domingo, 14 de junho de 2009

Educação como sacerdócio:

Dias atrás, li na seção de cartas da Folha de S. Paulo, a opinião de um leitor de S. Bernardo do Campo - SP, que, inicialmente seguia uma linha de raciocínio brilhante, mas, que no seu desenvolvimento se perdeu completamente, ao conter elementos utópicos, completamente fora da realidade.
O leitor, falava sobre a repercussão a respeito das manifestações do professorado paulista, que estão mobilizados contra uma série de medidas que precarizam ainda mais as condições de trabalho dos educadores. Em suas palavras, o leitor defendeu a categoria dizendo que a problemática está na falta de disposição dos alunos para aprender, porque os professores estão dispostos sim, a ensinar.
Essa colocação, é bastante coerente e profunda, pois reflete a realidade. Os educadores que ainda permanecem nas redes de ensino, o fazem por amor à profissão, porque as inúmeras dificuldades do cotidiano, já consistem em motivos mais do que suficientes para o abandono da carreira do magistério. Convive-se com violência, indisciplina, agressão verbal e moral, desrespeito, etc.
O que saiu do contexto na exposição do leitor, foi o fato de ele terminar dizendo que não entende o motivo que leva os professores a querer aumento de salário. Que o exercício do magistério deve ser encarado como um sacerdócio. Que pelo pouco tempo que trabalham, seu salário não é lá tão ruim assim.
Bem, os sacerdotes, na maioria dos casos, tem suas despezas pagas pelos fiéis. Mas, mesmo eles, trabalham para manter suas despezas e pagar as contas. Refiro-me a gente séria. Esqueçamos Edir Macedo, Bispo Estevam Fernandes, David Miranda, etc.
Porém, se a sociedade não se importar em pagar as nossas despezas de alimentação, contas de água, luz, condomínio, telefone, prestações, IPVA, IPTU, etc., eu me conformarei com o salário de fome que recebo.
Como escrevi anteontem, está ficando cada vez mais impossível de viver dignamente sem ter de recorrer a empréstimos, juros do cheque especial, cartão de crédito, etc. Porque tudo é reajustado ano a ano, menos o salário do professor.
Se o querido leitor da Folha quiser pagar as minhas contas, eu prometo educar direitinho os meus alunos e ainda rezar por ele todas as noites. Vai me poupar as insônias...!

3 comentários:

  1. Provavelmente esse leitor não teve ter a menor noção de quanto é uma hora aula.


    obs: Juro que tentei te adicionar.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  3. Pois é Taís, esse cara é completamente sem noção. Ele não faz idéia do que seja uma escola pública e qual a importância dela pra sociedade.
    Valorizar os profissionais da Educação, é apostar num futuro melhor.

    ResponderExcluir