segunda-feira, 29 de março de 2010

Massacre do Morumbi:

Professor Alfredo Andrade é agredido com spray de pimenta.

Manifestantes correm das agressões.

Bomba de gás lacrimogênio.

Tropa de Choque se prepara para entrar em ação.

Cavalaria se preparando para agir contra os professores.

Protesto contra a morte da Educação Pública.

Professores durante a Assembléia.

Milhares de professores em Assembléia no Morumbi.

Policiais militares agridem professor.


Massacre do Morumbi, eis a definição para o que ocorreu na última sexta-feira, quando a Assembléia de Professores Paulistas em Greve, foi massacrada por uma emboscada montada favorável a José Serra. Tudo começa quando cerca de 80 mil professores se dirigiram para a região do Palácio dos Bandeirantes, a fim de negociar o fim da greve. Além de a Secretaria da Educação não fazê-lo, o governador se recusa a atender o professorado.
Com a presença dos docentes ao redor de sua residência, o espaço aéreo é fechado, para que as emissoras não transmitam a quantidade real de pessoas. A seguir, policiais a paisana começam a jogar pedras contra os professores. Depois disso, a Tropa de Choque entra em ação: tiros de borracha, spray de pimenta, bomba de gás lacrimogênio, cacetetes, etc.
A imprensa, começa a registrar o momento em que os professores se defendem e veicula na mídia que eles iniciaram o tumulto. Assim, isenta o governo de sua responsabilidade (mais uma vez).
O saldo do confronto é que muitos professores foram machucados. Muito mais que os 16 divulgados pelos números oficiais. Um professor, faleceu de infarto, pois não foi socorrido a tempo.
José Serra decreta Estado de Sítio no entorno do Palácio dos Bandeirantes. Decreta uma guerra contra o professorado. Enquanto isso, a violência corre solta em todos os lugares de S. Paulo, onde cidadãos comuns são assaltados, assassinados, furtados, intimidados pela violência. Para estes, não há estado de sítio. Estes, não conseguem sequer emitir um boletim de segurança contra os crimes que os oprimem, muitas vezes.
É preciso que a sociedade esteja atenta ao que está ocorrendo e que reflita sobre a truculência, o autoritarismo, a intolerância, a arrogância, o desrespeito e a humilhação a que o governo de S. Paulo está submetendo uma das categorias profissionais que tem a possibilidade de fazer do Brasil um país melhor.
O ato de lecionar, nos dias de hoje, é um ato heroíco, feito por pessoas de brio, que ainda não desistiram de acreditar no ser humano. Nas escolas, enfrenta-se todo o tipo de ofensa: moral, intelectual, etc. Quantos professores não são agredidos verbal e fisicamente, cotidianamente? Não há salário, não há carreira, não há material. Tudo é feito na raça, na base do improviso, em escolas em que não há infra-estrutura adequada a um aprendizado de alto-nível.
Por causa disso, a escola pública hoje não tem o nível de excelência que teve em meados do século XX. A classe média, esforça-se para pagar pesadas mensalidades de escola particular para seus filhos. Os netos de José Serra e Paulo Renato não estudam em Escola Estadual, não é mesmo?
Atirar pedras e lançar bombas contra professores é uma ação que demonstra claramente o descompromisso de um governo despreocupado com a instrução dos mais pobres. A conivência da sociedade, mostra o alto grau de individualismo da sociedade paulista, que mantém-se afastada de questões que lhe são pertinentes.
A greve dos professores é uma causa muito mais complexa do que muitos pensam. O clamor pela carreira e pela melhoria da profissão está ligado a um futuro que é de todos. A defasagem do ensino na escola pública afeta a todos, pois as pessoas que integram esse processo, participam da sociedade e são afetadas por ela de alguma forma.
Para exemplificar basta pensarmos que todos passam pelo ensino básico, de maneira, que qualquer um pode se deparar com um mau profissional cuja formação defasada pode fazer a diferença entre vida e morte. Esses profissionais podem constituir todas as areas e dele podemos precisar a qualquer momento.
Enfim, o Massacre do Morumbi deve fazer a sociedade rever seus valores e convicções. Professor não é bandido, pelo contrário, é um profissional que estende a mão para salvar a vida de muitos que podem seguir caminhos indignos.
Sejamos solidários. Pensem nisso!

Um comentário:

  1. Professora vc estava neste dia? Acredita mesmo que 80.000 pessoas iam pedir o fim da greve?
    aguardo resposta.

    ResponderExcluir