segunda-feira, 28 de junho de 2010

Violência contra a mulher:

É meio surreal, ter que escrever a respeito de uma violência que já era pra ter sido abolida a essa altura da História. Em pleno século XXI, ter que refletir sobre o desrespeito à mulher, é o fim!
Mas, é que diante de tantos casos, é impossível não se comover. É impossível não tecer um juízo de valor. Algo dentro de mim grita e quer falar bem forte, para que a minha indignação não me intale. Ela tem que sair, tem que ganhar palavras a fim de satisfazer-se.
Pois bem, vamos às palavras:
Antes de mais nada, é preciso que eu fale do que é a mulher. É um ser sublime. O mais sublime dos seres. Capaz de gerar e proteger a vida em meio às mais diversas situações. Na natureza, é a fêmea quem cuida da ninhada e quem a defende ferozmente. Na era moderna, é a mulher que chefia a maioria das famílias que encontramos por aí.
É ela, a mulher quem banca emocional e incondicionalmente os maiores e mais ousados projetos de vida familiar. Refiro-me evidentemente, as mulheres fortes, de fibra, as que honram sua condição feminina, sem feminismos baratos. Aquelas encontradas nos lugares mais comuns. Evidentemente, há exceções à regra, como em tudo.
Após as primeiras frases, é preciso dizer que nos últimos anos, só temos visto e absorvido, histórias de agressão, abusos, ofensa contra mulheres e aos poucos, adaptamos isso à normalidade. Nem nos impactamos mais diante das situações e elas continuam acontecendo. São Danielas, Isabelas, Eloás, Mércias... São Marias... são tantas e muitas.
Num primeiro momento, a sociedade se indigna, a imprensa dá destaque, mas, dali a pouco, tá tudo acontecendo novamente. Nem as delegacias especializadas em crimes contra a mulher resolvem uma problemática que tem se perpetuado através de uma cultura machista e de impunidade.
Nem a Lei Maria da Penha dá jeito a tanta violência e descaso. Para se ter idéia, a cada minuto uma mulher é espancada no país. Pernambuco é campeão no rancking de violência contra a mulher. Infelizmente, esses dados, que vemos todos os dias em revistas, livretos e notícias em geral, não nos comove mais. Parece que já entregamos os pontos e demos a batalha por vencida.
Escrevo essas coisas, após ver que o goleiro do Flamengo está sendo acusado de envolvimento no desaparecimento de sua ex-amante. Logo ele! Homem tão amável, que a poucos meses declarou que todo homem casado já brigou e já saiu na mão com uma mulher. Situação normalíssima, né? Provavelmente na família dele!
Não quero acusá-lo indevidamente, óbvio. Nem tenho esse direito. Porém, creio que se a lei fosse efetivamente aplicada nesses casos. Se não houvesse o protecionismo dado às celebridades, como é tipico do país do "sabe com quem você tá falando?", provavelmente essa moça não teria desaparecido. Um bebê de quatro meses estaria agora, no conforto do seio de sua mãe que o protegeria.
Quanta ironia do destino! Nessa semana, virou noticia o fato de Mel Gibson, o grande ator e diretor hollywoodiano estar atrás das grades justamente por ter agredido sua atual mulher. Lá nos Estados Unidos, a justiça entende que ele é um agressor. Sua profissão ou exposição na mídia pouco importa.
Aqui, ao contrário, quando isso acontece, a mída explora enquanto da audiência, como foi nos casos que envolveram Netinho de Paula e Kadu Moliterno e depois abafa o caso. Anos depois, eles pedem desculpa e o público aceita isso na maior normalidade.
Enfim, é hora de repensarmos tudo isso, afinal, a próxima vítima pode ser qualquer uma de nós, de nossas amigas, de nossas filhas, de nossas mães. Quem mais terá que pagar com a própria vida? Até quando aceitaremos essa situação como sendo uma coisa normal?

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