segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Até tu, Brutus?

A matéria especial da Revista de História da Biblioteca Nacional de janeiro de 2011 está imperdível. Trata-se de um dossiê sobre os imperiais casos de amor, vividos no Brasil monárquico.
Que a vida de D. Pedro II era movimentadíssima, disso ninguém duvida. Além das cartas de amor trocadas entre ele e D. Domitila de Castro, onde falas erotizadas, poemas de duplo sentido e desenhos obscenos eram escritos, há um vasto material que indicam o desejo devasso do imperador, capaz de satisfazer-se sexualmente com mulheres de todas as raças e condições sociais, não respeitando nem mesmo seus aliados, tomando destes as esposas, para breves aventuras em sua cama real.
Tudo isso sempre foi sabido e contado e documentado ao longo dos séculos. O fogo imperial de D. Pedro I é algo invejado por muitos, mesmo nos dias atuais, em que as pessoas vivem tão ocupadas, que muitas vezes não tem tempo para a satisfação sexual.
Já li na minha graduação, inclusive, a respeito da desconfiança de muitos historiadores a respeito da morte de D. Leopoldina ter sido causada por desgosto, diante de tantas estripulias de seu esposo, que não fez questão nenhuma de esconder da sociedade na época, seu tórrido romance com a Marquesa de Santos. Essa, que de santa, também não tinha nada, e que depois do caso real, foi desposada oficialmente por Tobias de Aguiar, lider militar de S. Paulo, homenageado na sigla da ROTA.
O conteúdo da revista enfatiza essas particularidades e ainda trás pistas sobre alguns dos muitos bastardos deixados pelo imperador em terras canarinhas. O mais surpreendente, contudo, é que nem mesmo uma freirinha enclausurada teria sido "perdoada" pelo monarca, em seu retorno à Coroa Portuguesa. Além do romance religioso, houve um fruto entregue para a adoação.
No entanto, o título do presente artigo refere-se ao fato de haverem sido descobertas cartas de amor entre D. Pedro II e sua amada (até então desconhecida), Luísa de Barral. Justo ele, que houvera sido imortalizado nos livros de História como pudico e fiel a sua Tereza Cristina, uma imperatriz manca, sem grandes atrativos e beleza.
Com essa nova maneira de contar a História, fica um certo ar de decepção, pois até mesmo o nosso mais simpático governante da monarquia sucumbiu as escapadas matrimoniais, para distribuir afeto em outras camas.
Pô, D. Pedro II, até tu, Brutus?

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