terça-feira, 14 de julho de 2009

Viva o Rei!!!






No último sábado (11), o Brasil pode comemorar os cinquenta anos de reinado de Roberto Carlos, o maior cantor romântico do país, que embala os corações a décadas, com letras que tocam profundamente a alma das pessoas. Seja interpretando as próprias canções ou na voz de outros artistas, o fato é que inegavelmente, sua música atinge a todos, fazendo parte da história da vida de muitas pessoas.
Particularmente, adoro as canções do rei, na interpretação dele mesmo. Há muitas canções que tocam o meu coração, porque a memória afetiva que as envolvem me transportam pra várias fases da minha vida. Como muitos, eu cresci escutando as canções do rei. Lembro que todo final de ano, minha tia de Recife comprava o disco mais recente pra nós o escutarmos no Natal.
Fico na dúvida, pra responder qual a música mais bonit, porque elas me levam a tantas emoções, são tantos detalhes, que só mesmo Jesus Cristo, pra me ajudar a dar um palpite.
A celebração desses 50 anos de carreira, remontam a uma época áurea da música brasileira, repleta de movimentos, onde a criatividade dos artistas, suplantava as barreiras políticas e ideológicas e se posicionava contra ou a favor.
Nos livros de historiografia da música brasileira, fala-se muito sobre a característica alienante da música de Roberto Carlos, devido a origem da sua carreira ter se dado em meio à Jovem Guarda, porém, justiça seja feita, essa não é verdadeiramente a origem da carreira do cantor. Ele transitou até mesmo entre os bossa novistas, frequentando os encontros dessa turma, na zona sul carioca, ao lado de Carlos Imperial.
Depois, Roberto aproximou-se do rock e comunicou suas canções através desse ritmo nascente, mas, no fim das contas, criou um estilo próprio capaz de adaptar-se a qualquer tipo de som: do axé ao reggae. O que marcou mesmo a carreira e deu inicio a seu reinado, foram as jovens tardes de domingo.
A Jovem Guarda, de fato, era um movimento que se adequava ao período e ía de encontro aos anseios dos militares, a medida que não questionava a política, em canções simples capazes de satisfazer os ouvidos das massas, despreocupadas em refletirem sobre o regime militar. Porém, esse contexto é muito mais amplo, pois ele envolve toda a cultura de uma época. Se a Jovem Guarda teve público, isso se deve ao fato de haver pouca escolaridade naquele período, além disso, ela surge em meio à criação da industria cultural no Brasil, que transformava cantores em produtos, mas isso, ocorreu também com a bossa nova.
O que diferencia o rei dos outros companheiros, do programa da Record, foi a sua capacidade de ultrapassar as barreiras do tempo e assim, poder demonstrar uma doce personalidade, capaz de se compadecer com as dores de seus colegas tropicalistas, Caetano e Gil, que puderam recebê-lo em pleno exílio, na capital da Itália. Esse aliás, é um aspecto marcante da personalidade de Roberto Carlos: a doçura e a paciência. Até mesmo Elis Regina o perdoou por sua suposta ligação ao militarismo, que no fim das contas, sabe-se que é um mito.
Por fim, sua música é sempre atual e nos revela a beleza do amor, da vida, de Deus, da amizade, de tudo. Até o calhanbeque fica chique, quando interpretado pelo rei. E o melhor de tudo, é que ele não se contamia pela vaidade e nessa simplicidade que é tipicamente dele, ele ganha cada vez mais súditos, sendo um monarca com a cara do Brasil.
Obrigada pelas canções feitas e cantadas pra nós, que seu reinado dure muitos e muitos anos.

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