segunda-feira, 28 de junho de 2010

Praça da Sé:

Poucas coisas me entristecem tanto, quanto transitar pela Praça da Sé, no centro de São Paulo. Fico pensando quais motivos levam aquele lugar à extrema feiúra e miséria. Logo ali! No centro da maior e mais moderna capital brasileira.
É triste constatar o abandono, a falta de asseio, o descaso mesmo, que as autoridades tratam a nossa principal praça, onde, o espaço é ocupado por sujeira e por gente que dorme pelos cantos. Gente sofrida, que geme nas madrugadas geladas e que é simplesmente ignorada por aqueles que passam. Como se fingir não enxergar, eximisse da dor e da opressão.
Desde a minha infância, vejo muitos falarem dos meninos de rua, que assim como eu, cresceram e se multiplicaram. Ou seja, desde o início da minha breve vida, essa situação se perpetua e me consome de desilusão.
É preciso, que a sociedade desperte para essa realidade e passe a encará-la de frente, cobrando do poder público soluções que realmente sejam dignas para todos. Já não dá mais para apertar o passo na Sé e não poder vislumbrar as belezas que ali residem.
Chega de envergonhar-se com a sujeira e o descaso real e gritante. Como paulistas, paulistanos e brasileiros que somos, merecemos curtir o símbolo da nossa cidade, sem receio, sem sujeira, apreciar apenas a beleza.
Não se trata de expulsar os mendigos da Sé, e sim, de tratá-los e devolver-lhes a humanidade escondida em suas faces sofridas. Creio que os inúmeros impostos que pagamos todos os dias, bastem para isso. Pode ser utópico, mas é o que sinto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário