domingo, 5 de abril de 2009

Morte de Márcio Moreira Alves

Foi enterrado ontem o corpo do jornalista Márcio Moreira Alves, um desconhecido para a maioria das pesssoas, mas, uma figura fundamental para a história recente do nosso país. Sobre ele, há muitos registros em livros sua trajetória de vida política na década de 60 do século XX.

É incrível como as pessoas nao conhecem fatos preponderantes da sua história e suas figuras fundamentais, como no caso de Márcio Moreira Alves. Foi através de um discurso seu, pronunciado de maneira desastrosa na Camara dos Deputados, em 1968, que o Brasil saiu do Regime Militar (entre 1964 e 1968), para adentrar na fase mais obscura de sua história, ou seja, na Ditadura Militar (de 1968 a 1985).

Sobre este fato, discuti muitos de seus elementos em minha monografia de conclusão de pós, entregue à Universidade Guarulhos, no ano passado.

Márcio, após assistir a uma peça teatral que gerava polemica (estou falando de Roda Viva, de Chico Buarque), disse em plenária palavras que ofenderam profundamente ao governo Costa e Silva. A proporção de tal fato foi tanta, que o referido deputado, teve de passar por um julgamento na Comissão de Ética. Essa foi a deixa, para que homens do governo (entre eles Ernesto G. Médici) começassem a articular um plano que envolvesse o controle politico do país, numa ditadura.

Nesse período, já se perseguiam os estudantes e se torturava as pessoas consideradas mais ofensivas ao sistema. Mas, não se tinha chegado a um nível tão radical.

Em 12 de dezembro de 1968, os deputados absolveram Moreira Alves. O resultado? A decretação do AI-5, que fechou o congresso nacional, cassou os direitos políticos de inúmeras pessoas, exilou diversos artistas, religiosos e politicos da oposição, intituiu a censura aos meios de comunicação, entre outras coisas. Instaurou um período de terror no país, em que pessoas foram torturadas e mortas.

A tal ditadura, não teve nada de branda, como tenta sujerir a Folha de S. Paulo nos últimos meses, como forma de diminuir sua participação ao lado da direita nos anos acima citados.

Enfim, morre uma parte da nossa história, que não podemos esquecer jamais.

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