sexta-feira, 24 de abril de 2009

Nossos ídolos ainda são os mesmos:

Amo a música "Como nossos pais", de Belchior. Ainda mais na interpretação de Elis. Ela me leva a meditar sobre várias coisas, sobre as quais devo escrever mais adiante. Por ora, devo me concentrar no trecho da música que diz que nossos ídolos ainda são os mesmos.
Continuamos amando Roberto Carlos, Tarcíso e Glória, Tony Ramos, Antônio Fagundes e assim por diante. Porque tais pessoas fazem parte da vida da gente, de tal forma, como se a conhecêssemos pessoalmente. Elas marcam cada pedacinho importante de nossas vidas, com sua arte, com sua obra, que toca lá dentro.
Todos os artistas referidos, e tantos outros, fazem parte de algum (ou alguns) momento(s) importante(s) da(s) nossa(s) vida(s). Se pegarmos cada um, temos infindáveis momentos agradáveis para recordar, de que de uma maneira ou de outra, eles participaram, trazendo além da presença, algum significado. Contextualizam na vida cotidiana, como figuraram tantos elementos na História da Humanidade. E o melhor: contextualizam na nossa própria história!
Roberto Carlos, é rei. Essa é uma verdade, aprendida por nós desde a mais tenra idade. Foi assim comigo, creio que tenha sido da mesma forma na vida de milhares de brasileiros. Suas músicas, embalaram nosssas infâncias, nossos amores, nossas vidas. Em algum momento, nos deparamos com sua voz, com suas letras, com suas canções, seja interpretadas por ele, ou por Adriana Calcanhoto, Jota Quest, Titãs, Maria Betânia, Padre Marcelo... etc.
Sempre atuais, as letras de Roberto nos despertam pro amor, pra vida, pra Deus, pra Nossa Senhora, pras gordinhas, pros óculos, pra fim de relacionamento, enfim, pra tudo, de um modo geral.
Lembro-me dos finais de ano da minha infância, em que o rei lançava um novo disco, um grande novo sucesso, que embalava os dias anteriores ao natal, bem como as férias de janeiro. Aliás, presentear um parente querido com um cd de Roberto Carlos sempre foi sinônimo de amor e carinho. Além desses momentos, havia um especial que tocava numa rádio todos os domingos de manhã, onde eu aprendi a escutar cada música sua. Cada clássico. Sim, porque o repertório de Roberto é composto de clássicos. São tantas emoções, detalhes tão pequenos de nós dois, o concavo e o convexo. Pensando bem, amanhã de manhã...
O Rei Roberto Carlos completa esse ano, 50 anos de sucesso, um sucesso que não é só dele, mas, de todos nós que, como súditos, o amamos. Mesmo não tendo nascido no auge de sua carreira, conheço sua história de vida, me emociono com suas conquistas, amores, perdas e vibro com suas vitórias.
Já Tarcísio e Glória, que completam 44 anos de união (mesmo tempo de vida da Rede Globo), representam o amor. O casal perfeito (embora a gente saiba que não é bem assim, perfeição não existe), que mostra que amar pode dar certo. São o significado da completude. Não conseguimos dissociar um do outro.
Um casal interpretado por Tarcísio e Glória tem mais brilho, mais romance, mais aventura. São tantos papéis, tantos personagens, que a tela transborda ao exibir um brilho no olhar que sabemos ser verdadeiro. Através de Lalinha e Tide, de Páginas da Vida, pudemos vê-los declamando os mais lindos poemas de amor. Em A Favorita, vibramos ao acompanhar o reencontro de uma vida inteira, cenas incríveis, protagonizadas por Irene e Copolla. Tarcísio e Glória nunca são coadjuvantes, sempre roubam a cena e protagonizam as mais belas cenas do trabalho que realizam.
Por fim, devo dizer que a respeito de Tony Ramos, escrevi um artigo que postei dias atrás, ou seja, resta-me escrever a respeito de Antônio Fagundes, ator que há poucos dias completou seis décadas de vida. Fagundes, é um icone da beleza madura.
Seu trabalho que mais me emocionou foi em 1994, quando o ator interpretou Otávio, no remake de A Viagem. Amor como aquele, que ultrapassa os limites da vida, é dificil de encontrar. A referida trama foi uma das mais lindas que já acompanhei, numa das poucas oportunidades em que senti raiva de Mauricio Mattar. Após esse brilhante trabalho, veio o Atílio de Por Amor, novela de Manoel Carlos, em que Fagundes era um quarentão sedutor, que fazia par com Helena.
O sorriso desse personagem era algo marcante. Muitas vezes o vi com tão iluminado sorriso sobre a face, e creio que este é sem dúvida uma de suas marcas. O sorriso de Fagundes é algo que não tem preço. Gostaria muito de merecê-lo um dia, quem sabe!
Enfim, o tempo passa, mas amamos sempre as mesmas pessoas, pois nesse tipo de relação há gratuidade, desinteresse, e por isso esse sentimento é tão puro e verdadeiro. Não precisamos conhecê-los para desejar que a vida dessas pessoas especiais seja repleta de felicidades. Talvez seja justamente essa a receita de seu sucesso que dura décadas.

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