quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Violência em Araçariguama:

Desde ontem, os telejornais e a internet repercutem uma notícia que se aplicaria à qualquer estudo de caso da Idade Média. Uma briga entre duas adolescentes de 15 anos, em que uma delas é incentivada pela própria mãe a agredir sua rival.
O fato, que é bárbaro, poderia ter sido protagonizado por qualquer godo, visigodo ou ostrogodo, do passado. Mas, o que chama a atenção é a educação dada pela progenitora dessa garota, que com palavras de ordem, clamava por mais violência, orientando a agressividade de sua filha.
Isso é mais que absurdo. É imoral, é ilegal, é nojento. Como pode, uma pessoa adulta agir de maneira inconsequente, como essa senhora?
Ela reflete essa sociedade doente em que a gente vive, onde não há mais valores, ética, respeito, etc. Onde o que vigora é a lei da vantagem. Onde as pessoas querem se sobressair das situações, com uma sensação de vitória montada sob a falta de caráter, a perversidade, a maldade mesmo.
Essa cena lamentável, infelizmente, não foi a última. Ela certamente se repetirá em breve, porque as famílias não cumprem mais o papel de formar individuos valorosos. Quando há famílias, elas se preocupam muito mais com a individualidade de cada um, que com a formação do todo para melhorar o mundo.
Como educadora, tenho visto, em alguns anos de magistério, pessoas geradas de qualquer maneira, sem carinho, sem orientação. Recebo todos os anos, em minhas salas de aula, milhares de jovens perdidos, carentes, confusos, tristes, sem destino. Eles nos agridem com palavras e gestos insanos que são reflexo do descaso com que são tratados.
Assim, vemos muitos talentos se perderem e muitas rotas de vidas que tinham tudo para ser brilhantes, interrompidas pelo final da vida ou por caminhos que calam e sufocam essas grandezas. São filhos desse tipo de mãe, que não tem algo melhor para oferecer.
As cenas que vi, muito me entristeceram, pois há anos atrás, estive em Araçariguama, uma bela cidade do interior de S. Paulo, localizada às margens da Rodovia Castelo Branco e ao lado de Pirapora do Bom Jesus, para fazer um trabalho de campo à respeito da cultura rústica, quando eu ainda estava na graduação. Lá, tive contato com pessoas maravilhosas que deram contribuição importante para um aprendizado acadêmico e de vida.
Que esse fato lamentável possa ao menos servir para propor à sociedade uma reflexão a cerca de todos os pontos que expus anteriormente e que as pessoas possam ver o que enfrentamos cotidianamente nas salas de aula do país.

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