja, que agora vem acompanhada de uma nova linguagem: a universitária. Criada por músicos universitários ou para esse público específico. Nessa nova fase, há um resgate de modas de viola e o uso de instrumentos modernos, como já vinha acontecendo desde os anos 80.
Enfim, de maneira suscinta, resumi um pouco dessas origens, para que o amigo leitor que curta esse som, possa entender do que se trata. Quando percebemos a origem das coisas que amamos, tendemos a valorizá-las ainda mais, não é mesmo?

Um artigo infeliz a respeito dos animais.

Uma colunista da Folha, publicou ontem, artigo em que trata da questão dos animais abandonados. Evidentemente, ela expôs o descaso das autoridades com o assunto e o oportunismo de pessoas que se envolvem com os bichos a fim de lucrar financeiramente ou cativar as pessoas. Concordo com esses dois pontos.
É bem verdade que no Brasil, muitas pessoas usam desses e diversos outros artíficios a fim de obter fama, popularidade e satisfazer seus interesses. E não só os animais indefesos servem para tanto. Há uma exploração da imagem da miséria, da educação, da questão racial, etc.
Contudo, existem pessoas e instituições sérias que lidam com essas questões. Os animais, em particular, são amparados por gente que os ama verdadeiramente. Existem aqueles que levantam a bandeira da causa, militando mesmo e milhares de pessoas que em seus lares, fazem a sua parte, criando e compartilhando com os bichinhos, tudo de bom que a vida oferece.
Há almas caridosas, que acolhem em seus lares os animais abandonados e são capazes de fazer o que o poder público não faz. São milhares de bons exemplos espalhados pelo país. Com ou sem a exposição da mídia.
Agora, generalizar, como fez a jornalista, não dá. Toda a generalização é burra, como diz o provérbio popular. Porém, a colunista foi além e sugeriu até mesmo a morte de animais que se encontram abandonados em canis. Além de burra e infeliz, essa afirmação torna-se muito cruel.
Claro que é a alternativa mais prática, numa sociedade insensível e egoísta que só pensa na sua comodidade burguesa. É melhor eliminar o "empecilho", do que criar campanhas de conscientização, do que educar as crianças ao amor aos animais, do que cobrar do poder público medidas de controle de zoonoses que não causem dor ou sofrimento aos animais.
Para a infeliz escritora de artigos, é melhor matar que dar amor. Uma opinião coerente com uma pessoa que deve viver em meio as amarguras da vida e que jamais entenderá as cores que só o afeto genuino pode conferir aos apaixonados por bichos. E tenho dito!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Triste fim de ELIZA SAMÚDIO:

Estamos diante de um dos casos mais bárbaros de violência contra a mulher, que se tem notícia no Brasil. Trata-se do triste fim de mais uma brasileira. Trata-se de mais um caso de impunidade quando se trata de violência contra a mulher. Trata-se de mais uma vez em que não se aplicou a Lei Maria da Penha. Mais uma vez, o agressor se sobressaiu sobre sua vítima.
É inacreditável que em plena atualidade, ainda tenhamos que conviver com casos bárbaros como esse e com a violência contra a mulher.Ela perdura e existe em todos os lugares, todas as classes sociais. O pior, é a aceitação do senso comum, que justifica essas ações, colocando sobre a vítima a causa.
Eliza, infelizmente, não será a última vítima. Ela representa milhões de meninas sonhadoras, que vão em busca da felicidade que acreditam estar ao redor do status social de personalidades. Elas se apaixonam cegamente e acreditam nesses homens, que usam da fama e do dinheiro para seduzí-las.
Nesse caso, o que mais me chama a atenção são os requintes de crueldade, amparados na certeza da impunidade, o sofrimento a que essa menina foi submetida desde o nascimento até o momento de sua morte. Ainda criança, teve de conviver com uma criação paterna e o abandono materno. Essa é uma dor que só que sente sabe.
Não importa quais foram os motivos ou circunstâncias que geraram tão situação. Essa dor da menina Eliza, foi o que fez com que a mulher fosse em busca do reconhecimento do pai. Provavelmente, ela não queria ver o mesmo filme na vida do filho.
Muitos alegam que o que ocorreu se deve ao fato de Eliza ter sido garota de programa. Garotas de programa não existiriam se não houvesse público. Isso não justifica. Nada justifica.
Tudo o que houve, é fruto do descaso, de uma morosidade que se dá na justiça e na polícia, capaz de deixar criminosos impunes, mesmo em meio às evidências do crime. O trágico fim de Eliza é reflexo do descaso com as mulheres que reclamam de companheiros violentos e não são ouvidas.
Pobre Eliza, ficou desacreditada diante do poder e do dinheiro do suposto pai de seu filho, Bruno, o menino talentoso que ascendeu socialmente de maneira muito rápida e que se iludiu diante de tanto dinheiro. O ex-goleiro pensou que passaria impunemente diante de um delito. Esqueceu-se que crime perfeito não existe.
Esse caso macabro, nos remete a vários questionamentos, como a desestruturação das famílias brasileiras, numa semana em que se anúncia o divórcio rápido. Filhos e filhas do acaso, quase sempre não se saem bem na missão de constituir uma família digna.
Outro ponto é o enriquecimento meteórico dos jogadores de futebol. Não que ser rico seja problema. O problema é a rapidez e a falta de preparo psicológico para lidar com o sucesso. Isso é o que os leva a facilmente se envolver em escândalos.
Quanto ao ex-atleta, eu me pergunto: terá valido a pena, tanta perversidade? Terá valido a pena ter perdido tudo em nome de um sentimento de egoísmo e vaidade?

Assassinatos de animais: até quando conviveremos com essa triste realidade?

Recentemente, em minha vida pessoal, presenciei o assassinato de dois animaizinhos de estimação. Um envenenamento que pós fim a duas vidinhas que em sua breve passagem pelo meu convívio, só foram motivo de alegria. Em nada fizeram mal a ninguém. Jamais.
Esse caso, é tido como banal e corriqueiro. Nas grandes cidades, vizinhos com algum tipo de problema mental, lançam veneno contra bichos que a seu ver constituem um empecilho para a sua felicidade.
Pensando assim, matam de maneira cruel pequenos ou grandes animais ou os maltratam, usando de maldade e acreditando estar fazendo a justiça a si. São assassinos que se travestem de cidadãos comuns e escondem a sua face de crueldade na covardia.
Contra essas pessoas, geralmente nada se prova, pois agem às escondidas, na calada da noite. São pessoas sem humanidade, cujos metodos são sofisticados. Elas compram venenos ílicitos e os misturam a carnes, colocam a isca para o bichinho, que atraído pelo alimento faz a ceia da comida fatal e irônicamente, morre em sua própria casa, sucumbindo em meio a dores e agonias, que não se sabe de onde vem.
Vidinhas que só produziam alegrias e felicidade tem um final trágico, produzido por pessoas que no fundo, tem inveja da felicidade alheia. Quem desconhece os laços afetivos que se formam de maneira verdadeira entre pessoas de espécies extintas, não poderia ter atitude diferente, não é mesmo?
O que mais entristece em meio a tudo isso, é a impunidade, é a crueldade, é a constatação do desrespeito ao sentimento alheio. A esses assassinos de animais, dedico o meu desprezo e a minha crença numa justiça divina, já que a terrena pouco faz até mesmo pelos seres humanos.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Violência contra a mulher:

É meio surreal, ter que escrever a respeito de uma violência que já era pra ter sido abolida a essa altura da História. Em pleno século XXI, ter que refletir sobre o desrespeito à mulher, é o fim!
Mas, é que diante de tantos casos, é impossível não se comover. É impossível não tecer um juízo de valor. Algo dentro de mim grita e quer falar bem forte, para que a minha indignação não me intale. Ela tem que sair, tem que ganhar palavras a fim de satisfazer-se.
Pois bem, vamos às palavras:
Antes de mais nada, é preciso que eu fale do que é a mulher. É um ser sublime. O mais sublime dos seres. Capaz de gerar e proteger a vida em meio às mais diversas situações. Na natureza, é a fêmea quem cuida da ninhada e quem a defende ferozmente. Na era moderna, é a mulher que chefia a maioria das famílias que encontramos por aí.
É ela, a mulher quem banca emocional e incondicionalmente os maiores e mais ousados projetos de vida familiar. Refiro-me evidentemente, as mulheres fortes, de fibra, as que honram sua condição feminina, sem feminismos baratos. Aquelas encontradas nos lugares mais comuns. Evidentemente, há exceções à regra, como em tudo.
Após as primeiras frases, é preciso dizer que nos últimos anos, só temos visto e absorvido, histórias de agressão, abusos, ofensa contra mulheres e aos poucos, adaptamos isso à normalidade. Nem nos impactamos mais diante das situações e elas continuam acontecendo. São Danielas, Isabelas, Eloás, Mércias... São Marias... são tantas e muitas.
Num primeiro momento, a sociedade se indigna, a imprensa dá destaque, mas, dali a pouco, tá tudo acontecendo novamente. Nem as delegacias especializadas em crimes contra a mulher resolvem uma problemática que tem se perpetuado através de uma cultura machista e de impunidade.
Nem a Lei Maria da Penha dá jeito a tanta violência e descaso. Para se ter idéia, a cada minuto uma mulher é espancada no país. Pernambuco é campeão no rancking de violência contra a mulher. Infelizmente, esses dados, que vemos todos os dias em revistas, livretos e notícias em geral, não nos comove mais. Parece que já entregamos os pontos e demos a batalha por vencida.
Escrevo essas coisas, após ver que o goleiro do Flamengo está sendo acusado de envolvimento no desaparecimento de sua ex-amante. Logo ele! Homem tão amável, que a poucos meses declarou que todo homem casado já brigou e já saiu na mão com uma mulher. Situação normalíssima, né? Provavelmente na família dele!
Não quero acusá-lo indevidamente, óbvio. Nem tenho esse direito. Porém, creio que se a lei fosse efetivamente aplicada nesses casos. Se não houvesse o protecionismo dado às celebridades, como é tipico do país do "sabe com quem você tá falando?", provavelmente essa moça não teria desaparecido. Um bebê de quatro meses estaria agora, no conforto do seio de sua mãe que o protegeria.
Quanta ironia do destino! Nessa semana, virou noticia o fato de Mel Gibson, o grande ator e diretor hollywoodiano estar atrás das grades justamente por ter agredido sua atual mulher. Lá nos Estados Unidos, a justiça entende que ele é um agressor. Sua profissão ou exposição na mídia pouco importa.
Aqui, ao contrário, quando isso acontece, a mída explora enquanto da audiência, como foi nos casos que envolveram Netinho de Paula e Kadu Moliterno e depois abafa o caso. Anos depois, eles pedem desculpa e o público aceita isso na maior normalidade.
Enfim, é hora de repensarmos tudo isso, afinal, a próxima vítima pode ser qualquer uma de nós, de nossas amigas, de nossas filhas, de nossas mães. Quem mais terá que pagar com a própria vida? Até quando aceitaremos essa situação como sendo uma coisa normal?

Praça da Sé:

Poucas coisas me entristecem tanto, quanto transitar pela Praça da Sé, no centro de São Paulo. Fico pensando quais motivos levam aquele lugar à extrema feiúra e miséria. Logo ali! No centro da maior e mais moderna capital brasileira.
É triste constatar o abandono, a falta de asseio, o descaso mesmo, que as autoridades tratam a nossa principal praça, onde, o espaço é ocupado por sujeira e por gente que dorme pelos cantos. Gente sofrida, que geme nas madrugadas geladas e que é simplesmente ignorada por aqueles que passam. Como se fingir não enxergar, eximisse da dor e da opressão.
Desde a minha infância, vejo muitos falarem dos meninos de rua, que assim como eu, cresceram e se multiplicaram. Ou seja, desde o início da minha breve vida, essa situação se perpetua e me consome de desilusão.
É preciso, que a sociedade desperte para essa realidade e passe a encará-la de frente, cobrando do poder público soluções que realmente sejam dignas para todos. Já não dá mais para apertar o passo na Sé e não poder vislumbrar as belezas que ali residem.
Chega de envergonhar-se com a sujeira e o descaso real e gritante. Como paulistas, paulistanos e brasileiros que somos, merecemos curtir o símbolo da nossa cidade, sem receio, sem sujeira, apreciar apenas a beleza.
Não se trata de expulsar os mendigos da Sé, e sim, de tratá-los e devolver-lhes a humanidade escondida em suas faces sofridas. Creio que os inúmeros impostos que pagamos todos os dias, bastem para isso. Pode ser utópico, mas é o que sinto.

domingo, 27 de junho de 2010

Frida Kahlo:


Quase sempre, esquecemo-mos de relembrar e reverenciar a memória de pessoas que sendo a frente de seu tempo, abriram as portas de um novo mundo para nós. Não nos damos conta de que essa tal liberdade de expressão que gozamos (e muito mal) hoje em dia, é reflexo de muitas lutas, para conquistá-la.


Ontem, revendo os extras do filme Frida, me dei conta do quanto essa artista foi e é importante para nós mulheres ocidentais contemporâneas. Ela nos deu várias possibilidades. A maior delas, a de amar a quem quisermos.


Frida, viveu intensamente amor e paixões e não teve medo de ser quem era. Não teve medo de ousar em seus quadros, que ela fazia para si mesma. Expressou em cores e em figuras tensas, passagens marcantes de sua vida, exteriorizando a imensa dor física e emocional que sentia.


Viveu o amor intensamente, por pessoas, que podiam ser seu Diego Rivera, ou mulheres, ou até mesmo Trotsky. Compartilhando com o amado, suas amantes, inclusive. Quanto a isso, não nos cabe um juizo de valor e sim, o reconhecimento de que essa ousadia foi o que nos abriu portas para sermos livres para sentir e sermos o que desejarmos.

Tem algo errado ou sou que não estou entendendo?

Estamos num mês atípico, o junho de Copa do Mundo de Futebol, que ocorre a cada 4 anos, em ano de eleição presidencial decisiva. Não bastasse isso, estamos em um ano meio trágico, onde suas primeiras horas foram marcadas pelo desmoronamento de terras em Angra dos Reis, que matou muita gente e deixou algumas partes da cidade isolada por alguns dias.

Depois disso, vieram tragédias no Haiti, no Chile, na Italia, na China, na Índia, em São Paulo, no Rio de Janeiro (capital e Niterói). Agora, tempestades devastaram cidades do interior de Alagoas e Pernambuco.

Evidentemente, não podemos e nem devemos parar as nossas vidas por causa disso, mas, esse clima de festa, tem me incomodado bastante, confesso. Celebrar o futebol, vestir verde e amarelo e não compadecer-se dos compatriotas que sofrem, me soa muito cruel.

Ainda mais, porque essas chuvas, esses desastres, são reflexo do descaso que se tem com o povo mais pobre. São o fechar de olhos do poder público que se dá quando as pessoas constroi suas residencias nos morros, nos mananciais. E aí, creio eu, a responsabilidade deve ser compartilhada com todos, que votam, que se acovardam, não denunciando as injustiças e se omitindo no cotidiano da miséria que se instala mas, que preferimos não ver, por ser mais fácil.

Tem algo errado acontecendo ou sou eu que não estou entendendo a paralisia das pessoas, que já não podem sentir compaixão e misericordia pelo seu semelhante que sofre?

domingo, 20 de junho de 2010

Copa: o ópio do povo!

De quatro em quatro anos, tem um evento que muda, que meche com a vida de brasileiros de todas as idades, credos, times, religiões. É a Copa do Mundo de futebol. Um evento importante, capaz de mudar a vida de todos. Nesse momento, as escalas de trabalho são alteradas e não se fala em outra coisa. Ocorre uma verdadeira euforia nacional.
É legal torcer para o Brasil. É incrível ver todos vestidos com as cores do Brasil. Porém, é preocupante, porque é nesse momento que as coisas acontecem sem que as pessoas se deem conta.
Digo isso, porque fico boba diante da constatação que desde maio, não se fala em outra coisa na mídia. Enquanto isso, se costuram alianças políticas, num momento onde haverá uma eleição vital para o nosso futuro.
Em clima de copa do mundo, por exemplo, foram anunciadas oficialmente as candidaturas de José Serra, que foi à Bahia, para tentar conquistar o povo baiano; a candidatura de Dilma Roussef, que vem com todo o gás para manter o governo Lula e a candidatura de Marina Silva, uma alternativa para o eleitorado menos empolgado com o eu contra eles de PT e PSDB. Em São Paulo, Geraldo Alckimim volta a cena política, com seu velho ar de chuchu, dizendo querer dar continuidade ao que PSDB vem fazendo em São Paulo (ou seja, destruindo-0).
Ao mesmo tempo, Michel Temer é candidato a vice de Dilma, enquanto Quércia apóia Alckimim, em outras palavras, o PMDB se posiciona entre os dois pólos, estadual e federal, mostrando toda a sua incoerência política, partidária. Um verdadeiro desrespeito ao eleitorado.
Por fim, os senadores aprovaram 18% de aumento em seu sálario e nós, relis mortais, trabalhadores, continuamos pagando pesados impostos, até mesmo para comprar essas terríveis vuvuzelas, que atormentam a alma, pelo som e pela alienação que ajudam a compor em cenário.
Esse discurso, ao contrário do que possa parecer, não é de alguém que não ama o Brasil. Muito pelo contrário. É de alguém que entende que patrioismo e espírito nacionalistas, devem existir todos os dias. Não apenas de quatro em quatro anos. Vestir a camisa do Brasil, deve ser feito cotidianamente, não apenas nessa época.
Além disso, é preciso que nos esforcemos para ter saúde, educação, segurança, moradia, saneamento básico, acesso à cultura, salários dignos. Aí sim, fará sentido estampar com orgulho as cores do Brasil em todos os momentos.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nove décadas de amor:

Hoje 31 de maio de 2010, é dia de festa. Dia de celebrar a vida que novamente se renova. Uma vida especial e cheia de bons exemplos, num mundo tão carente deles. Nessa data, se comemora as nove décadas de D. Maria Rodrigues Alves, a grande matriarca da minha família.

Maria que significa agraciada aos olhos de Deus, é um nome perfeito para quem teve uma vida vitoriosa, mesmo em meio a todas as adversidades da vida. Desde o início, a cada superação, Deus se mostrou generoso, dando-lhe graças e bençãos. Em seus primeiros dias de vida, a pequena Maria perde a mãe e é criada pelo pai, irmãos e tias, em lar evangélico. A menina imediatamente se identifica com uma outra Maria, a Mãe de Jesus, sendo assim, sua travessura de menina é ir à missa escondida.

A vida segue e a jovem, segue temente a Deus e ao seu propósito de adorar e bendizer a Deus na Santa Igreja. Com muita devoção, participa de todas as celebrações e desde cedo inclui as orações em sua vida cotidiana. Da novena de Santa Helena, surge um sonho revelador, que a levaria ao amor por Antônio, moço bonito, cujo nome remete ao seu santo de devoção. Com ele, a jovem iria viver no Recife, formar uma família, com carinho e cuidado até o fim.

Antônio foi morar no céu, mas a jovem senhora desde então dedicou sua vida aos filhos e à evangelização, sendo ministra, catequista, acolhedora. Por sua casa, em bairro simples do Recife, passaram muitos homens de Deus. Padres de todos os lugares, que elegeram a casa como aeroporto, pois lá recebiam cuidado e era uma parada obrigatória. Desse período, surgiu a amizade com grandes homens de Deus, como Reginaldo Veloso, D. Helder Camara, Adriano Jansen, entre outros.

Nem mesmo alguns acidentes de percurso a desviaram do seu caminho, muito menos abalaram a sua fé. Com uma fratura de fêmur aos 75 e outra aos 87, Maria surpreendeu a todos e voltou a andar em tempo recorde, dando exemplo de força de vontade e superação. Em meio a dores e fisioterapias, nunca reclamou ou desanimou.

Hoje, seus oito filhos, seis netos e quatro bisnetos, testemunham sua fidelidade a Deus e a imensa capacidade de luta e vitória. Todos são privilegiados, assim como eu, em compartilhar de seus ensinamentos e amor pela vida. Por tudo isso, é preciso registrar todo o afeto que sinto e desejar os parabéns e muitas felicidades à doce Mãe Maria.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O valor da voz:

Por que nós seres humanos somos assim? Por que só damos valor as coisas quando as perdemos? É impressionante, mas, só damos valor ao que temos, quando nos vemos diante da real possibilidade de perder o que temos, o que amamos, o que usufruimos e assim por diante. É assim com todos, não é mesmo?
Não poderia deixar de ser assim comigo. Afinal, sou humana. Tenho todas as fragilidades e necessidades que todos tem. Essa semana, estou aprendendo a valorizar a minha voz, a minha fala, os sons que emito para falar ou cantar.
Nunca passei por uma situação assim, antes. Dores na garganta? Às vezes, óbvio. Uma faringite de vez em quando, nada mais. Mas, chegar ao ponto de não poder falar, de não poder me comunicar, isso nunca. É a primeira vez.
Aí, vi o quanto é bom poder abrir a boca para se expressar livremente. Vi o quão é necessário estar com todo o corpo em ordem funcionando, pois, se algo falta, muda tudo.
Por que fiquei assim? Oras, porque ao longo desses quatro anos de trabalho, me preocupei mais com os outros do que comigo. Comecei a falar de mais. Cada vez mais alto. Sem perceber, até chegar a esse ponto.
Me pergunto: pra quê? O que ganho com isso? Remédios, doença, preocupação. O sistema, pouco se importa se ficarei muda, rouca, ou algo parecido. Os alunos também não querem escutar o que digo. Como sempre, eu, professora, pagarei a conta. Santo Deus, que é isso? Em que mundo estamos? Calaram até mesmo a voz dos professores com seus esquemas sórdidos.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O outro lado da Virada Cultural:

No último final de semana, a cidade de São Paulo promoveu um mega evento: a virada cultural, em que 24 horas de shows ocorreram simultâneamente pela cidade, a maioria na região central. Muito se falou sobre a virada e a mídia divulgou amplamente esse acontecimento, que é um dos principais da cidade nos dias de hoje. A expectativa oficial girava em torno de 4 milhões de pessoas, sendo que pelo menos 300 mil seriam turistas. Números enormes, não é mesmo?
O que a imprensa não divulgou amplamente, foi o que de fato acontece na virada cultural, onde milhares de pessoas se entorpecem em meio a diversidade de shows. Por todos os lados, só se veem jovens bebendo e consumindo cigarros e drogas. O amplo policiamento é capaz de conter a multidão, mas não pode conter os problemas sociais que se mostram visíveis em meio à aglomeração.
A crítica que teço contra esse evento se dá pelo excesso. A política do tudo ou nada me incomoda. Penso que ao invés de exagerar em shows, a municipalidade poderia simplesmente dar acesso ao lazer e a cultura todos os finais de semana e não em um apenas. A sociedade que paga impostos caríssimos para viver numa cidade como São Paulo, merece uma atitude assim.
Vi cenas que chocam, no entorno das apresentações: garrafas quebradas, garrafas vazias de todo tipo de bebida, uma cidade mijada, cuspida, com excrementos fecais. Essas cenas, expressam a miséria de um povo. É incrível perceber a insensibilidade das pessoas que caminham entre bêbados e fingem não ver. Isso reflete o descaso do governo que finge não ver as pessoas nas favelas, nas praças, debaixo dos viadutos.
É preciso uma virada sim. Uma virada que dê dignidade verdadeira para as pessoas. Uma virada na Educação falida, na saúde agonizante, na insegurança nacional. Uma virada de consciência, capaz de fazer o povo perceber quem são seus algozes e dar bye bye a eles. É preciso que essa massa que se movimenta em busca de lazer, se movimente em busca de uma vida melhor. Enfim, é preciso que as pessoas aprendam a não se alienar diante de oportunidades como as dadas ao povo no último final de semana.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Viver a Vida, the end:

A pouco, se encerrou a mais recente trama do grande mestre Manoel Carlos. Nela, o autor contou a história de uma modelo que no auge do sucesso sofre um acidente e tem de reaprender a viver. A novela, pode não ter sido a melhor produzida pelo novelista, é bem verdade, mas, valeu a pena pelos depoimentos finais, grandes exemplos de vida e superação.
Manoel Carlos, sabe como ninguém ler a alma das pessoas comuns e produz diálogos sobre situações da nossa realidade, que realmente valem a pena serem ditas e refletidas. Em suas novelas, não há vilões, há pessoas normais, que tem seu lado positivo e negativo. Em alguns momentos, ele expõe a crueldade, em outros, mostra a fragilidade que nutre as pessoas comuns, mesmo aquelas que consideramos perversas.
Outra consideração importante é a respeito da última Helena, Taís Araújo, uma mulher comum de 30 anos, sem grandes conflitos e muito equilibrada. Achei incrível a oportunidade dada a uma atriz negra, de representar o maior ícone de força e coragem. Numa sociedade que camufla preconceitos, essa foi uma incrível oportunidade de mostrar não apenas uma protagonista negra, mas, alguém comum, de uma classe média, sem cair no drama do racismo. Maneco felizmente não foi óbvio nessa questão.
Por fim, devo dizer que foi uma emoção muito grande ver o encerramento da trama com um show do grande maestro João Carlos Martins, que é um dos maiores exemplos de vida. Um brasileiro que mesmo em meio a todos os problemas de saúde, violência e dificuldades, não se acovardou da vida e não desistiu de Viver a Vida.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Corinthias eliminado. Valeu Ronaldo!

Infelizmente, na noite de ontem, diante do Pacaembú lotado, o Corinthians novamente viu seu sonho de conquistar a América, ser desfeito. Com muita raça e vontade. Os jogadores deram tudo de si, mas, infelizmente não alcançaram seu maior objetivo que era vencer o Flamengo com mais de dois gols de diferença.
É triste, evidentemente, ver o fim de um sonho, de todo um projeto que teve inicio no ano passado. Porém, não dá para pura e simplesmente desqualificar a trajetória de um time como esse, capaz de emocionar a todos pela garra e pela vontade.
É hora de erguer a cabeça, pois o verdadeiro campeão se mostra na derrota. Se até o Barcelona perdeu a Champions Ligue, qual a estranheza do Corinthians perder nesse torneio? Quem entra num campeonato, só tem dois caminhos. É ganhar ou perder.
Quanto a Ronaldo. Continuo batendo na mesma tecla: é um guerreiro. Exemplo de vida. Um cara que com todas as dores e dificuldades esforça-se em dar inúmeras alegrias aos torcedores. Pessoas com bem menos problemas de saúde que ele, prostram-se em camas ou se arrastam pela vida, reclamando de tudo.
Ronaldo, não. Ronaldo luta e corre atrás de seus objetivos. Cai, se machuca e se levanta, sempre pronto a dar o seu melhor. Por esse motivo, essa Libertadores já valeu, pois esse sonho teve inicio com a contratação de Ronaldo em 2008.
Embora o título desse artigo seja meio irônico, a primeira vista, revelo ao leitor que não o é de fato. Repito: Corinthians eliminado. Valeu Ronaldo!
Valeu pela força, pelo carinho, pela dedicação. Valeu também a todos os guerreiros. Até a próxima vitória!

terça-feira, 20 de abril de 2010

VEJA a PiG dessa semana:


Hoje, quero escrever a respeito da capa de Veja dessa semana. Muito me impressionou essa imagem. A revista, famosa por sua posição à direita, expressa mais uma vez sua opção política. A reportagem mostra o perfil de José Serra e uma clara propaganda de sua candidatura.
Que a saída do presidente Lula encerra uma era, isso é evidente, mas, expressar o final de um ciclo com a imagem de uma personalidade é algo muito perigoso numa democracia. No Brasil, a falta de criticidade do senso comum, leva milhares de pessoas a se posicionarem tendo como base, esse tipo de reportagem celebrativa.
Claro que a imprensa tem o direito de fazer reportagens sobre quem quiser, porém, é complicado num momento em que o jogo político não está definido, começar esse apoio. Ainda mais, em torno de um político que recém saiu de um cargo importantíssimo, com inúmeros problemas de gestão.
Nesse sentido, a reportagem de Veja é mais um episódio marcante da Imprensa Golpista que tenta novamente manipular a opinião pública para lucrar com o resultado das próximas eleições. Como se sabe, a revista pertence à Editora Abril, que por sua vez é paga pelo governo do Estado de São Paulo, para editar revistas que fazem parte de disciplinas especialmente criadas para fazer uso desse material.
Em outras palavras, a capa reflete a intenção em continuar com contratos que unam governo e empresa. Enfim, é preciso que o eleitor esteja alerta para não servir mais uma vez de massa de manobra, como já ocorreu diversas vezes na história desse país.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mais que mil palavras:

Posto aqui, o vídeo da indignação proletária. Trata-se do lançamento da pré-candidatura de Serra, em que uma colunista da globo destaca que os militantes do PSDB chegam ao evento em ônibus confortáveis e que o "PSDB, está se tornando um partido de massas, mas uma massa cheirosa", em outras palavras, os militantes dos outros partidos do Brasil, fedem. Sim, porque não tem os milhões do Rouboanel para comprar perfume, não é mesmo?

http://www.youtube.com/watch?v=yuXgolrKWjA

sábado, 10 de abril de 2010

Sindrome do pequeno poder, no sábado a tarde:

Como boa observadora que sou, não posso deixar de registrar na mente certos fatos cotidianos. Menos ainda, não posso deixar de expressá-los, para que o meu pensamento possa se materializar na forma de reflexões alheias. Por isso, tornei-me mais uma blogueira nesse último ano. Confesso que isso aqui me faz muito bem.
Pois bem, vamos aos fatos, que realmente interessam.
A cena é simples: pessoas numa rede fast-food de almoço, em pleno sábado a tarde, no centro da cidade. Até aí, normal. O problema é quando essas pessoas passam a humilhar os funcionários por causa da demora da vinda dos pratos (em torno de 10 a 15 minutos). Mais adiante, seguem reclamações (infundadas, a meu ver) e ofensas ao trabalho alheio.
Detalhe: durante a semana, essas pessoas são prováveis pares das pessoas a quem estão ofendendo, não por trabalharem na mesma empresa, mas, por trabalharem no mesmo ramo ou em ramos parecidos.
Enfim, é impressionante a necessidade que os oprimidos tem de oprimir. Descontar em alguém sua raiva, sua fúria, seu descontentamento. O problema da sindrome do pequeno poder, é que ela é um falso poder, ou seja, uma sensação errônea, distorcida mesmo, da realidade.
Claro que as pessoas às vezes tem razão em sentir-se incomodadas com a demora da vinda de sua alimentação. É compreensível que a fome seja inimiga do bom humor, porém, isso não isenta (ou não deve, pelo menos) o uso do bom senso. Ora, se a fome é incontrolável, nada mais óbvio que fazer a refeição num restaurante self service. Quem procura comida a la carte, por mais fast food que seja, deve ter paciência, não é mesmo?

Alexandre Orion, a exposição:

Está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, uma exposição muito legal (recomendadíssima), de um artista plástico que instiga olhos e mentes, com uma proposta artística que vai além de uma simples obra. Ele obriga-nos a refletir sobre política, poluição, imposição, autoritarismo, vida e morte, por que não? Trata-se de Alexandre Orion, um homem capaz de usar talento e sensibilidade para expressar em forma de arte e denúncia o mal que a poluição nos causa.
Munido de um pano, o artista em 2008 foi ao Túnel Ayrton Senna, desenhar caveiras, que representam a morte de muitas pessoas, vítimas da poluição. Demonstrando assim, o grande mal que a fuligem causa aos transeuntes das grandes cidades brasileiras. Sua obra entitulada Ossário (nome muito apropriado, inclusive) revela-nos a fragilidade humana e o descaso das autoridades, estas, nos deixam respirar um ar de péssima qualidade, incentivando-nos a utilizar cada vez mais os meios que agridem nosso organismo e o meio ambiente.
Para quem não se lembra (ou não conhece a história), a obra de Alexandre foi duramente reprimida pela prefeitura de S. Paulo, que ao perceber do que se tratava, mandou polícia, depois CET (em plena madrugada) e por último, uma equipe de limpeza pública para limpar o Túnel Ayrton Senna, impedindo assim, a propagação da obra e sua consequente repercusão.
O autoritarismo utilizado contra o artista, revela o descomprometimento com questões fundamentais, como vida e morte, por exemplo. Para muitos, fuligem é algo banal, para alguns (me incluo nesse grupo), em certas circunstâncias, ela pode debilitar seriamente e até ser fatal.
O Ossário de Alexandre Orion, é uma possibilidade individual e coletiva de repensarmos hábitos, práticas, políticas públicas e preservação do meio ambiente em espaços grandiosos como S. Paulo. É impressionante, mas, no geral, as pessoas dissociam as questões ambientais do espaço urbano, como se a natureza existisse somente no campo. Como se respirar ar puro só fosse necessário em certos lugares. Como se fosse um luxo ter qualidade de vida todos os dias, no lugar onde se vive a rotina cotidiana.
Alexandre Orion tem conteúdo valioso pois com apenas um pedaço de pano e uma faxina, resgata uma série de sentidos que se perdem em meio ao trânsito caótico da megalópole. Pena, essa sensibilidade ter sido aguçada só agora, por iniciativa dessa maravilhosa esposição do CCBB. É lamentável que a Prefeitura tenha impedido sua ação e limpeza na cidade. Bom seria, se a limpeza urbana de Kassab chegasse aos lugares sem visibilidade, como na periferia.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O fim da greve dos professores:

Foi encerrada ontem a greve dos professores paulistas, que já completava um mês em curso. Historicamente, essa greve da categoria foi a mais difícil, devido ao autoritarismo da Secretaria da Educação e do então governador de S. Paulo, José Serra.
Ainda há um enorme ponto de interrogação, pois não se sabe ainda ao certo, o que acontecerá. O mais provavel, é a punição dos professores grevistas, com o corte de seu pagamento no próximo mês de maio.
Isso, evidentemente, reflete o descompromisso do PSDB com a Educação paulista. O partido que governa o Estado desde 1995, ao longo desse período, precarizou e contribuiu para que houvesse uma falência nessa área. Falência essa explícita, inegável e vergonhosa, expressa sobretudo nos índices, que revelam que o ensino está muito ruim.
Ao longo dos últimos 15 anos, a Escola Pública foi atacada por uma ideologia que prevê o maior descompromisso do Estado com a Educação, sendo assim, é possível entender porque o magistério tem sido tão atacado. É impossível ministrar um bom trabalho em salas superlotadas, escolas sem infra-estrutura e acessibilidade, com salários miseráveis, materiais com erros grosseiros e assim por diante.
O professor, tem sido vítima de um processo criado para desestimulá-lo, que retira sua autoridade e sobretudo, coloca sua auto-estima em baixa. A progressão continuada, por exemplo, desautoriza o trabalho docente, sobretudo, nos anos iniciais. Aqui, não se trata de uma defesa da reprovação. Não é isso. Trata-se da reflexão em torno de práticas pedagógicas capazes de impedir o avanço de alunos que não tem condições de acompanhar a série seguinte.
Talvez, com a possibilidade de uma recuperação efetiva, que faça o aluno empenhar-se verdadeiramente para aprender, e não que o ampare totalmente em suas falhas, como vem ocorrendo.
O final da greve dos professores, tem como ponto positivo, uma discussão por parte da sociedade, que visa levar à reflexão essas questões e muitas outras. Contudo, há muitos oportunistas, pessoas sem experiência na atividade docente, que tentam opinar e defender posições, sem saber o que se enfrenta numa sala de aula.
É muito fácil, dizer que os professores são culpados, mal formados ou acomodados. Difícil é conviver com a violência no processo educacional, com o baixo salario, com jornadas de trabalho estafantes, com material precário, com limitação da liberdade de cátedra e assim por diante.
Digo isso, porque no último mês, a imprensa deu apenas uma versão dos fatos. O professor foi calado, não tendo como se defender dos ataques de jornalistas, economistas e outros especialistas, que não tem uma prática no magistério público, para dizer com propriedade o que estão dizendo.
Não foi dada a oportunidade para que o profissional da Educação falasse por si mesmo e desse a sua versão para a greve. Esse movimento, não foi ocasionado pura e simplesmente com fins eleitorais, isso faz parte do contexto. O motivo gira em torno da demissão de 45 mil professores, precarização nos contratos de trabalho, falta de aumento salarial, concurso insuficiente, etc.
Obviamente, qualquer movimento num ano eleitoral, pode ser interpretado dessa forma, isso se dá pelo fato de o patrão ser o administrador do estado. Se as coisas não estão bem, ele paga o pato, isso é normal. Ninguém reclama de quem o trata bem, não é mesmo?
A APEOESP, que tem sido acusada de fazer uma campanha em favor de Dilma é um sindicato plural, cujos associados simpatizam com diversos partidos diferentes, na sua maioria de esquerda. Com mais de 100 mil associados, seria impossível congregar todos em uma corrente só.
Por fim, que a luta não se encerre aqui. Que ela permaneça em prol de uma Educação de qualidade, que se faz com infra-estrutura, menos alunos por sala e salário digno.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tragédia no Rio de Janeiro:


Desde ontem, temos acompanhado o drama em que estão envolvidos cariocas e fluminenses: fortes chuvas que causaram deslizamentos de terra, alagamentos, mortes, um caos, enfim. De maneira democrática, a chuva atingiu gente de todas as classes sociais, afetando de mansões a morros. O saldo revela um número triste: 102 mortos.
A tragédia, no entanto, não consiste numa novidade. Há tempos, estudiosos vem apontando para essa possibilidade, devido a ocupação irregular do solo na cidade maravilhosa. Por conveniência (no caso da classe média) ou por um problema social, as autoridades tem fechado os olhos para essa situação.
Desde os ano 60, o Rio de Janeiro enfrenta problemas como o que estamos vivenciando. Passado o pior momento, a vida segue, paliativos são usados para solucionar o problema, mas, com efeito nada é feito para solucionar verdadeiramente as ocupações irregulares. Ao contrário, essa situação é confirmada, a medida que se legitima as ocupações, com a regularização de bairros. Com isso, as pessoas convivem com a possibilidade de tragédias, mesmo sem perceber o risco que correm.
É necessário que dessa vez, as pessoas não se acovardem e que possam cobrar do poder público soluções definitivas. O que temos presenciado é muito grave: 102 vidas interrompidas por conta da irresponsabilidade e da omissão.
Uma cidade que sediará os Jogos Olímpicos, não pode se dar ao luxo de protagonizar tragédias como essa. É preciso que haja uma ação em conjunto de todos os administradores, para que o Rio volte a ser um dos cenários mais bonitos do mundo para se viver. Não bastasse a violência, o meio ambiente não pode fazer parar um dos nossos maiores simbolos nacionais.
Força às vítimas e boa sorte Rio de Janeiro.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O tempo é o senhor da razão!

Essa é uma famosa frase, dita por um comentarista de futilidades dos artistas. Refiro-me ao colunista de entretenimento Leão Lobo. Pois é, o bordão usado maliciosamente para deixar que as pessoas concluam por si mesmas as fofocas que não podem ser ditas abertamente, tem razão. Diversas vezes, para não dizer clara e abertamente que o cantor Rick Martin era gay, Leão Lobo sempre usou a frase. Semana passada, o mundo pode ler o que o artista publicou em seu blog: homessexual man. A frase estava certa.
Somente o tempo é capaz de dar conta de algumas verdades, não é mesmo?
E na política? Pode-se dizer o mesmo. O tempo é o senhor da razão. Pouquíssimo tempo depois da saída de Serra, o autoritário, vemos estampado na Folha de São Paulo, que é um dos componentes da PiG (Partido da imprensa Golpista), notícia que comprova o que já suspeitávamos: há irregularidades inconstestáveis nos contratos do metrô, principalmente com relação à publicidade.
Se Serra é capaz de enganar a maioria das pessoas, com propaganda caríssima e mentirosa, o mesmo não é capaz de fazer com o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e está comprovado mais uma vez a incompetência e o mau uso do dinheiro público.
Abaixo, destaco um trecho do que escreveu um jornalista a esse respeito em seu blog:
"Duda Mendonça é aquele que confessou que recebia dinheiro numa conta secreta no exterior.
Nizan Guanaes é aquele que teve o quase-monopólio da publicidade no governo do Farol de Alexandria.
Foi o Nizan que ganhou muito dinheiro para o Fernando Henrique dar parabéns ao povo brasileiro pelos oito meses de racionamento de energia.
Um gênio.
A propaganda enganosa do Zé Inacabado com o metrô todo o Brasil conhece.
Ele inaugurava no vídeo estações de metrô que ficarão prontas quando se encerrar o primeiro mandato da Dilma.
Tudo maquete.
Para produzir essas obras primas o Serra deu ao Duda e ao Nizan a ninharia de R$ 63 milhões.
Eles são uns gênios."

(Paulo Henrique Amorim)

Para não esquecer!







Meu caro leitor, o objetivo desse post é um só: lembrá-lo da incompetência, da arrogância, da irresponsabilidade, da insanidade de José Serra, que renunciou ao cargo, convicto da vitória nas próximas eleições, mas que deixou o Estado em meio ao caos gerado pela greve dos professores. É com tamanha ineficiência, que será lembrado um governo marcado pelo autoritarismo, falta de diálogo e desrespeito ao trabalhador de Educação. No próximo dia 10, será lançada uma candidatura capaz de representar uma vergonha nacional.
Como um político omisso, poderá ser capaz de representar o nosso país? O próprio Idesp (criado e inventado em sua gestão) o avaliou de maneira insatisfatória, dando provas públicas e irrefutáveis de seu despreparo para administrar o setor público.
Pensem nisso e não se esqueçam do momento de dor pelo qual passam milhares de pais de família, na incerteza e na insegurança, devido a não negociação por parte de seu patrão. Esse homem, acabou com São Paulo, agora, ele quer vampirizar o Brasil. Não se pode permitir tamanha barbarie.

domingo, 4 de abril de 2010

Pra começar bem a semana, um pouco de poesia!


Num inicio de semana pascal, onde se celebra a passagem da morte para a vida, em que Jesus supera as trevas com muita luz, quero fazer uma analogia com a situação precária da Educação de S. Paulo e assim, propor a passagem da humilhação para a dignidade. Para tanto, gostaria de fazer uso de uma belíssima poesia que a mim foi enviada por um magnífico professor, essa semana:

Sou professor.
Nasci no momento exato em que uma pergunta
saltou da boca de uma criança.
Fui muitas pessoas em muitos lugares.
Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas
a descobrir novas idéias através de perguntas.
Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo
da mão estendida de Helen Keller.
Sou Esopo e Hans Christian Andersen,
revelando a verdade através de inúmeras histórias.
Sou Marva Collins, lutando pelo direito
de toda a criança à Educação.
Sou Mary McCloud Bethune,
construindo uma grande universidade para meu povo,
utilizandocaixotes de laranja como escrivaninhas.
Sou Bel Kauffman, lutando para colocar em prática
o Up Down Staircase.
Os nomes daqueles que praticaram minha profissão
soam como um corredor da fama para a humanidade...
Booker T. Washington, Buda, Confúcio,
Ralph Waldo Emerson, Leo Buscaglia,
Moisés e Jesus.
Sou também aqueles cujos nomes foram
há muito esquecidos,
mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados
nas realizações de seus alunos.
Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos,
gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos
e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão
ao lado de suas sepulturas cavadas cedo demais,
para corpos jovens demais.
Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator,
amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos,
como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi,
psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé.
A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos,
histórias e livros, não tenho tido, na verdade,
nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas
a si próprios para aprender,
e eu sei que é preciso o mundo inteiro
para dizer a alguém quem ele é.
Sou um paradoxo.
É quando falo alto que escuto mais.
Minhas maiores dádivas estão no que desejo
receber agradecido de meus alunos.
Riqueza material não é um dos meus objetivos,
mas sou um caçador de tesouros em tempo integral,
em minha busca de novas oportunidades para que
meus alunos usem seus talentos e em minha
procura constante desses talentos que,
às vezes, permanecem encobertos pela autoderrota.
Sou o mais afortunado entre todos os que labutam.
A um médico é permitido conduzir a vida num
mágico momento.
A mim, é permitido ver que a vida renasce
a cada dia com novas perguntas,
idéias e amizades.
Um arquiteto sabe que,
se construir com cuidado,
sua estrutura poderá permanecer por séculos.
Um professor sabe que,
se construir com amor e verdade,
o que construir durará para sempre.
Sou um guerreiro,
batalhando diariamente contra apressão dos colegas,
o negativismo, o medo, o conformismo, o preconceito,
a ignorância e a apatia.
Mas tenho grandes aliados:
Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno,
Individualidade, Criatividade, Fé, Amor e Riso,
todos correm a tomar meu partido com apoio indômito.
(...) E assim, tenho um passado rico em memórias.
Tenho um presente de desafios, aventuras e divertimento,
porque a mim é permitido passar meus dias com o futuro.
Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dias.

John W. Schlatter