terça-feira, 20 de abril de 2010

VEJA a PiG dessa semana:


Hoje, quero escrever a respeito da capa de Veja dessa semana. Muito me impressionou essa imagem. A revista, famosa por sua posição à direita, expressa mais uma vez sua opção política. A reportagem mostra o perfil de José Serra e uma clara propaganda de sua candidatura.
Que a saída do presidente Lula encerra uma era, isso é evidente, mas, expressar o final de um ciclo com a imagem de uma personalidade é algo muito perigoso numa democracia. No Brasil, a falta de criticidade do senso comum, leva milhares de pessoas a se posicionarem tendo como base, esse tipo de reportagem celebrativa.
Claro que a imprensa tem o direito de fazer reportagens sobre quem quiser, porém, é complicado num momento em que o jogo político não está definido, começar esse apoio. Ainda mais, em torno de um político que recém saiu de um cargo importantíssimo, com inúmeros problemas de gestão.
Nesse sentido, a reportagem de Veja é mais um episódio marcante da Imprensa Golpista que tenta novamente manipular a opinião pública para lucrar com o resultado das próximas eleições. Como se sabe, a revista pertence à Editora Abril, que por sua vez é paga pelo governo do Estado de São Paulo, para editar revistas que fazem parte de disciplinas especialmente criadas para fazer uso desse material.
Em outras palavras, a capa reflete a intenção em continuar com contratos que unam governo e empresa. Enfim, é preciso que o eleitor esteja alerta para não servir mais uma vez de massa de manobra, como já ocorreu diversas vezes na história desse país.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mais que mil palavras:

Posto aqui, o vídeo da indignação proletária. Trata-se do lançamento da pré-candidatura de Serra, em que uma colunista da globo destaca que os militantes do PSDB chegam ao evento em ônibus confortáveis e que o "PSDB, está se tornando um partido de massas, mas uma massa cheirosa", em outras palavras, os militantes dos outros partidos do Brasil, fedem. Sim, porque não tem os milhões do Rouboanel para comprar perfume, não é mesmo?

http://www.youtube.com/watch?v=yuXgolrKWjA

sábado, 10 de abril de 2010

Sindrome do pequeno poder, no sábado a tarde:

Como boa observadora que sou, não posso deixar de registrar na mente certos fatos cotidianos. Menos ainda, não posso deixar de expressá-los, para que o meu pensamento possa se materializar na forma de reflexões alheias. Por isso, tornei-me mais uma blogueira nesse último ano. Confesso que isso aqui me faz muito bem.
Pois bem, vamos aos fatos, que realmente interessam.
A cena é simples: pessoas numa rede fast-food de almoço, em pleno sábado a tarde, no centro da cidade. Até aí, normal. O problema é quando essas pessoas passam a humilhar os funcionários por causa da demora da vinda dos pratos (em torno de 10 a 15 minutos). Mais adiante, seguem reclamações (infundadas, a meu ver) e ofensas ao trabalho alheio.
Detalhe: durante a semana, essas pessoas são prováveis pares das pessoas a quem estão ofendendo, não por trabalharem na mesma empresa, mas, por trabalharem no mesmo ramo ou em ramos parecidos.
Enfim, é impressionante a necessidade que os oprimidos tem de oprimir. Descontar em alguém sua raiva, sua fúria, seu descontentamento. O problema da sindrome do pequeno poder, é que ela é um falso poder, ou seja, uma sensação errônea, distorcida mesmo, da realidade.
Claro que as pessoas às vezes tem razão em sentir-se incomodadas com a demora da vinda de sua alimentação. É compreensível que a fome seja inimiga do bom humor, porém, isso não isenta (ou não deve, pelo menos) o uso do bom senso. Ora, se a fome é incontrolável, nada mais óbvio que fazer a refeição num restaurante self service. Quem procura comida a la carte, por mais fast food que seja, deve ter paciência, não é mesmo?

Alexandre Orion, a exposição:

Está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, uma exposição muito legal (recomendadíssima), de um artista plástico que instiga olhos e mentes, com uma proposta artística que vai além de uma simples obra. Ele obriga-nos a refletir sobre política, poluição, imposição, autoritarismo, vida e morte, por que não? Trata-se de Alexandre Orion, um homem capaz de usar talento e sensibilidade para expressar em forma de arte e denúncia o mal que a poluição nos causa.
Munido de um pano, o artista em 2008 foi ao Túnel Ayrton Senna, desenhar caveiras, que representam a morte de muitas pessoas, vítimas da poluição. Demonstrando assim, o grande mal que a fuligem causa aos transeuntes das grandes cidades brasileiras. Sua obra entitulada Ossário (nome muito apropriado, inclusive) revela-nos a fragilidade humana e o descaso das autoridades, estas, nos deixam respirar um ar de péssima qualidade, incentivando-nos a utilizar cada vez mais os meios que agridem nosso organismo e o meio ambiente.
Para quem não se lembra (ou não conhece a história), a obra de Alexandre foi duramente reprimida pela prefeitura de S. Paulo, que ao perceber do que se tratava, mandou polícia, depois CET (em plena madrugada) e por último, uma equipe de limpeza pública para limpar o Túnel Ayrton Senna, impedindo assim, a propagação da obra e sua consequente repercusão.
O autoritarismo utilizado contra o artista, revela o descomprometimento com questões fundamentais, como vida e morte, por exemplo. Para muitos, fuligem é algo banal, para alguns (me incluo nesse grupo), em certas circunstâncias, ela pode debilitar seriamente e até ser fatal.
O Ossário de Alexandre Orion, é uma possibilidade individual e coletiva de repensarmos hábitos, práticas, políticas públicas e preservação do meio ambiente em espaços grandiosos como S. Paulo. É impressionante, mas, no geral, as pessoas dissociam as questões ambientais do espaço urbano, como se a natureza existisse somente no campo. Como se respirar ar puro só fosse necessário em certos lugares. Como se fosse um luxo ter qualidade de vida todos os dias, no lugar onde se vive a rotina cotidiana.
Alexandre Orion tem conteúdo valioso pois com apenas um pedaço de pano e uma faxina, resgata uma série de sentidos que se perdem em meio ao trânsito caótico da megalópole. Pena, essa sensibilidade ter sido aguçada só agora, por iniciativa dessa maravilhosa esposição do CCBB. É lamentável que a Prefeitura tenha impedido sua ação e limpeza na cidade. Bom seria, se a limpeza urbana de Kassab chegasse aos lugares sem visibilidade, como na periferia.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O fim da greve dos professores:

Foi encerrada ontem a greve dos professores paulistas, que já completava um mês em curso. Historicamente, essa greve da categoria foi a mais difícil, devido ao autoritarismo da Secretaria da Educação e do então governador de S. Paulo, José Serra.
Ainda há um enorme ponto de interrogação, pois não se sabe ainda ao certo, o que acontecerá. O mais provavel, é a punição dos professores grevistas, com o corte de seu pagamento no próximo mês de maio.
Isso, evidentemente, reflete o descompromisso do PSDB com a Educação paulista. O partido que governa o Estado desde 1995, ao longo desse período, precarizou e contribuiu para que houvesse uma falência nessa área. Falência essa explícita, inegável e vergonhosa, expressa sobretudo nos índices, que revelam que o ensino está muito ruim.
Ao longo dos últimos 15 anos, a Escola Pública foi atacada por uma ideologia que prevê o maior descompromisso do Estado com a Educação, sendo assim, é possível entender porque o magistério tem sido tão atacado. É impossível ministrar um bom trabalho em salas superlotadas, escolas sem infra-estrutura e acessibilidade, com salários miseráveis, materiais com erros grosseiros e assim por diante.
O professor, tem sido vítima de um processo criado para desestimulá-lo, que retira sua autoridade e sobretudo, coloca sua auto-estima em baixa. A progressão continuada, por exemplo, desautoriza o trabalho docente, sobretudo, nos anos iniciais. Aqui, não se trata de uma defesa da reprovação. Não é isso. Trata-se da reflexão em torno de práticas pedagógicas capazes de impedir o avanço de alunos que não tem condições de acompanhar a série seguinte.
Talvez, com a possibilidade de uma recuperação efetiva, que faça o aluno empenhar-se verdadeiramente para aprender, e não que o ampare totalmente em suas falhas, como vem ocorrendo.
O final da greve dos professores, tem como ponto positivo, uma discussão por parte da sociedade, que visa levar à reflexão essas questões e muitas outras. Contudo, há muitos oportunistas, pessoas sem experiência na atividade docente, que tentam opinar e defender posições, sem saber o que se enfrenta numa sala de aula.
É muito fácil, dizer que os professores são culpados, mal formados ou acomodados. Difícil é conviver com a violência no processo educacional, com o baixo salario, com jornadas de trabalho estafantes, com material precário, com limitação da liberdade de cátedra e assim por diante.
Digo isso, porque no último mês, a imprensa deu apenas uma versão dos fatos. O professor foi calado, não tendo como se defender dos ataques de jornalistas, economistas e outros especialistas, que não tem uma prática no magistério público, para dizer com propriedade o que estão dizendo.
Não foi dada a oportunidade para que o profissional da Educação falasse por si mesmo e desse a sua versão para a greve. Esse movimento, não foi ocasionado pura e simplesmente com fins eleitorais, isso faz parte do contexto. O motivo gira em torno da demissão de 45 mil professores, precarização nos contratos de trabalho, falta de aumento salarial, concurso insuficiente, etc.
Obviamente, qualquer movimento num ano eleitoral, pode ser interpretado dessa forma, isso se dá pelo fato de o patrão ser o administrador do estado. Se as coisas não estão bem, ele paga o pato, isso é normal. Ninguém reclama de quem o trata bem, não é mesmo?
A APEOESP, que tem sido acusada de fazer uma campanha em favor de Dilma é um sindicato plural, cujos associados simpatizam com diversos partidos diferentes, na sua maioria de esquerda. Com mais de 100 mil associados, seria impossível congregar todos em uma corrente só.
Por fim, que a luta não se encerre aqui. Que ela permaneça em prol de uma Educação de qualidade, que se faz com infra-estrutura, menos alunos por sala e salário digno.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tragédia no Rio de Janeiro:


Desde ontem, temos acompanhado o drama em que estão envolvidos cariocas e fluminenses: fortes chuvas que causaram deslizamentos de terra, alagamentos, mortes, um caos, enfim. De maneira democrática, a chuva atingiu gente de todas as classes sociais, afetando de mansões a morros. O saldo revela um número triste: 102 mortos.
A tragédia, no entanto, não consiste numa novidade. Há tempos, estudiosos vem apontando para essa possibilidade, devido a ocupação irregular do solo na cidade maravilhosa. Por conveniência (no caso da classe média) ou por um problema social, as autoridades tem fechado os olhos para essa situação.
Desde os ano 60, o Rio de Janeiro enfrenta problemas como o que estamos vivenciando. Passado o pior momento, a vida segue, paliativos são usados para solucionar o problema, mas, com efeito nada é feito para solucionar verdadeiramente as ocupações irregulares. Ao contrário, essa situação é confirmada, a medida que se legitima as ocupações, com a regularização de bairros. Com isso, as pessoas convivem com a possibilidade de tragédias, mesmo sem perceber o risco que correm.
É necessário que dessa vez, as pessoas não se acovardem e que possam cobrar do poder público soluções definitivas. O que temos presenciado é muito grave: 102 vidas interrompidas por conta da irresponsabilidade e da omissão.
Uma cidade que sediará os Jogos Olímpicos, não pode se dar ao luxo de protagonizar tragédias como essa. É preciso que haja uma ação em conjunto de todos os administradores, para que o Rio volte a ser um dos cenários mais bonitos do mundo para se viver. Não bastasse a violência, o meio ambiente não pode fazer parar um dos nossos maiores simbolos nacionais.
Força às vítimas e boa sorte Rio de Janeiro.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O tempo é o senhor da razão!

Essa é uma famosa frase, dita por um comentarista de futilidades dos artistas. Refiro-me ao colunista de entretenimento Leão Lobo. Pois é, o bordão usado maliciosamente para deixar que as pessoas concluam por si mesmas as fofocas que não podem ser ditas abertamente, tem razão. Diversas vezes, para não dizer clara e abertamente que o cantor Rick Martin era gay, Leão Lobo sempre usou a frase. Semana passada, o mundo pode ler o que o artista publicou em seu blog: homessexual man. A frase estava certa.
Somente o tempo é capaz de dar conta de algumas verdades, não é mesmo?
E na política? Pode-se dizer o mesmo. O tempo é o senhor da razão. Pouquíssimo tempo depois da saída de Serra, o autoritário, vemos estampado na Folha de São Paulo, que é um dos componentes da PiG (Partido da imprensa Golpista), notícia que comprova o que já suspeitávamos: há irregularidades inconstestáveis nos contratos do metrô, principalmente com relação à publicidade.
Se Serra é capaz de enganar a maioria das pessoas, com propaganda caríssima e mentirosa, o mesmo não é capaz de fazer com o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e está comprovado mais uma vez a incompetência e o mau uso do dinheiro público.
Abaixo, destaco um trecho do que escreveu um jornalista a esse respeito em seu blog:
"Duda Mendonça é aquele que confessou que recebia dinheiro numa conta secreta no exterior.
Nizan Guanaes é aquele que teve o quase-monopólio da publicidade no governo do Farol de Alexandria.
Foi o Nizan que ganhou muito dinheiro para o Fernando Henrique dar parabéns ao povo brasileiro pelos oito meses de racionamento de energia.
Um gênio.
A propaganda enganosa do Zé Inacabado com o metrô todo o Brasil conhece.
Ele inaugurava no vídeo estações de metrô que ficarão prontas quando se encerrar o primeiro mandato da Dilma.
Tudo maquete.
Para produzir essas obras primas o Serra deu ao Duda e ao Nizan a ninharia de R$ 63 milhões.
Eles são uns gênios."

(Paulo Henrique Amorim)

Para não esquecer!







Meu caro leitor, o objetivo desse post é um só: lembrá-lo da incompetência, da arrogância, da irresponsabilidade, da insanidade de José Serra, que renunciou ao cargo, convicto da vitória nas próximas eleições, mas que deixou o Estado em meio ao caos gerado pela greve dos professores. É com tamanha ineficiência, que será lembrado um governo marcado pelo autoritarismo, falta de diálogo e desrespeito ao trabalhador de Educação. No próximo dia 10, será lançada uma candidatura capaz de representar uma vergonha nacional.
Como um político omisso, poderá ser capaz de representar o nosso país? O próprio Idesp (criado e inventado em sua gestão) o avaliou de maneira insatisfatória, dando provas públicas e irrefutáveis de seu despreparo para administrar o setor público.
Pensem nisso e não se esqueçam do momento de dor pelo qual passam milhares de pais de família, na incerteza e na insegurança, devido a não negociação por parte de seu patrão. Esse homem, acabou com São Paulo, agora, ele quer vampirizar o Brasil. Não se pode permitir tamanha barbarie.

domingo, 4 de abril de 2010

Pra começar bem a semana, um pouco de poesia!


Num inicio de semana pascal, onde se celebra a passagem da morte para a vida, em que Jesus supera as trevas com muita luz, quero fazer uma analogia com a situação precária da Educação de S. Paulo e assim, propor a passagem da humilhação para a dignidade. Para tanto, gostaria de fazer uso de uma belíssima poesia que a mim foi enviada por um magnífico professor, essa semana:

Sou professor.
Nasci no momento exato em que uma pergunta
saltou da boca de uma criança.
Fui muitas pessoas em muitos lugares.
Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas
a descobrir novas idéias através de perguntas.
Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo
da mão estendida de Helen Keller.
Sou Esopo e Hans Christian Andersen,
revelando a verdade através de inúmeras histórias.
Sou Marva Collins, lutando pelo direito
de toda a criança à Educação.
Sou Mary McCloud Bethune,
construindo uma grande universidade para meu povo,
utilizandocaixotes de laranja como escrivaninhas.
Sou Bel Kauffman, lutando para colocar em prática
o Up Down Staircase.
Os nomes daqueles que praticaram minha profissão
soam como um corredor da fama para a humanidade...
Booker T. Washington, Buda, Confúcio,
Ralph Waldo Emerson, Leo Buscaglia,
Moisés e Jesus.
Sou também aqueles cujos nomes foram
há muito esquecidos,
mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados
nas realizações de seus alunos.
Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos,
gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos
e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão
ao lado de suas sepulturas cavadas cedo demais,
para corpos jovens demais.
Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator,
amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos,
como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi,
psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé.
A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos,
histórias e livros, não tenho tido, na verdade,
nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas
a si próprios para aprender,
e eu sei que é preciso o mundo inteiro
para dizer a alguém quem ele é.
Sou um paradoxo.
É quando falo alto que escuto mais.
Minhas maiores dádivas estão no que desejo
receber agradecido de meus alunos.
Riqueza material não é um dos meus objetivos,
mas sou um caçador de tesouros em tempo integral,
em minha busca de novas oportunidades para que
meus alunos usem seus talentos e em minha
procura constante desses talentos que,
às vezes, permanecem encobertos pela autoderrota.
Sou o mais afortunado entre todos os que labutam.
A um médico é permitido conduzir a vida num
mágico momento.
A mim, é permitido ver que a vida renasce
a cada dia com novas perguntas,
idéias e amizades.
Um arquiteto sabe que,
se construir com cuidado,
sua estrutura poderá permanecer por séculos.
Um professor sabe que,
se construir com amor e verdade,
o que construir durará para sempre.
Sou um guerreiro,
batalhando diariamente contra apressão dos colegas,
o negativismo, o medo, o conformismo, o preconceito,
a ignorância e a apatia.
Mas tenho grandes aliados:
Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno,
Individualidade, Criatividade, Fé, Amor e Riso,
todos correm a tomar meu partido com apoio indômito.
(...) E assim, tenho um passado rico em memórias.
Tenho um presente de desafios, aventuras e divertimento,
porque a mim é permitido passar meus dias com o futuro.
Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dias.

John W. Schlatter






sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sexta - feira da Paixão:



Hoje é dia de reflexão. O nome paixão não se refere a um sentimento, mas, ao sofrimento de Jesus, o filho de José e Maria, nascido em Belém, que viveu parte da vida no Egito, e outra em Nazaré. Era um homem comum, que dizia coisas que transcendiam as pobres mentes limitadas dos homens de sua época.
Andou muito, a partir dos 30 anos, pregando uma novidade: amor, respeito, compreensão, perdão. Numa sociedade tão castigada pelas tiranias do Império Romano, foi logo alvo de ambiguidades: uns o amavam, outros o odiavam. Em pouco tempo, conseguiu vários adeptos que o seguiam e compartilhavam com ele momentos de sublime conhecimento. Suas palavras davam ensinamentos preciosos, curava ao simples toque das mãos.
Sabia ser rispido também, expulsando as pessoas que capitalizavam no templo (séculos antes de existir o capitalismo). Não condenava a riqueza, mas a usura. Era um homem na medida certa de todas as coisas.
Pregava a existência de um reino que não era ali, palpável como muitos pensavam. Um reino dos céus, onde a dimensão humana suplantaria todos os males para gozar de verdadeira paz e felicidade. Mesmo assim, atingiu a ira de alguns e colocado a prova, recebeu castigo cruel de um povo a quem sempre defendeu. Um povo hipocrita que escolheu a soltura de um bandido, condenando a um inocente, sem dó, piedade ou pudor.
A paixão de Cristo, é o principal momento do cristianismo. Ela revela o último percurso de Jesus de Nazaré em Jerusalém. Faz repensarmos a cerca de um sofrimento ao mesmo tempo injusto e libertador, pois aquele homem foi capaz de ir além das limitações e interesses humanos, para se sair vencedor.
É Jesus quem carrega o fardo da cruz. É a Ele que humilham nas ruas da cidade, enquanto veem seu sofrimento e se omitem. Nada fazem para ajudá-lo. É Jesus o homem que colocou sua vida à disposição para dar exemplo do que significa o verdadeiro amor: desprendimento, doação, ternura. O calvário, é nosso, pois todos os dias vemos a crucificação da pobreza e pouco ou nada fazemos.
Que no dia de hoje, as pessoas reflitam sobre todos os significados da ação que estamos comemorando. Que o Santo sangue do Senhor não tenha sido derramado em vão.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O adeus de Serra a São Paulo:




O último dia de março, não foi marcado apenas pelas águas. Foi marcado pela patética despedida de um governador que em pouco mais de três anos, conseguiu destruir o serviço público no Estado, precarizou serviços e assim por diante. Foi dia de celebrar o fim de um dos piores governos paulistas da história. Para se ter idéia, as obras inauguradas na última semana, foram entregues às pressas, de qualquer jeito, com falta de equipamentos. Muitas delas, nem foram entregues de fato à populãção, apenas inauguradas! A Marginal, por exemplo, está com as novas pistas (que desrespeitaram o meio ambiente e consistem num paleativo e não solução pro caótico trânsito da cidade), mas, sem sinalização, o que coloca muitas vidas em risco. O objetivo da entrega dessas obras era claro: atrair mídia e inaugurar antes da saída do governador, evidenciando assim, a despreocupação com a qualidade e a vida das pessoas.
Em um discurso proferido para uma elite, onde os menos abastados estiveram presentes apenas por conveniência, José Serra fez uma retrospectiva de sua vida e carreira. No discurso, obviamente, citou seus pontos positivos (se é que existe algum, eu desconheço) e se omitiu sobre questões importantes. Ignorou as manifestações contrárias a sua atuação e falou como presidente eleito do país.
O adeus de Serra mostra como a imprensa trabalha a favor do governo, já que a curtíssima memória do povo brasileiro é colaborativa. Suas palavras demonstram a arrogância e a prepotencia de quem aposta numa vitória capaz de massacrar ainda mais o país. Serra presidente, significa o retrocesso e o entreguismo ao neoliberalismo.
Foi em nome dessa linha de pensamento, que nos últimos quatro anos, viu-se os principais setores do governo paulista serem levados à bancarrota. A escola pública faliu. A segurança pública agoniza. Policiais civis, por exemplo, pagam do próprio bolso seus materiais de trabalaho. A saúde, viu seus setores serem terceirizados e nos hospitais, o que se vê é a ineficiência de um sistema que não funciona.
Já vai tarde o governante que não cumpriu nem mesmo a palavra dada ao eleitor, quando disse que ficaria e cumpriria o mandato de quatro anos (não que se queira sua presença por alguns meses). O que é triste nessa despedida, é ver as mentiras, as propagandas enganosas, a maledicência com que trata seus desafetos.
Numa partida que teria tudo para ser comemorada (e foi com inúmeros protestos de funcionários no centro da capital) o correto seriam os gritinhos de felicidade. Mas não. Fica uma tensão, um medo no ar. Medo de ver a manipulação do povo simples se converter em mais uma derrota ao país.