domingo, 5 de abril de 2009

Refletindo sobre os realitys shows

Desde o ano 2000, as emissoras de tv do mundo todo, vem se dedicando a um tipo de programa muito interessante: os realitys shows, que consistem em acompanhar a vida de pessoas comuns através de programas que tem as mais diversas propostas.

O pioneiro no Brasil, foi o programa "No Limite", que era apresentado por Zeca Camargo, cuja proposta, era colocar os participantes em situações que os colocassem no limite de suas condiçoes fisicas e emocionais, partindo de provas feitas em ambiente inospito, geralmente entre dunas de areia. A proposta consistia em desafios emocionantes, e na primeira edição, a grande vencedora foi uma mulher obesa.

De lá pra cá, inúmeros realitys shows foram realizados nas mais diversas emissoras, sob as mais diversas propostas. Na maioria dos casos, esses programas oferecem premios capazes de transformar completamente a vida das pessoas comuns. Por isso mesmo, são atrativos para público e para os participantes, que são capazes de tudo, para conseguir uma vaga em tais programas.

Atualmente, há muita discussão a respeito dos realitys shows, pois a curiosidade e o envolvimento das pessoas, são muito evidentes. Alguns psicólogos dizem que o interesse por esse tipo de atração, coloca o homem no papel de um deus, capaz de controlar suas pseudo criaturas (com a decisão de eliminação, por exemplo), e que o voyerismo é uma prática que pode se desenvolver em tais condições.

Contudo, o excesso é contra-indicado. Ficar o dia inteiro acompanhando a vida alheia em pai-per-view não é lá muito saudável. Mas, dar uma espiadinha esporadicamente, não faz mal nenhum a ninguém, afinal, a curiosidade é uma característica inerente ao ser humano.

Há tres programas nesse formato, em exibição, e que fazem muito sucesso nos dias de hoje. O primeiro, o Doutor Hollywood, exibido pela Rede TV, que trás um cirurgião brasileiro/americano, que realiza proezas no campo da cirurgia plástica. É interessante a proposta, pois mistura medicina e o cotidiano do médico e de seus pacientes.

Além desse programa, há na Rede Record o Troca de Família, que mostra as experiencias de famílias que invertem os papéis de mãe/pai, por uma semana. É interessantíssimo ver como as realidades diferentes se aproximam ou se combatem. A grande reflexão é: "será que a casa do vizinho é realmente melhor que a minha?". Nos dias de inversão de papéis, além de agregar valor as famílias, com a nova realidade, as pessoas aprendem a respeitar as diferenças e a valorizar sua familia de origem. Quando a situação é conflituosa entre as partes, torna-se ainda mais atrativo.

Por fim, devo falar da coqueluche desse tipo de programa: o Big Brother. Primeiro, esse nome remete ao livro do George Owel, que trata de um provavel 1984, onde o comunismo dominaria o mundo, e haveria olhos pra vigiar todas as pessoas.

Como sabemos, o comunismo nao chegou a tanto, mas, no programa, as cameras vigiam os participantes confinados numa casa. As pessoas se propoem a passar cerca de tres meses confinadas, a fim de alcançar um premio milionario no final do programa.

Esse ano, a Rede Globo, que tem o direito de exibir a atração no Brasil, teve uma tacada de mestre, dividiu os participantes em lado A e lado B, a fim de ela mesma promover as panelinhas tão comuns na atração. O objetivo foi alcançado com grande exito.

Porém, acompanhar esses momentos tem sido um tanto penoso, pois os ultimos sobreviventes na casa, além de expostos a tarefas complexas, que exigem força e resistencia, demonstram em seu cotidiano total falta de solidariedade. Nos ultimos dias, por força da curiosidade, tenho visto o programa e me chocado com a atitude dos jogadores que pertenceram a panela B.

Eles simplesmente ignoram a participante Ana, que implora atenção e o dialogo com os demais participantes. Tenho feito reflexões a cerca do lado psicologico desta moça, que deve estar bem abalado, ou prestes a desmoronar. Imaginemos essa situação: dias isolados num ambiente sem comunicação com o mundo exterior, em meio a pessoas desconhecidas e sem ter atenção. É o fim. O cúmulo da humilhação.

Ontem me estarreceu a cena em que Ana pedia pra conversar com Francine e esta, além de tratá-la mal, pediu que Priscila a agredisse com o peso de musculação. É muito triste uma cena dessa ser colocada no ar. É muito triste ver que as pessoas são capazes de tanta desumanidade em nome de dinheiro.

Enfim, tudo isso que foi exposto, serve pra analisarmos e refletirmos a cerca dos nossos valores humanos. Mesmo em condições limites, a nossa dignidade humana deve prevalecer. Da realidade, devemos extrair esses exemplos, para nao segui-los e entender até onde vai a ambição de homens e mulheres,

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