domingo, 11 de julho de 2010

Qual a diferença entre Música Caipira e Música Sertaneja:

Quem não gosta de ouvir uma boa música? Música eleva a alma, faz bem pra mente, coração e ouvidos. Me refiro, evidentemente, a uma boa música, aquela que nos faz lembrar das coisas boas da vida.
Pensando nisso, resolvi escrever a respeito da diferença entre a música Caipira e a Música Sertaneja, já que ambas vem sendo frequentemente citadas na mídia, de maneira equivocada, muitas vezes.
A música caipira, tem um valor sentimental e está ligada ao campo. Era produzida ao final do dia, quando peões reuniam-se em torno da fogueira para entreter-se, nas modas de viola. Ela refletia o cotidiano rural, com suas dificuldades e belezas, alegrias e tristezas. Era feita de maneira pura, para lavar a alma. Sem a idéia de venda ou reprodução. Talvez por isso, muitas modas tenham se perdido no tempo.
Já a música sertaneja, está inserida no mercado fonográfico brasileiro, desde seus tempos remotos, quando as primeiras gravações começaram a ser feitas, ainda em meados dos anos 20 do século XX. Elas surgem em meio a uma preocupação de mercado, cujo objetivo era vender um produto, no caso o disco.
Com o tempo, essa preocupação ganhou técnica e planejamento, motivos esses que a levam a um estilo inconfundível, no qual, ou se fala de uma paixão inatingível e tão grande que não cabe em si ou se canta a festa, a diversão, os romances casuais. Algumas letras, são ousadas e falam de traição e de sexo casual. Tudo isso, é meticulosamente estudado para que o público se agrade das letras e do som, até que isso se reverta na vendagem de milhares de discos.
Curiosamente, o ápice da música sertaneja se deu em meio ao desastre do governo Collor, em que o país conheceu uma de suas piores fases econômicas, com o confisco de poupanças. Como se a música amenizasse a fase cruel vivida pelos brasileiros. Nessa fase, as duplas batiam recordes de vendas e vendiam mais que outros nomes consagrados da música brasileira.
A partir de meados da década de 90, a pirataria ganha força no país e a música sertaneja cede espaço para outros ritmos como o axé, o funk e mais recentemente, o forró. A venda expressiva já não contempla mais a realidade das duplas, que no entanto, continuam seu trabalho pelo interior do país.
Nos último anos, contudo, há uma retomada da música sertaneja, que agora vem acompanhada de uma nova linguagem: a universitária. Criada por músicos universitários ou para esse público específico. Nessa nova fase, há um resgate de modas de viola e o uso de instrumentos modernos, como já vinha acontecendo desde os anos 80.
Enfim, de maneira suscinta, resumi um pouco dessas origens, para que o amigo leitor que curta esse som, possa entender do que se trata. Quando percebemos a origem das coisas que amamos, tendemos a valorizá-las ainda mais, não é mesmo?

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