quinta-feira, 1 de abril de 2010

O adeus de Serra a São Paulo:




O último dia de março, não foi marcado apenas pelas águas. Foi marcado pela patética despedida de um governador que em pouco mais de três anos, conseguiu destruir o serviço público no Estado, precarizou serviços e assim por diante. Foi dia de celebrar o fim de um dos piores governos paulistas da história. Para se ter idéia, as obras inauguradas na última semana, foram entregues às pressas, de qualquer jeito, com falta de equipamentos. Muitas delas, nem foram entregues de fato à populãção, apenas inauguradas! A Marginal, por exemplo, está com as novas pistas (que desrespeitaram o meio ambiente e consistem num paleativo e não solução pro caótico trânsito da cidade), mas, sem sinalização, o que coloca muitas vidas em risco. O objetivo da entrega dessas obras era claro: atrair mídia e inaugurar antes da saída do governador, evidenciando assim, a despreocupação com a qualidade e a vida das pessoas.
Em um discurso proferido para uma elite, onde os menos abastados estiveram presentes apenas por conveniência, José Serra fez uma retrospectiva de sua vida e carreira. No discurso, obviamente, citou seus pontos positivos (se é que existe algum, eu desconheço) e se omitiu sobre questões importantes. Ignorou as manifestações contrárias a sua atuação e falou como presidente eleito do país.
O adeus de Serra mostra como a imprensa trabalha a favor do governo, já que a curtíssima memória do povo brasileiro é colaborativa. Suas palavras demonstram a arrogância e a prepotencia de quem aposta numa vitória capaz de massacrar ainda mais o país. Serra presidente, significa o retrocesso e o entreguismo ao neoliberalismo.
Foi em nome dessa linha de pensamento, que nos últimos quatro anos, viu-se os principais setores do governo paulista serem levados à bancarrota. A escola pública faliu. A segurança pública agoniza. Policiais civis, por exemplo, pagam do próprio bolso seus materiais de trabalaho. A saúde, viu seus setores serem terceirizados e nos hospitais, o que se vê é a ineficiência de um sistema que não funciona.
Já vai tarde o governante que não cumpriu nem mesmo a palavra dada ao eleitor, quando disse que ficaria e cumpriria o mandato de quatro anos (não que se queira sua presença por alguns meses). O que é triste nessa despedida, é ver as mentiras, as propagandas enganosas, a maledicência com que trata seus desafetos.
Numa partida que teria tudo para ser comemorada (e foi com inúmeros protestos de funcionários no centro da capital) o correto seriam os gritinhos de felicidade. Mas não. Fica uma tensão, um medo no ar. Medo de ver a manipulação do povo simples se converter em mais uma derrota ao país.

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