sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Educação em panorama pessimista:

Ontem estive numa reunião da APEOESP, em que se escolhiam delegados para a próxima Conferencia de Educação da entidade, a ser realizada em novembro. Na ocasião, dois debatedores refletiram a cerca das politicas empreendidas pelos governos com relação à formação da sociedade.
As colocações, embora muito pessimistas, fizeram bastante sentido diante da atual conjuntura. Nas reflexões a cerca da administração neoliberal e a educação, foi dito que a inclusão propagada nos anos 90, objetiva mesmo é excluir os novos alunos, dando à educação um caráter instrumental.
Com relação à perda gradual de autonomia dos mestres, que vem ocorrendo ano a ano, através dos novos projetos governamentais, ela tem haver com uma ideologia que pressupoe criar cidadãos que não reflitam e nem tenham criticidade, dessa maneira, eles não serão empecilho para empresas e governos, responderão positivamente ao que deles se espera, não se revoltando contra patrões.
A educação do futuro, será menos criativa. Formar jovens em esquema empresarial, é uma realidade cada vez mais próxima. Cada vez mais os governos falam em educação usando o termo gestão, como sinônimo de administração escolar. O objetivo oficialmente é otimizar o processo e reduzir custos. Porém, o que se espera mesmo, é um maior controle do sistema educacional, para que as salas de aula, não representem um perigo aos projetos neoliberais, que não é composto apenas do governo, mas, também, de empresas e outros setores.
O que é triste, é perceber que muitos profissionais colaboram com esse processo, não questionando as novas políticas educacionais e sendo agentes dessa nova ideologia. Fazem parte do jogo, sem nem ao menos resistir a esse processo. Aqui, não se trata de uma resistência irrefletida, mas, de um grito de alerta para que a sociedade saiba que está sendo vitima de um controle que tende a crescer cada vez mais.
Se nos tempos de ditadura, as pessoas se alienavam com relação ao governo por medo de sofrer retaliações, no futuro, nem esse medo persistirá, porque suas vidas se resumirão a cumprir ordens e sobreviver, apenas isso.
Na educação pública, já existe uma corrente que pensa em tornar os professores das escolas públicas polivalentes, excluíndo-se as disciplinas e impondo um ensino por áreas do conhecimento, para que no fim das contas, muito desse conhecimento seja disperso. Isso é colocado, com a falsa justificativa de interdisciplinaridade.
Por outro lado, os alunos das melhores escolas do país, continuarão a receber a educação com suas particularidades e generalidades. Na prática, só muda para as camadas mais pobres, para que essas obedeçam. Os que mandam, continuarão a receber incentivo para tal.
Essa é um baita reflexão, não acham?

3 comentários:

  1. Luana fiquei passada ao ler esse seu ultimo post, pois não sabia da dimensão dessa proposta que já estão nas faculdades.
    Olha pode ser assustador mas as faculdades já estão adaptando seus cursos e o meu foi um deles tanto que o apelido do curso era Geohistória. (Pensa)
    Todos os alunos criticaram mas a filha da puta que me deixou de dp, convenceu grande parte da sala que essa em breve será a nova proposta do mec e que nosso curso estaria a frente.Eu fui um das que mas reclamou assinou lista enfim mas como naquela faculdade aluno não tem vez aqui estou saindo com leituras de Braudel e cacete a quatro como irei aplicar isso?

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  2. Isso é velho. Eu ainda estudei com a antiga grade da UnG, onde o curso de história tinha politica, economia, filosofia, sociologia e antropologia. Mas, a partir de 2004, essas mudanças já começaram a ocorrer por lá e o curso também é meio Geo-História, tbm.
    O fato é que a base não percebe que a coisa caminha para uma redução da carreira do magistério, que ficará com poucos profissionais, até chegar ao ponto de reduzir a profissão às video-aulas.
    Isso é grave, pois, imagine o tipo de profissional que construirá os nossos edificios e operará as nossas enfermidades.
    Otimizar custos na Educação, pra mim, significa destruir vidas literalmente.

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  3. Sugestão às minhas queridas ovelhinhas de meu rebanho divino:
    Frequentem as aulas de reforço paralelo de suas escolas... "Eu fui um das que mas reclamou" é demais para este velho pastor de Deus!

    Que Deus as ilumine!

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