quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Já era de se esperar:

Como sempre acontece no Brasil, tudo acaba em pizza! Ainda mais em períodos festivos, em que as pessoas preocupam-se apenas em festejar e esquecem do mundo. Pouco mais de um mês depois do escandalo do mensalão de Brasilia, que abalou as estruturas politicas da região centro-oeste, o deputado Leonardo Prudente (ex-DEM/DF), que nas gravações colocava dinheiro de propina nas meias, presidente da Assembléia Legislativa do Distrito Federal, afastado do cargo por esse motivo, retorna ao poder na surdina.
Agora, Arruda se fortalecerá. Só resta comemorar.
Francamente...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009:

É meu caro leitor. O ano acabou...
Outro dia era janeiro e não demorou muito já vem outro janeiro por ai.
O que foi 2009?
Foi um ano surpreendente. Primeiro, porque a tragédia economica que aguardávamos, não aconteceu. Menos mal...
Nos esporte, o Rio virou sede das Olimpíadas de 2016. Uma vitória pra cidade e pro Brasil.
O ano teve conflitos e momentos tensos, como na favela de Paraisópolis em S. Paulo, mas também teve momentos gloriosos como na nova conquista do recorde mundial do nadador César Cielo.
Teve a loucura de uma brasileira que surtou e simulou um ataque nazista.
Aconteceu o que muitos esperavam: Michael Jackson se foi, deixou de ser ídolo e tornou-se um mito.
Conhecemos a cultura indiana: are-baba!!!
Perdemos a voz de Lombardi: valeu Silvio!
Vimos o presidente (analfabeto, como dizem) do Brasil, se destacar na maior conferencia climática da década, ocorrida em Copenhagen. Ao mesmo tempo, o grande Obama, a grande promessa de mudança americana, se mostrar conservador e muito igual aos antecessores no quesito guerra.
Curiosamente, o homem que deu continuidade às guerras do Iraque e Afeganistão, foi premiado com o Nobel da Paz...
Foram 12 meses intensos, onde tudo mudou e as pessoas começam a se preocupar com o planeta. Vimos inumero desastres naturais e agora o homem já se sente responsável por eles.
Que venha 2010!!!

Pelas estradas do Brasil:

Desde sábado passado (26), tenho percorrido as estradas do Brasil, saindo de S. Paulo, objetivando chegar na capital paraibana. Nesse periodo, cruzei as principais rodovias e pude verificar muitas coisas, que passo a dividir com o leitor.
A primeira estrada a ser percorrida, foi a BR-381, em seu primeiro trecho, ou seja, a Fernão Dias. A duplicação da pista e algumas reformas a deixaram mais segura, porém, ela está longe da perfeição. Há muito ainda a melhorar. As praças de pedágio estão a todo vapor, mas falta segurança em diversos trechos, onde a sinalização ainda deixa um pouco a desejar. Onde a pista encontra-se em boas condições, falta o bom senso dos motoristas que se perdem na alta velocidade. Vi incontáveis acidentes, que aparentemente foram fruto da imprudencia e excesso de confiança dos motoristas.
Como já escrevi anteriormente, sou contrária à cobrança de pedágio. As alegações dos favoráveis é de que as pistas pedagiadas contam com apoio. Ora, com o tanto de impostos que se paga para possuir um veiculo, não daria pra ter esse apoio?
No segundo trecho, na BR-116, há uma incrivel falta de sinaização. O mato encobre as placas e há muitos trechos com buracos, até o norte de minas, na divisa com a Bahia. A mesma rodovia, está com alguns trechos precários no trecho sul da Bahia, mas das proximidades de Vitória da Conquista à Feira de Santana, a estrada está muito boa. Ficaria melhor se houvesse mais terceiras fachas, pra possibilitar uma melhor ultrapassagem dos veiculos pesados que transitam por ali e que travam o fluxo por quilometros. Nas próximidades de Milagres, há trechos muito ruins, onde o asfalto cede, devido à má qualidade.
O terceiro trecho da viagem, ou seja, a BR-101, também está muito bom até findar o estado da Bahia. No sul de Sergipe, há alguns buracos (básicos e perigosos), mas, no entorno de Aracaju as obras de ampliação da rodovia demonstram que tudo ficará bem. Aliás, Sergipe tem muita acolhida aos passageiros que por ali passam.
Em Alagoas, chamou-me a atenção o fato de não haver sequer uma placa de boas vindas e alguns trechos de asfalto precário. É como se o estado não quisesse abraçar seus visitantes, pois nem a capital acolhe os que por ali passam ou chegam. Existem trechos onde a estrada está um verdadeiro tapete, apesar de tudo.
Em Pernambuco, o asfalto está pessimo de Xexéu à Palmares, onde os trabalhos de duplicação da via estão a todo o vapor. Onde a obra está pronta, a pista está maravilhosa. Foi muito proveitoso o desvio que fez com que a cidade de Ribeirão saisse da rota, o que certamente a deixará mais segura em seu trânsito interno.
Enfim, muita coisa melhorou pelas estradas do Brasil, mas, penso que os governos deveriam ser mais honestos com o contribuinte e não cobrar mais do que cobram. Além dos inumeros gastos com a manutenção e legalização de um veiculo, pagar para transitar com o veiculo é o fim. Há quem ache isso uma maravilha. Eu não!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jardim Romano:

Há quase um mês, temos acompanhado na mídia uma incrível tragédia que se abateu sobre centenas de famílias que residem às margens do Rio Tietê, num bairro muito populoso e até pouco tempo desconhecido: o Jardim Romano. As últimas chuvas de primavera deixaram naquele local um rastro de destruição, que culminou com um alagamento que já dura dias.
Sobre isso é preciso esclarecer ao amigo leitor. Primeiro, que essa problemática não é tão simples quanto parece. Não foi apenas a chuva que alagou o Jardim Romano.
A chuva e o consequente alagamento, são reflexo do descaso do Estado para com a região como um todo. Ele ocorre há décadas, desde o final da década de 60, quando as primeiras famílias foram residir na varzea do Tietê. Reza a lenda, que teria sido o bisavó do meu namorado um dos primeiros habitantes do local, fato que coincide com o sobrenome da familia do meu amado.
Lendas a parte, o que sei a respeito do bairro, é que desde os anos 70, ele enfrenta problemas sociais sérissimos. Quando a minha mãe lecionou na escola mais famosa do bairro, a E.E. José Bonifácio, os relatos dela são de miséria por parte da comunidade que residia no entorno da escola.
Ela não é a única a contar histórias trágicas, no exercício do magistério, deparei-me inúmeras vezes com colegas que também trabalharam na mesma escola e tem como memória casos de violência que envolveram seus alunos e a si. Há muito o que se escrever sobre isso.
O Jardim Romano é o extremo leste do descaso das autoridades. O que muito me espanta, é que só agora as autoridades resolveram verificar que há muito tempo as familias residem num local irregular.
Fico pasma com o tal defeito que ocorreu na estação de tratamento de esgoto da Penha, o qual nem se menciona providências e punições aos supostos responsáveis por essa lambança que destruiu vidas e sonhos de tanta gente. Pessoas simples, que pagam impostos altíssimos para conviver em meio a total falta de infra-estrutura.
Até quando as autoridades vão lidar com os problemas estruturais de uma cidade desestruturada, que cresce desordenadamente, como S. Paulo, usando de soluções paleativas? Será que se o alagamento fosse numa região nobre, a situação teria chegado a esse ponto?
Depois da tragédia, por se tratar de um momento pré-eleitoral, as autoridades imediatamente compareceram ao Jardim Romano à luz dos holofotes, claro! Mas, onde estavam elas antes?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Prova dos OFA's:

É de deixar qualquer um revoltado. O que acontece na Educação de S. Paulo é o cúmulo do absurdo. Onde já se viu, tratar os profissionais mais importantes da sociedade com tamanho descaso? É abuso demais. Abuso de poder. É imoral.
Ontem, realizou-se um "processo seletivo simplificado" de contratação de professores temporários para a rede estadual de ensino de S. Paulo. Seria razoavel, se não fosse ridiculo. Ridiculo, porque para participar dessa prova, foram convocados mais de 100 mil professores "temporarios", que compoem a rede há 10, 20, 30 anos.
Pessoas que formaram a sociedade paulista, pois, desses bancos escolares sairam muitos doutores, advogados, engenheiros e assim por diante. Eu mesma, estudei ao longo da minha formação com pessoas maravilhosas que estavam no contrato por causa da Lei 500/74, que desde os anos 70 do século 20 é usada para contratar esses profissionais. Dizer que uma pessoa que exerce o magistério há tanto tempo não está preparada para lecionar, é piada. Daquelas bem sem graça, completamente sem noção.
Pois, foi exatamente isso que o governo de São Paulo fez. Obrigou mais de 100 mil profissionais a passarem por uma avaliação absurda, academicista e por isso mesmo, burra. Tal avaliação, composta de 80 questões elaborada por idealistas educacionais, que desconhecem em essencia o que é uma escola pública, foi aplicada sob rigidos moldes, pela VUNESP.
É assim, que o governo retribui ao esforço incansável de profissionais que com garra, batalham por uma educação de qualidade, mesmo em meio à violência, a falta de estrutura, a superlotação das salas de aulas, e, principalmente, aos baixos salários. Basta pensar, que um professor paulista iniciante, recebe pouco mais de 2 salários minimos por mes.
O que vem acontecendo na educação de S. Paulo é gravíssimo. Ela vem sendo atacada por sucessivos governos do PSDB/DEM, que desde 1995 gerem o estado e implantam um sistema neoliberal, em que o Estado vai se abstendo desse compromisso, reduzindo a qualidade e, por isso mesmo, se eximindo de responsabilidade.
Para responder a sociedade leiga, o governo culpa os professores pelo fracasso do sistema que criou. Para ele, a categoria profissional do magistério não tem competencia para ensinar. Mascara assim, sua real intenção que a de formar com menos intensidade o aluno da escola pública, para que deste modo, ele alimente o mercado de trabalho em funções menos nobres e reflita menos a cerca da sua capacidade e importancia no mundo.
Enquanto os países desenvolvidos priorizam a educação de qualidade, valorizando sua figura principal que é o mestre, os paises em desenvolvimento fazem o contrário disso, para que continuem competitivos no mercado global justamente vencendo pela mão-de-obra barata. Infelizmente, S. Paulo é o carro-chefe desse tipo de projeto insano.
Ainda assim, há quem defenda esse governo com unhas e dentes. É isso que você quer para 2010?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Apagões, porque será?

É interessantíssimo ver como as coisas acontecem no Brasil. É tudo na base da coincidência. Sempre que se aponta um beneficio para a sociedade, vem o dano. Tudo para compensar as lesões causadas ao consumidor. É sempre assim!
Poucos dias após a propagação da noticia sobre a provavel devolução de tributos indevidos cobrados na conta de luz da população brasileira, desde 2003, valores que chegariam na casa do bilhão de reais, surge um apagão capaz de deixar às escuras grande parte do país. Curiosamente, a parte mais rica do país, economicamente falando, e, por conseguinte, aquela que se beneficiaria com uma provavel devolução dos tributos.
Não bastasse a escuridão do apagão do mês passado, o governo surge na mídia dizendo que teria de aumentar os tributos da energia para impedir que novamente esse tipo de coisa acontecesse. Em outras palavras, o consumidor será lesado duas vezes. A primeira, porque não terá devolvidas as taxas pagas. A segunda, porque ainda terá aumento nas referidas contas.
Como se não bastasse o transtorno economico, o consumidor ainda tem que conviver com pequenos blecautes. Não é apenas a Zona Sul do Rio de Janeiro que tem convivido com isso. Na periferia de S. Paulo, tá ficando comum a ocorrência de blecautes ocasionados pelas chuvas de verão.
O pior, é que ao ligar para a Eletropaulo, o descaso é total e irrestrito. Além de pagar caro pela falta de planejamento das autoridades competentes, o consumidor tem que aguentar todo o tipo de enrolação.
Ontem, por exemplo, na região em que moro, foram mais de 8 horas sem energia elétrica. Mas, também, pra quê energia elétrica num sábado a noite, chuvoso?
Seria excelente, se na próxima conta, a empresa nos ressarcisse por todas as horas que passamos sem luz nos últimos dias, pois, foi a segunda vez na mesma semana, a quinta em cerca de um mês.
Enfim, entre perdas e danos a gente segue em frente, afinal, não tem outro jeito, né?

O poder da palavra:

Não pude escrever nos últimos dias, mas, preciso registrar aqui minha tristeza com a morte da atriz Leila Lopes, que faleceu imediatamente após a maior voz do Brasil de calar: foi-se também o Lombardi, um icone da história da TV e do Rádio Brasileiros. Enfim, como é triste perder pessoas que gostamos. Mesmo que elas não estejam tão ligadas à nós.
Sobre a partida de Leila Lopez, quero dizer da tristeza que é grande, pois sua vida foi dedicada à satisfação do público e como prêmio veio a solidão e o descaso. Revendo as imagens de antigos trabalhos da atriz, dá pra ter a exata noção de que nem sempre talento é tudo. É preciso sorte pra fazer uma carreira artística decolar.
Quem diria que a professorinha Lu de Renascer, um grande sucesso global, terminaria seus dias no ostracismo, recebendo críticas duras e pesadas, na mais completa solidão?
O que leva à reflexão é o fato de ela ter buscado trabalho em vão nas emissoras, a ponto de ter que protagonizar um filme pornô para poder ganhar dinheiro. O que era pra ser um sinal de alerta, transformou-se em fonte de ironia e humilhação para a moça.
É como se as pessoas tivessem uma necessidade de chafurdar ainda mais as pessoas que estão na lama. O fato de ela ter feito pornô, não dá a ninguém o direito de julgá-la e proferir essas palavras publicamente.
Para uma atriz do porte dela, ter aceitado tal "papel", deve ter sido muito dificil, humilhante, mas, necessário. Além do mais, ela não foi a única a fazê-lo. Outras celebridades o fizeram, porém, a única a receber reprimenda pública foi Leila.
Não objetivo crucificar ninguém, porém, vejo que o que aconteceu com Leila, serve de exemplo, para que possamos nos policiar com relação às opiniões dadas sobre as pessoas. O grande novelista Walcir Carrasco que o diga. Palavras ditas de maneira errada o fizeram sentir-se culpado indiretamente pelo fim trágico da atriz.
É obvio que ele não tem culpa pelo que aconteceu. Ninguém tem. Infelizmente, o homem é um ser sensível, que se contrói e se destroi por palavras.
Portanto, caro leitor, pense antes de falar, porque as palavras tem poder.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Arruda, o mensaleiro de Brasília:

Esta semana, está bombando na imprensa a denúncia de corrupção no governo do Distrito Federal. Veio à tona uma série de vídeos em que aparecem pessoas de confiança do governador Arruda (e ele próprio) recebendo propinas de empresários que "doaram" dinheiro para as campanhas eleitorais de 2002 e 2006.
São imagens que retratam esquemas sórdidos, encabeçados por pessoas idem, cuja maneira de fazer política se reflete na exploração do outro. Num jogo de poder, cujo objetivo único e exclusivo é pura e simplesmente a vantagem. Levar vantagem, eis a tônica dessa história escabroza. Mais uma, no páis da corrupção, carnaval e futebol (tudo junto e misturado).
Arruda, é mais um entre tantos que como ele usa do cargo para se beneficiar. Não se intimidou e pessoalmente resolveu as questões sujas que envolvem o poder. Quanta ironia! Justo ele, um homem democrata! Agiu em prol de si enquanto o povo que representa foi esquecido.
Quanto cinismo em suas explicações. Meu Deus! Dizer que possíveis pancadas nos equipamentos de gravações podem ter mudado o sentido das coisas é chamar o povo que confiou nele de idiota. Ele leu fria e calculadamente as explicações. Sem vermelhidão no rosto, tremedeira, nenhum constrangimento. Nada!
Esse caso serve para refletirmos sobre as estruturas do poder em que estamos inseridos. Poder que se impoe pelo lado economico. Poder que precisa apenas do dinheiro para poder fazer sentido.
Creio que enquanto as campanhas forem feitas em torno do dinheiro e das "doações", nada mudará. Muitos outros Arrudas continuarão a explorar os empresários em troca de apoio. Muita gente esquecerá a dignidade em casa na hora de negociar. Toda a transparência será simplesmente desconsiderada.
O que mais me deixou estarrecida foi o fato de esses homens sem caráter e sem honra usarem o nome de Deus para agradecer por contribuirem com a miséria humana. Nenhum Ser Superior seria favorável a tamanha falta de princípios.
Isso é desmerecer o Criador de todas as coisas, que certamente não criou o capitalismo, muito menos a corrupção. Ele jamais poderia abençoar os homens que fazem a vida dos seus filhos infeliz, com a falta de saúde, educação, segurança, habitação e assim por diante.
Por último, devo dizer que expulsar o governador do Partido Democratas não os exime da responsabilidade que tem por seus filiados, ainda mais, quando os mesmo estão no poder. É impossível que eles não tenham conhecimento do fato.
A retirada do PDT, PSB, PPS e agora do PSDB do governo, também não os torna mais dignos nesse mar de podridão visto que todos conheciam a indole e o caráter do governo que apoiavam, pois Arruda é o mesmo apoiador de Luís Estevão em outro episódio lamentável no inicio dos anos 2000. Enfim, é tudo farinha do mesmo saco.