segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nove décadas de amor:

Hoje 31 de maio de 2010, é dia de festa. Dia de celebrar a vida que novamente se renova. Uma vida especial e cheia de bons exemplos, num mundo tão carente deles. Nessa data, se comemora as nove décadas de D. Maria Rodrigues Alves, a grande matriarca da minha família.

Maria que significa agraciada aos olhos de Deus, é um nome perfeito para quem teve uma vida vitoriosa, mesmo em meio a todas as adversidades da vida. Desde o início, a cada superação, Deus se mostrou generoso, dando-lhe graças e bençãos. Em seus primeiros dias de vida, a pequena Maria perde a mãe e é criada pelo pai, irmãos e tias, em lar evangélico. A menina imediatamente se identifica com uma outra Maria, a Mãe de Jesus, sendo assim, sua travessura de menina é ir à missa escondida.

A vida segue e a jovem, segue temente a Deus e ao seu propósito de adorar e bendizer a Deus na Santa Igreja. Com muita devoção, participa de todas as celebrações e desde cedo inclui as orações em sua vida cotidiana. Da novena de Santa Helena, surge um sonho revelador, que a levaria ao amor por Antônio, moço bonito, cujo nome remete ao seu santo de devoção. Com ele, a jovem iria viver no Recife, formar uma família, com carinho e cuidado até o fim.

Antônio foi morar no céu, mas a jovem senhora desde então dedicou sua vida aos filhos e à evangelização, sendo ministra, catequista, acolhedora. Por sua casa, em bairro simples do Recife, passaram muitos homens de Deus. Padres de todos os lugares, que elegeram a casa como aeroporto, pois lá recebiam cuidado e era uma parada obrigatória. Desse período, surgiu a amizade com grandes homens de Deus, como Reginaldo Veloso, D. Helder Camara, Adriano Jansen, entre outros.

Nem mesmo alguns acidentes de percurso a desviaram do seu caminho, muito menos abalaram a sua fé. Com uma fratura de fêmur aos 75 e outra aos 87, Maria surpreendeu a todos e voltou a andar em tempo recorde, dando exemplo de força de vontade e superação. Em meio a dores e fisioterapias, nunca reclamou ou desanimou.

Hoje, seus oito filhos, seis netos e quatro bisnetos, testemunham sua fidelidade a Deus e a imensa capacidade de luta e vitória. Todos são privilegiados, assim como eu, em compartilhar de seus ensinamentos e amor pela vida. Por tudo isso, é preciso registrar todo o afeto que sinto e desejar os parabéns e muitas felicidades à doce Mãe Maria.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O valor da voz:

Por que nós seres humanos somos assim? Por que só damos valor as coisas quando as perdemos? É impressionante, mas, só damos valor ao que temos, quando nos vemos diante da real possibilidade de perder o que temos, o que amamos, o que usufruimos e assim por diante. É assim com todos, não é mesmo?
Não poderia deixar de ser assim comigo. Afinal, sou humana. Tenho todas as fragilidades e necessidades que todos tem. Essa semana, estou aprendendo a valorizar a minha voz, a minha fala, os sons que emito para falar ou cantar.
Nunca passei por uma situação assim, antes. Dores na garganta? Às vezes, óbvio. Uma faringite de vez em quando, nada mais. Mas, chegar ao ponto de não poder falar, de não poder me comunicar, isso nunca. É a primeira vez.
Aí, vi o quanto é bom poder abrir a boca para se expressar livremente. Vi o quão é necessário estar com todo o corpo em ordem funcionando, pois, se algo falta, muda tudo.
Por que fiquei assim? Oras, porque ao longo desses quatro anos de trabalho, me preocupei mais com os outros do que comigo. Comecei a falar de mais. Cada vez mais alto. Sem perceber, até chegar a esse ponto.
Me pergunto: pra quê? O que ganho com isso? Remédios, doença, preocupação. O sistema, pouco se importa se ficarei muda, rouca, ou algo parecido. Os alunos também não querem escutar o que digo. Como sempre, eu, professora, pagarei a conta. Santo Deus, que é isso? Em que mundo estamos? Calaram até mesmo a voz dos professores com seus esquemas sórdidos.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O outro lado da Virada Cultural:

No último final de semana, a cidade de São Paulo promoveu um mega evento: a virada cultural, em que 24 horas de shows ocorreram simultâneamente pela cidade, a maioria na região central. Muito se falou sobre a virada e a mídia divulgou amplamente esse acontecimento, que é um dos principais da cidade nos dias de hoje. A expectativa oficial girava em torno de 4 milhões de pessoas, sendo que pelo menos 300 mil seriam turistas. Números enormes, não é mesmo?
O que a imprensa não divulgou amplamente, foi o que de fato acontece na virada cultural, onde milhares de pessoas se entorpecem em meio a diversidade de shows. Por todos os lados, só se veem jovens bebendo e consumindo cigarros e drogas. O amplo policiamento é capaz de conter a multidão, mas não pode conter os problemas sociais que se mostram visíveis em meio à aglomeração.
A crítica que teço contra esse evento se dá pelo excesso. A política do tudo ou nada me incomoda. Penso que ao invés de exagerar em shows, a municipalidade poderia simplesmente dar acesso ao lazer e a cultura todos os finais de semana e não em um apenas. A sociedade que paga impostos caríssimos para viver numa cidade como São Paulo, merece uma atitude assim.
Vi cenas que chocam, no entorno das apresentações: garrafas quebradas, garrafas vazias de todo tipo de bebida, uma cidade mijada, cuspida, com excrementos fecais. Essas cenas, expressam a miséria de um povo. É incrível perceber a insensibilidade das pessoas que caminham entre bêbados e fingem não ver. Isso reflete o descaso do governo que finge não ver as pessoas nas favelas, nas praças, debaixo dos viadutos.
É preciso uma virada sim. Uma virada que dê dignidade verdadeira para as pessoas. Uma virada na Educação falida, na saúde agonizante, na insegurança nacional. Uma virada de consciência, capaz de fazer o povo perceber quem são seus algozes e dar bye bye a eles. É preciso que essa massa que se movimenta em busca de lazer, se movimente em busca de uma vida melhor. Enfim, é preciso que as pessoas aprendam a não se alienar diante de oportunidades como as dadas ao povo no último final de semana.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Viver a Vida, the end:

A pouco, se encerrou a mais recente trama do grande mestre Manoel Carlos. Nela, o autor contou a história de uma modelo que no auge do sucesso sofre um acidente e tem de reaprender a viver. A novela, pode não ter sido a melhor produzida pelo novelista, é bem verdade, mas, valeu a pena pelos depoimentos finais, grandes exemplos de vida e superação.
Manoel Carlos, sabe como ninguém ler a alma das pessoas comuns e produz diálogos sobre situações da nossa realidade, que realmente valem a pena serem ditas e refletidas. Em suas novelas, não há vilões, há pessoas normais, que tem seu lado positivo e negativo. Em alguns momentos, ele expõe a crueldade, em outros, mostra a fragilidade que nutre as pessoas comuns, mesmo aquelas que consideramos perversas.
Outra consideração importante é a respeito da última Helena, Taís Araújo, uma mulher comum de 30 anos, sem grandes conflitos e muito equilibrada. Achei incrível a oportunidade dada a uma atriz negra, de representar o maior ícone de força e coragem. Numa sociedade que camufla preconceitos, essa foi uma incrível oportunidade de mostrar não apenas uma protagonista negra, mas, alguém comum, de uma classe média, sem cair no drama do racismo. Maneco felizmente não foi óbvio nessa questão.
Por fim, devo dizer que foi uma emoção muito grande ver o encerramento da trama com um show do grande maestro João Carlos Martins, que é um dos maiores exemplos de vida. Um brasileiro que mesmo em meio a todos os problemas de saúde, violência e dificuldades, não se acovardou da vida e não desistiu de Viver a Vida.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Corinthias eliminado. Valeu Ronaldo!

Infelizmente, na noite de ontem, diante do Pacaembú lotado, o Corinthians novamente viu seu sonho de conquistar a América, ser desfeito. Com muita raça e vontade. Os jogadores deram tudo de si, mas, infelizmente não alcançaram seu maior objetivo que era vencer o Flamengo com mais de dois gols de diferença.
É triste, evidentemente, ver o fim de um sonho, de todo um projeto que teve inicio no ano passado. Porém, não dá para pura e simplesmente desqualificar a trajetória de um time como esse, capaz de emocionar a todos pela garra e pela vontade.
É hora de erguer a cabeça, pois o verdadeiro campeão se mostra na derrota. Se até o Barcelona perdeu a Champions Ligue, qual a estranheza do Corinthians perder nesse torneio? Quem entra num campeonato, só tem dois caminhos. É ganhar ou perder.
Quanto a Ronaldo. Continuo batendo na mesma tecla: é um guerreiro. Exemplo de vida. Um cara que com todas as dores e dificuldades esforça-se em dar inúmeras alegrias aos torcedores. Pessoas com bem menos problemas de saúde que ele, prostram-se em camas ou se arrastam pela vida, reclamando de tudo.
Ronaldo, não. Ronaldo luta e corre atrás de seus objetivos. Cai, se machuca e se levanta, sempre pronto a dar o seu melhor. Por esse motivo, essa Libertadores já valeu, pois esse sonho teve inicio com a contratação de Ronaldo em 2008.
Embora o título desse artigo seja meio irônico, a primeira vista, revelo ao leitor que não o é de fato. Repito: Corinthians eliminado. Valeu Ronaldo!
Valeu pela força, pelo carinho, pela dedicação. Valeu também a todos os guerreiros. Até a próxima vitória!