terça-feira, 28 de setembro de 2010

Última semana de eleições, um balanço:

Talvez o Brasil já tenha tido eleições mais disputadas e mais emocionantes do que essas, mas, é inegável que o processo eleitoral mais recente teve do início ao fim certas características que certamente as levarão para os anais da História do Brasil, como uma das mais emocionantes e surpreendentes. Pra começar, devo falar que ninguém esperava que a sucessão do primeiro presidente "do povo", operário e pouco escolarizado, seria tão emocionante.
Lula deixa um legado onde a economia continua estável e onde o país suportou a dura crise de 2008 sem grandes problemas. É bem verdade que para tal, foi preciso um socorro bilionário a empresários e banqueiros. Mas, diante de grandes potências que ainda não se recuperaram do baque, o Brasil saiu da última crise do capital sem grandes traumas.
Em oito anos de governo, o operário aliou-se a patrões e soube se equilibrar na corda bamba, para agradar os dois lados e tendo de dar um remédio bem amargo até mesmo para sindicalistas, que não esperavam certas medidas de um de seus líderes mais famosos dos últimos tempos.
Para quem esperava uma disputa acirrada e um embate entre situação e oposição mais acalorado, o que se viu foi o crescimento retumbante da candidata governista, o que demonstra a satisfação de grande parte da população com o trabalho do presidente. Os programas sociais e a distribuição de rendas, certamente deram uma grande contribuição para tal.
Quanto a oposição, mostrou-se fraca. Apoiou-se em escandalos, que não tem investigação concluída. Com a ajuda da imprensa, que noticiou grandemente os fatos, procurou-se reverter a decisão do eleitor nas urnas.
O principal candidato opositor, aliás, cometeu inúmeras trapalhadas, apropriando-se de projetos que não realizou e reclamando mais que propondo melhorias para o país. Também, pudera! Em seu recente cargo político, como governador de estado, deixou marcas profundas na população, demonstrando autoritarismo. Agindo como se já tivesse eleito, não teve respeito por ninguém, esquecendo-se que eleitores também ocupam o funcionalismo público...
A terceira alternativa eleitoral presidencial, não demonstrou o pulso firme que exige uma disputa intensa como essa. Tentando conquistar votos muito mais por simpatia que por propostas, dá pintas de que não convenceu a muitos, conquistando apenas os votos de quem antipatiza os dois primeiros e não as suas idéias.
A grande surpresa fica por conta do candidato ancião, que demonstra brilhantismo, inteligência, mas, muito radicalismo, o que não cabe mais a um país como Brasil, mas que protagonizou até o momento cenas incríveis, até mesmo engraçadas, em suas participações nos debates presidenciais.
Feita a primeira parte da análise, devo dizer que já era esperado o apoio da mídia a um ex-governador do maior estado do páis, que tenta novamente ocupar o posto. O mesmo ocorrendo com o candidato que prega a continuidade do governo mineiro. No entanto, a mídia nada pode fazer para impedir a mudança no Rio Grande do Sul e a permanencia dos governadores de Pernambuco e Rio de Janeiro. A se lamentar, a provavel eleição de Collor em Alagoas. O povo não tem memória, mesmo!
No senado, haverão inúmeras mudanças e velhos caciques não consiguirão permanecer em suas cadeiras. Aproxima-se uma renovação de nomes e partidos. Algo natural, depois de escandalos recentes que abalaram a crença dos cidadãos nessa instituição.
O preocupante mesmo, são as escolhas do eleitorado para a Camara Federal e as Assembléias Legislativas. Tem de tudo. De Papai Noel a palhaços. De pastor a missionário. De cantor falido a conjuges. Sem contar mulher fruta e atriz pornô. A intenção é clara. Querem inserir juntamente com o carisma dessas figuras carismáticas velhos caciques da política, que já desgastados, não teriam como voltar aos cargos. O eleitorado protestará em vão contra os seus algozes.
Enfim, é cedo para saber que lições aprenderemos após o 3 de outubro. Mas, como dizia o finado Clodovil: "Brasília nunca mais será a mesma!"

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