segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Prova dos OFA's:

É de deixar qualquer um revoltado. O que acontece na Educação de S. Paulo é o cúmulo do absurdo. Onde já se viu, tratar os profissionais mais importantes da sociedade com tamanho descaso? É abuso demais. Abuso de poder. É imoral.
Ontem, realizou-se um "processo seletivo simplificado" de contratação de professores temporários para a rede estadual de ensino de S. Paulo. Seria razoavel, se não fosse ridiculo. Ridiculo, porque para participar dessa prova, foram convocados mais de 100 mil professores "temporarios", que compoem a rede há 10, 20, 30 anos.
Pessoas que formaram a sociedade paulista, pois, desses bancos escolares sairam muitos doutores, advogados, engenheiros e assim por diante. Eu mesma, estudei ao longo da minha formação com pessoas maravilhosas que estavam no contrato por causa da Lei 500/74, que desde os anos 70 do século 20 é usada para contratar esses profissionais. Dizer que uma pessoa que exerce o magistério há tanto tempo não está preparada para lecionar, é piada. Daquelas bem sem graça, completamente sem noção.
Pois, foi exatamente isso que o governo de São Paulo fez. Obrigou mais de 100 mil profissionais a passarem por uma avaliação absurda, academicista e por isso mesmo, burra. Tal avaliação, composta de 80 questões elaborada por idealistas educacionais, que desconhecem em essencia o que é uma escola pública, foi aplicada sob rigidos moldes, pela VUNESP.
É assim, que o governo retribui ao esforço incansável de profissionais que com garra, batalham por uma educação de qualidade, mesmo em meio à violência, a falta de estrutura, a superlotação das salas de aulas, e, principalmente, aos baixos salários. Basta pensar, que um professor paulista iniciante, recebe pouco mais de 2 salários minimos por mes.
O que vem acontecendo na educação de S. Paulo é gravíssimo. Ela vem sendo atacada por sucessivos governos do PSDB/DEM, que desde 1995 gerem o estado e implantam um sistema neoliberal, em que o Estado vai se abstendo desse compromisso, reduzindo a qualidade e, por isso mesmo, se eximindo de responsabilidade.
Para responder a sociedade leiga, o governo culpa os professores pelo fracasso do sistema que criou. Para ele, a categoria profissional do magistério não tem competencia para ensinar. Mascara assim, sua real intenção que a de formar com menos intensidade o aluno da escola pública, para que deste modo, ele alimente o mercado de trabalho em funções menos nobres e reflita menos a cerca da sua capacidade e importancia no mundo.
Enquanto os países desenvolvidos priorizam a educação de qualidade, valorizando sua figura principal que é o mestre, os paises em desenvolvimento fazem o contrário disso, para que continuem competitivos no mercado global justamente vencendo pela mão-de-obra barata. Infelizmente, S. Paulo é o carro-chefe desse tipo de projeto insano.
Ainda assim, há quem defenda esse governo com unhas e dentes. É isso que você quer para 2010?

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