domingo, 17 de maio de 2009

Amizade é fundamental:

A missa de hoje, trazia algumas leituras capazes de produzir algumas reflexões importantes. Na leitura dos Atos dos Apóstolos, falava-se do fato de Deus não fazer acepção entre as pessoas. O que é a mais pura verdade. Para o Ser Supremo, pouco importa se seus seguidores são negros, brancos ou amarelos, se são ricos ou pobres e assim por diante. Para Ele, não há cristão, mulçumano, judeu, budista, hinduísta, etc. Somos nós que nos rotulamos, nós que nos diferenciamos, nós que geramos nossas próprias crenças, e por isso mesmo, nosso próprio preconceito.

O homem é o único animal que pensa, e o único que na natureza faz disso uma arma contra seu próprio semelhante. Nós, muitas vezes, julgamos o nosso semelhante por conta da sua aparência, da sua posição social e assim por diante,

Nunca me esqueço de um episódio, ocorrido numa escola em que trabalhei há dois anos atrás. Um amigo meu foi me procurar, a fim de pegar emprestado um material do curso de pós que fazíamos. Pediu na secretaria para que me chamassem e foi muito mal atendido. Ele teve de ligar no meu celular, pois se recusaram a fazê-lo. Sai da sala de aula, o atendi, entreguei-lhe o material e no fim das contas disse a pessoa que o destratou de quem se tratava: o secretário da cultura. A pessoa não teve como esconder a vergonha.

Voltando às leituras da missa. Na primeira Carta de S. João, ele dizia que para conhecer a Deus, é preciso conhecer o amor. Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor.

Sobre o amor, é preciso dizer tanta coisa, porque é um sentimento tão amplo. Esse sentimento vai desde amar a própria vida, passando pelas pessoas mais próximas, pelos amigos, pelos filhos, pelos animais de estimação, pelos alunos, até chegarmos a metade da nossa alma: o Grande Amor.

A paixão faz parte da minha personalidade. Já amei algumas vezes e certamente o farei novamente mais algumas. Posso afirmar que não há nada melhor do que dormir e acordar pensando em alguém. Dividir alegrias e tristezas. Doar-se. Querer bem. Desejar fazer o outro feliz acima de tudo. Dar carinho, atenção, afeto. É muito bom, talvez a melhor parte da vida. Pena que isso acabe, mas, há muito de Deus nisso, pois quando a gente diz que ama alguém, volta-se apenas para fazer coisas positivas.

Por fim, o evangelho, dizia uma frase muito significativa de Jesus: "amai ao próximo como a si mesmo". Nessa frase, a gente percebe que a condição do amor é se amar antes de tudo. Somente através do amor próprio, pode-se amar verdadeiramente alguém. Nesse ponto, vê-se a importância da alto-estima - e olha que no tempo de Jesus nem existia a ciência da auto-ajuda.

Num mundo em que vemos tantos atos de egoísmo e crueldade cometidos em nome do amor (falso amor), essas palavras apontam o caminho da verdadeira felicidade, que consiste em ser feliz dentro de si mesmo. Há uma historieta que trata de uma senhora que perguntada se o marido a fazia feliz, respondeu prontamente que não, pois pra ela ser feliz, ela não dependia dele, mas de si mesma.

E é isso mesmo, não se pode depositar a felicidade nos outros, mas, deixa-los partilhar da nossa, através de momentos agradáveis, de simplicidade, muitas vezes, pois é de pequenos momentos que se alimenta uma grande felicidade.

Na mesma passagem, Jesus dizia que trataria seus seguidores não como servos, mas, como amigos. E nisso, é preciso dizer que é muito importante ter e ser amigo. Uma vida sem essas pessoas maravilhosas que compartilham dos bons e maus momentos, não tem sentido, não tem graça. Amigo é aquele que está conosco nos momentos em que precisamos, que estende os braços, dando um ombro pra chorar ou dando gargalhadas conosco.

Ou seja, o Mestre dos Mestres é aquele que pode dividir conosco o bom e o melhor de nós.

Puxa! Quanta coisa dá pra aprender numa missa, né?

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