Todos os dias pela manhã, o Jornal do SBT exibe em sua primeira edição, comentários de José Neumany Pinto, no quadro Direto ao Assunto, em que o referido senhor dá sua opinião à conjuntura política, econômica e social do Brasil. Nessas ocasiões, o comentarista expressa o que pensa a burguesia desse país.
Nada surpreendente, pois é justamente essa função. Algumas análises me deixam estarrecida, outras, são hilariantes, mas a análise dessa manhã, me deixou perplexa, ao constatar o sinismo da burguesia desse país em relação à Educação nesse país.
Ao falar a respeito da greve do funcionalismo da USP, que no dia de ontem viu a polícia invadir o campus para tratar estudantes, professores e funcionários como bandidos. Para tratar de um assunto tão delicado. o comentarista disse que a greve já é um evento acadêmico previsto para essa época do ano.
Essa é a maneira mais simplista de analisar conjunturalmente uma problemática histórico que reúne elementos históricos perversos de um sistema que envolto na lógica neoliberal, se vê precarizado em toda a sua essência, seja pela falta de infra-estrutura, pelos baixíssimos salários de seus servidores e assim por diante. A educação como um todo, é um ramo lucrativo para os empresários do país, mas, curiosamente, é acusada de representar despesas ao estado.
Ora, investimento no homem não gera a possibilidade de se reverter em produto a ser lançado na bolsa de valores, ou a possibilidade de privatização para a entrega do seu capital aos empresários falidos pela crise, como no caso do Banco Nossa Caixa, que vendido ao Banco do Brasil, rendeu 5 bilhões, no dia anterior à doação de 4 bilhões do Estado de S. Paulo como socorro aos industriais do ramo automobilístico.
Para Neumany Pinto, a greve da USP é tão simples, pois ele desconhece a falta de verbas, a falta de condições para exercer sua atividade profissional, conviver com um salário de fome, insalubridade, superlotação em sala de aula, ticket de R$4,00.
As deficiências da USP, são o retrato do descaso da burguesia desse país com a formação de nossos profissionais, pois, se lá, que é a escola-mor do país, está nas condições degradantes atuais, imaginem as outras escolas do país. É evidente sua deterioração.
Creio ter sido direta o suficiente.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTaís:
ResponderExcluirCadê a sua opinião?
Reescreva, plis!!!
É por que sou extremamente critíca com relação a esse tipo de jornalismo, não consigo assistir fico revoltada. Sei lá a nossa mídia transmite a opinião de uma parcela tão pequena da sociedade e grandre parte da população toma como verdade pois não sabe pensar, por isso que leio Brasil de fato, Cim, Piauí e xereto muitos blogs, comunidades e sites alternativos para construir minha opinião sobre qualquer coisa.
ResponderExcluirConcordo com vc, a crítica é de suma importância num país regido pela ideologia do poder, como o nosso.
ResponderExcluirPor isso, é importante que a gente veja pra denunciar, pra pensar tudo ao contrário, pra ensinar as pessoas que essa minoria nos comanda, e que somos mais que eles e temos capacidade de reverter esse quadro.
Eu reflito essas coisas com os meus alunos.
Penso que é preciso tudo conhecer para tudo poder criticar.
Assim, a gente escolhe e seleciona o que nos faz bem.
Não sei é por que não consigo mais assistir a uma materia tedênciosa no jornal nacional e fazer cara de ué, mas sei que em muitas famílias que não tem acesso a outra forma de informação aquela pode ser sua única fonte.
ResponderExcluirConfesso tenho medo do senso comum...
Não tema o senso comum, pois é a partir dele que a gente desconstrói mitos e cresce, superando as barreiras da ignorância.
ResponderExcluirQto ao Jornal Nacional, ele é ruim mesmo, mas, é bom ver de vez em quando pra poder desmistificá-lo, lê-lo nas entrelinhas e abrir os olhos das pessoas.
Qdo eu dava aula de Filosofia, eu ensinava o pessoal a ler nas entrelinhas dos comerciais, era muito divertido.
Hoje em dia, eu estou aprendendo a ser menos radical e a dar risada do sistema. Se eu não posso vencê-los, tenho ao menos a capacidade de achá-los ridículos e isso me faz bem.
Claro, que me indigno com relação a uma série de coisas, aí eu escrevo, solto os bichos, e como uma formiguinha, transmito essas coisas aos mais próximos.
É um bom começo, vc não acha?