sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Apagão burguês:

Antes que o leitor pense que eu defendi o governo com relação ao apagão, é preciso deixar claro que eu penso que esse problema que ocorreu deve-se a ingerência dos nossos governos, sim. Porém, é patético ver a oposição querendo cobrar explicações sobre o ocorrido, quando eles próprios deram inicio a essa situação no início dos anos 2000, quando FHC estava em pleno segundo mandato.
Em outras palavras, pra mim são todos iguais. A incompetência dos partidos que estão no poder é a mesma. PT e PSDB tem as mesmas deficiências sobre vários aspectos, embora tenham origens históricas e ideológicas distintas. É lamentável, mas a esquerda desse país se endireitou. A exceção que há nesse meio é o PSTU, que continua com a mesma bandeira desde a sua fundação.
Voltando ao assunto, o que lamento profundamente com relação à isso tudo, é o fato de os poderosos se prevalecerem do blecaute para faturar às nossas custas. Digo e repito. Penso que o blecaute pode ter sido causado por falhas das máquinas, porque toda máquina é falível.
Se isso poderia ter sido evitado, é outra história, que compete aos especialistas no assunto. Eu, como leiga que sou nessa área, não discuto nem opino. Aceito o que houve e ponto.Até os estado-unindenses sofreram com um apagão recentemente e não será a última vez que as luzes se apagarão.
Agora, o que é irritante é ver todo o alarde em cima do blecaute, como se esse fosse o único problema do país. Como se tudo se resolvesse ao xingar essa situação. Ninguém fala no adiamento do ENEM e do SARESP, que na semana passada, por incompetência da empresa responsável, não ficou pronto a tempo, deixando milhares de alunos paulistas a ver navios na hora das provas.
Além disso, a indústria reclama porque deixou de lucrar milhões. Ontem vi uma reportagem em que se dizia que a Volkswagen deixou de fabricar não sei quantos carros. Sem citar as comidas de restaurantes caros que estragaram e assim por diante.
Ninguém fala dos trabalhadores cansados, que ao voltar do trabalho, tiveram suas vidas expostas a todo tipo de perigo. Enquanto se estragavam frutos do mar caríssimos, milhares de brasileiros não tem sequer um ovo para alimentar-se. É essa face burguesa do apagão que eu gostaria de refletir.
É bem verdade que não é salutar ficar sem energia elétrica, mas, quantos séculos o homem viveu sem ela? Pelo menos 19 nessa nova era (a era cristã). Mesmo assim, foram feitas as sete maravilhas do mundo. Não faz muito tempo, o interior do Brasil não tinha energia elétrica e todos viviam, casavam, tinham filhos, trabalhavam e eram felizes.
É bom ter acesso a todos os meios técnológicos da era pós-moderna, mas, é preciso repensar essa dependência, não é mesmo?

2 comentários:

  1. Eita!!
    O ensaio sobre a cegueira em São Paulo.

    O mais legal foi assistir ao ministro sem explicações para a apagão.

    ResponderExcluir
  2. Ensaio sobre a cegueira é ótimo. Rsrsrsrs.
    Adorei a comparação... kkkkkkkkk.

    O fato é que esse fato refletiu a nossa dependência energética e a falta de estrutura das grandes cidades, que, como São Paulo tem um transporte público ineficiente e insuficiente.

    Ter que dormir na rua porque não tem onibus de madrugada é o fim.

    Kassab, quem sabe dessa vez vc se toca, né?

    ResponderExcluir