domingo, 4 de abril de 2010

Pra começar bem a semana, um pouco de poesia!


Num inicio de semana pascal, onde se celebra a passagem da morte para a vida, em que Jesus supera as trevas com muita luz, quero fazer uma analogia com a situação precária da Educação de S. Paulo e assim, propor a passagem da humilhação para a dignidade. Para tanto, gostaria de fazer uso de uma belíssima poesia que a mim foi enviada por um magnífico professor, essa semana:

Sou professor.
Nasci no momento exato em que uma pergunta
saltou da boca de uma criança.
Fui muitas pessoas em muitos lugares.
Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas
a descobrir novas idéias através de perguntas.
Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo
da mão estendida de Helen Keller.
Sou Esopo e Hans Christian Andersen,
revelando a verdade através de inúmeras histórias.
Sou Marva Collins, lutando pelo direito
de toda a criança à Educação.
Sou Mary McCloud Bethune,
construindo uma grande universidade para meu povo,
utilizandocaixotes de laranja como escrivaninhas.
Sou Bel Kauffman, lutando para colocar em prática
o Up Down Staircase.
Os nomes daqueles que praticaram minha profissão
soam como um corredor da fama para a humanidade...
Booker T. Washington, Buda, Confúcio,
Ralph Waldo Emerson, Leo Buscaglia,
Moisés e Jesus.
Sou também aqueles cujos nomes foram
há muito esquecidos,
mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados
nas realizações de seus alunos.
Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos,
gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos
e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão
ao lado de suas sepulturas cavadas cedo demais,
para corpos jovens demais.
Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator,
amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos,
como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi,
psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé.
A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos,
histórias e livros, não tenho tido, na verdade,
nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas
a si próprios para aprender,
e eu sei que é preciso o mundo inteiro
para dizer a alguém quem ele é.
Sou um paradoxo.
É quando falo alto que escuto mais.
Minhas maiores dádivas estão no que desejo
receber agradecido de meus alunos.
Riqueza material não é um dos meus objetivos,
mas sou um caçador de tesouros em tempo integral,
em minha busca de novas oportunidades para que
meus alunos usem seus talentos e em minha
procura constante desses talentos que,
às vezes, permanecem encobertos pela autoderrota.
Sou o mais afortunado entre todos os que labutam.
A um médico é permitido conduzir a vida num
mágico momento.
A mim, é permitido ver que a vida renasce
a cada dia com novas perguntas,
idéias e amizades.
Um arquiteto sabe que,
se construir com cuidado,
sua estrutura poderá permanecer por séculos.
Um professor sabe que,
se construir com amor e verdade,
o que construir durará para sempre.
Sou um guerreiro,
batalhando diariamente contra apressão dos colegas,
o negativismo, o medo, o conformismo, o preconceito,
a ignorância e a apatia.
Mas tenho grandes aliados:
Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno,
Individualidade, Criatividade, Fé, Amor e Riso,
todos correm a tomar meu partido com apoio indômito.
(...) E assim, tenho um passado rico em memórias.
Tenho um presente de desafios, aventuras e divertimento,
porque a mim é permitido passar meus dias com o futuro.
Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dias.

John W. Schlatter






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