quinta-feira, 27 de maio de 2010

O valor da voz:

Por que nós seres humanos somos assim? Por que só damos valor as coisas quando as perdemos? É impressionante, mas, só damos valor ao que temos, quando nos vemos diante da real possibilidade de perder o que temos, o que amamos, o que usufruimos e assim por diante. É assim com todos, não é mesmo?
Não poderia deixar de ser assim comigo. Afinal, sou humana. Tenho todas as fragilidades e necessidades que todos tem. Essa semana, estou aprendendo a valorizar a minha voz, a minha fala, os sons que emito para falar ou cantar.
Nunca passei por uma situação assim, antes. Dores na garganta? Às vezes, óbvio. Uma faringite de vez em quando, nada mais. Mas, chegar ao ponto de não poder falar, de não poder me comunicar, isso nunca. É a primeira vez.
Aí, vi o quanto é bom poder abrir a boca para se expressar livremente. Vi o quão é necessário estar com todo o corpo em ordem funcionando, pois, se algo falta, muda tudo.
Por que fiquei assim? Oras, porque ao longo desses quatro anos de trabalho, me preocupei mais com os outros do que comigo. Comecei a falar de mais. Cada vez mais alto. Sem perceber, até chegar a esse ponto.
Me pergunto: pra quê? O que ganho com isso? Remédios, doença, preocupação. O sistema, pouco se importa se ficarei muda, rouca, ou algo parecido. Os alunos também não querem escutar o que digo. Como sempre, eu, professora, pagarei a conta. Santo Deus, que é isso? Em que mundo estamos? Calaram até mesmo a voz dos professores com seus esquemas sórdidos.

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