quinta-feira, 4 de junho de 2009

Direto ao assunto:

Todos os dias pela manhã, o Jornal do SBT exibe em sua primeira edição, comentários de José Neumany Pinto, no quadro Direto ao Assunto, em que o referido senhor dá sua opinião à conjuntura política, econômica e social do Brasil. Nessas ocasiões, o comentarista expressa o que pensa a burguesia desse país.

Nada surpreendente, pois é justamente essa função. Algumas análises me deixam estarrecida, outras, são hilariantes, mas a análise dessa manhã, me deixou perplexa, ao constatar o sinismo da burguesia desse país em relação à Educação nesse país.

Ao falar a respeito da greve do funcionalismo da USP, que no dia de ontem viu a polícia invadir o campus para tratar estudantes, professores e funcionários como bandidos. Para tratar de um assunto tão delicado. o comentarista disse que a greve já é um evento acadêmico previsto para essa época do ano.

Essa é a maneira mais simplista de analisar conjunturalmente uma problemática histórico que reúne elementos históricos perversos de um sistema que envolto na lógica neoliberal, se vê precarizado em toda a sua essência, seja pela falta de infra-estrutura, pelos baixíssimos salários de seus servidores e assim por diante. A educação como um todo, é um ramo lucrativo para os empresários do país, mas, curiosamente, é acusada de representar despesas ao estado.

Ora, investimento no homem não gera a possibilidade de se reverter em produto a ser lançado na bolsa de valores, ou a possibilidade de privatização para a entrega do seu capital aos empresários falidos pela crise, como no caso do Banco Nossa Caixa, que vendido ao Banco do Brasil, rendeu 5 bilhões, no dia anterior à doação de 4 bilhões do Estado de S. Paulo como socorro aos industriais do ramo automobilístico.

Para Neumany Pinto, a greve da USP é tão simples, pois ele desconhece a falta de verbas, a falta de condições para exercer sua atividade profissional, conviver com um salário de fome, insalubridade, superlotação em sala de aula, ticket de R$4,00.

As deficiências da USP, são o retrato do descaso da burguesia desse país com a formação de nossos profissionais, pois, se lá, que é a escola-mor do país, está nas condições degradantes atuais, imaginem as outras escolas do país. É evidente sua deterioração.

Creio ter sido direta o suficiente.





6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Taís:
    Cadê a sua opinião?
    Reescreva, plis!!!

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  3. É por que sou extremamente critíca com relação a esse tipo de jornalismo, não consigo assistir fico revoltada. Sei lá a nossa mídia transmite a opinião de uma parcela tão pequena da sociedade e grandre parte da população toma como verdade pois não sabe pensar, por isso que leio Brasil de fato, Cim, Piauí e xereto muitos blogs, comunidades e sites alternativos para construir minha opinião sobre qualquer coisa.

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  4. Concordo com vc, a crítica é de suma importância num país regido pela ideologia do poder, como o nosso.
    Por isso, é importante que a gente veja pra denunciar, pra pensar tudo ao contrário, pra ensinar as pessoas que essa minoria nos comanda, e que somos mais que eles e temos capacidade de reverter esse quadro.
    Eu reflito essas coisas com os meus alunos.
    Penso que é preciso tudo conhecer para tudo poder criticar.
    Assim, a gente escolhe e seleciona o que nos faz bem.

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  5. Não sei é por que não consigo mais assistir a uma materia tedênciosa no jornal nacional e fazer cara de ué, mas sei que em muitas famílias que não tem acesso a outra forma de informação aquela pode ser sua única fonte.

    Confesso tenho medo do senso comum...

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  6. Não tema o senso comum, pois é a partir dele que a gente desconstrói mitos e cresce, superando as barreiras da ignorância.
    Qto ao Jornal Nacional, ele é ruim mesmo, mas, é bom ver de vez em quando pra poder desmistificá-lo, lê-lo nas entrelinhas e abrir os olhos das pessoas.
    Qdo eu dava aula de Filosofia, eu ensinava o pessoal a ler nas entrelinhas dos comerciais, era muito divertido.
    Hoje em dia, eu estou aprendendo a ser menos radical e a dar risada do sistema. Se eu não posso vencê-los, tenho ao menos a capacidade de achá-los ridículos e isso me faz bem.
    Claro, que me indigno com relação a uma série de coisas, aí eu escrevo, solto os bichos, e como uma formiguinha, transmito essas coisas aos mais próximos.
    É um bom começo, vc não acha?

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